EDIÇÃO IMPRESSA - 453 - page 17

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 15 A 21 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
i R
POVOS INDÍGENAS E A POÉTICA DE MANOEL DE BARROS
REDUPLICATION
THINK AND TALK
PPor Laura Santiago a i
LauraédiretoradaYes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
Hoje vamos falar sobre um fenômeno
que ocorre com frequência no Inglês
Informal, ou melhor, no Inglês Falado
(
Spoken English
): reduplication. Qual a
importância disso no aprendizado de
inglês? Continue lendo para entender a
aprender mais essa.
Reduplication é o nome que damos
a um fenômeno linguístico no qual as
palavras são repetidas. Você certamente
já aprendeu algumas palavras nas quais
esse fenômeno está presente:
· bye bye (tchau)
· yada yada yada (blablablá)
· night night (boa noite)
· pee-pee (xixi)
· so so (mais ou menos)
O curioso é que esse fenômeno não
acontece apenas com palavras assim. Ele
é muito frequente também no inglês
falado informalmente. Ao se deparar com
ele, muita gente acha estranho. Mas, se
você quer falar e entender inglês como
um nativo, então é bom estar ciente deste
fenômeno. No inglês informal é comum
os falantes repetirem algumas palavras
para esclarecerem melhor a informação
dada. Como uma prova disso, leia
pequeno diálogo abaixo:
*Anna: Come on! Mike is just a
friend.
*Sally
: You mean,
a friend friend
?
Ao dizer “
a friend friend?
”, Maria
quer saber se Carla e Mike são apenas
amigos ou alguma coisa mais. Ela repete
a palavra “
friend
” para que essa parte
da conversa seja esclarecida. Esse tipo de
reduplication é algo que ocorre com
frequência no inglês falado (Spoken
English) e para o qual devemos estar
atentos. Pois o contexto e a entonação
usados deixarão claro o que a outra
pessoa está procurando esclarecer na
conversa. Assim, se temos conhecimento
disso, saberemos exatamente o que dizer
à outra pessoa. Veja um outro exemplo:
*Peter: Paula just got
a new job.
*Robert: A job job?
Robert quer saber se
Paula arrumou um
emprego mesmo (
algo
fixo e pelo qual ela
recebe um salário
) ou
apenas algo temporário
e que não é bem um
emprego.
* It’s time I
bought a car car.
Aqui a pessoa está
dizendo que está na hora de ela comprar
um carro de verdade (
um carro bom, zero
quilômetro, com tudo o que tem direito
) e
não um carro qualquer. Lembre-se que
apenas o contexto e a entonação
deixarão claro o que a outra pessoa
estará procurando esclarecer na conversa
ou mesmo o que ela estará querendo
dizer com clareza. Temos de estar atentos
ao contexto e à entonação. Esse tipo de
coisa parece simples, mas na hora de
conversarmos com alguém ao vivo e a
cores, muita gente acaba se enrolando.
No calendário de datas
comemorativas, 9 de agosto é o Dia
Internacional do Índio. Foi instituído em
1995 pela Organização das Nações
Unidas no momento em que povos
indígenas reivindicaram a garantia de
melhores condições de vida diante das
condições desumanas em que se
encontravam. Anos depois, as
discussões culminaram na
Declaração das Nações
Unidas sobre os
Direitos dos Povos
Indígenas que legislou
normas mínimas para
a sobrevivência, a
dignidade e o bem-
estar dos povos
indígenas do
mundo
.
Para
comemorar a
data, que
praticamente
transcorreu
esquecida, os
versos de
Manoel de
Barros, um dos mais aclamados escritores
brasileiros da contemporaneidade,
indicado ao Prêmio Nobel de Literatura
de 2013, tentam aqui preencher o vazio
da data. Escreveu o poeta cuiabano:
a
pedra foi descoberta por um
índio. O índio fez fósforo da
pedra e inventou o fogo pra
gente fazer boia
. O
fragmento de verso nasceu
de Rogaciano, índio da
etnia Guató, habitante
do pantanal, o
lugar de
frequência
do poeta
que
precisa ser
outros
como
Fernando
Pessoa foi
Alberto
Caeiro,
Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
A
desgramática poética
de Manoel
de Barros ensina que
o mundo não foi
feito em alfabeto
e, por isso, o
significado das palavras pode ser
deslocado, receber outro sentido, ser
descolonizado, assim como o índio que
com a pedra encontrou outro significado
e fez fogo com o mineral; o fogo que foi
usado por madeireiros para queimar uma
criança indígena Awá-Gwajá, habitantes
de terras localizadas no Maranhão.
Boato? Novamente o silêncio...
Como ensina o poeta que
entende o
sotaque das águas
, as palavras precisam
preencher espaços, compor silêncios. Que
as palavras possam rechear a ausência do
Dia Internacional dos Povos Indígenas e
cumpram o dever de informar, proteger,
justiçar. Que palavras unam-se aos homens
Awá-Gwajá que de suas aldeias viajam
para o céu em noites de lua cheia e, a
pedido de suas mulheres, trazem seres
sobrenaturais para curar os males da Terra.
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