CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 25 A 31 DE JULHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
i R
COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS
QUIT YOUR BITCHING
THINK AND TALK
PPPor Laura Santiago a i
LauraédiretoradaYes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
É bom saber que a expressão
reclamar de barriga cheia
” refere-se
ao fato de alguém estar reclamando pelo
simples fato de reclamar. Ou seja, ela
não tem motivos para reclamar, pois se
acredita que ela já tem tudo ou que
deveria estar satisfeita/feliz com o que
tem. Também é comum dizermos “
chorar
de barriga cheia
”. Infelizmente, não há
uma expressão 100% idiomática para
dizer reclamar de barriga cheia em inglês.
No entanto, para transmitir essa ideia
você terá de fazer uso das expressões
abaixo:
· have no reason to complain
· complain for the sake of it
· complain without a cause
thou
· complain for no (good)
r ea s on
Veja alguns exemplos:
· Come on! You have no
reason to complain. (Qualé! Você está
reclamando de barriga cheia.)
· He’s just complaining for the
sake of it. (Ele está reclamando de
barriga cheia. | Ele está reclamando por
reclamar.)
· I’m tired of people
complaining for no reason. (Estou
cansado das pessoas reclamando de
barriga cheia. | Estou cansado das
pessoas reclamando sem motivo.)
· They ’re complaining without
a cause. (Eles estão reclamando de
barriga cheia. | Eles estão reclamando
sem motivo.)
· Ok! I know I’m complaining
for no reason. (Tá bom! Eu sei que
estou reclamando de barriga cheia.)
O curioso é que na maioria das vezes
nós usamos essa expressão na sentença
“pare de reclamar de barriga cheia”
ou “deixe de reclamar de barriga
cheia”. Isto é, ela geralmente é usada
como uma ordem.
Nesse caso, as
expressões acima não
soaram muito bem.
Portanto, anote aí que
o mais natural será
você dizer “quit your
bitching”. Mas saiba
que “quit your
bitching” é sempre
usada quando alguém
estiver reclamando de
algo e você não estiver
a fim de ouvir. Veja o
diálogo abaixo para
entender isso melhor:
My job is
awfu l . My fami l y
sucks. My friends
don’t care about me. My whole life
is terrible. Everything is so bad…
Hey, just quit your bitching,
o k ?
Ao dizer “quit your bitching”, a
pessoa está sendo enfática e deixando
bem claro que não quer ouvir
reclamações. Não importa se outra pessoa
está reclamando de barriga cheia ou não.
Comemora-se em 2013 o ano da
Alemanha no Brasil, com o lema
quando
ideias se encontram.
O evento tem por
objetivo fortalecer a longa relação
estabelecida entre os dois países com
inúmeras atrações
culturais distribuídas por
diversas cidades do
Brasil. Para celebrar, há
dois filmes nacionais,
com abordagens muito
semelhantes, ambos
transcorridos no litoral
brasileiro na segunda
metade do século XVI,
que valem ser vistos. Em
ordem cronológica de
produção, o primeiro
deles é
Como era
gostoso o meu francês
(1971), de Nelson
Pereira dos Santos, e o
segundo,
Hans Staden
(1999), de Luiz Alberto
Pereira.
Com título
extremamente sugestivo,
Como era
gostoso o meu francês
baseia-se nos
diários do viajante
alemão Hans Staden
(1525-1579) que
permaneceu durante oito
meses prisioneiro dos
índios Tupinambás, de
hábitos antropofágicos, e
do francês Jean de Léry
(1534-1611), um jovem
que decide acompanhar
um grupo de protestantes
à França Antártica,
colônia francesa
localizada na Baía de
Guanabara, atual Rio de
Janeiro.
É possível que o
trabalho de Nelson
Pereira dos Santos
constitua-se no primeiro
filme a exibir em telas
cinematográficas uma leitura da proposta
modernista de Oswald de Andrade. Isso
porque, ao ser inserido na cultura
indígena, o estrangeiro acaba por se
dissolver nela, como foi o caso dos
personagens alemão e francês. É uma
possibilidade ímpar de permitir a
assimilação do outro em cada um de nós.
Produzido em plena ditadura militar,
o filme de Nelson Pereira dos Santos teve
percalços com a censura, pois os
figurantes indígenas apresentam-se nus.
Depois de muita polêmica, foi liberado
para maiores de 18 anos, já que a nudez
indígena não foi
considerada pornográfica.
No filme ouve-se da índia que foi
entregue ao francês antes de morrer em
ritual antropofágico: “só a antropofagia
nos une”. No momento em que as partes
do corpo do francês são divididas entre
os Tupinambás, o pescoço é reservado à
amante.
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