CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 9 A 15 DE MAIO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
MARKETING DE GUERRILHA
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr
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João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
OMUNDOPERDEODJ PETER RAUHOFER
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
M n i G i
G
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
Um dois mais talentosos e disputados
DJs e produtores das pistas gays mundiais
da atualidade, o austríaco Peter Rauhofer
faleceu nesta terça-feira, aos 48 anos,
vítima de câncer no cérebro. Ele
atualmente morava em Nova York, mas
seu corpo será transportado para ser
enterrado em seu país natal.
Comunicado oficial na página de
Peter no Facebook postado pelo agente
dele diz que “através de sua música, Peter
viverá para sempre. As estrelas mais
brilhantes sempre se apagam muito cedo.
Peter, você era amado e deixará muita
saudade. Adeus, meu amigo. Por favor,
descanse em paz com a certeza de que
trouxe muita alegria para muitos de nós”.
Mestre do gênero tribal house e um
dos principais DJs ligados à música pop
norte-americana, Peter Rauhofer
colecionava hits do mercado eletrônico e
registrava trabalhos sobre faixas de
grandes nomes como Madonna, Cher,
Rihanna, Christina Aguilera, Britney
Spears, Seal, Whitney Houston, Depeche
Mode, Janet Jackson, Destiny’s Child,
Nelly Furtado, Shakira, Gotye, Kylie
Minogue, Mariah Carey, Yoko Ono e
Ayumi Hamasaki.
Nascido em Viena, na Áustria, Peter
ganhou notoriedade na cena eletrônica
ao tornar-se um dos DJs residentes na
boate Roxy de Nova Iorque. Descoberto
por produtores de artistas pop, tornou-se
figura recorrente nos lançamentos de
remixes na década de 2000, quando
recebeu um Grammy de Melhor remix do
ano por sua versão de ‘Believe’, cantada
por Cher.
Rauhofer também lançou remixes sob
os pseudônimos The Collaboration, Club
69 e Size Queen. Com o primeiro
apelido, alcançou o topo da parada
eletrônica nos Estados Unidos graças à
faixa ‘Break 4love’, em parceria com os
Pet Shop Boys, em 2001. Por diversas
vezes, apresentou seus sets de house em
festas no Brasil. O DJ era dono e gerente
do selo Club 69, responsável por
lançamentos independentes de tribal
house. Entre seus últimos trabalhos estão
três remixes para ‘Flavor’, faixa de Tori
Amos, e uma canção
original, chamada
‘Real bitch’.
Foram incríveis as
três noites ao longo de
cinco anos que pude
ver e ouvir esse gênio
tocar nos clubes de
São Paulo, Rio de
Janeiro e
Florianópolis.
Hoje a música tem
uma pausa para ouvir
só Peter Rauhofer
chegando bem onde
quer que seja.
Nessa época de marketing pessoal
divulgado por uma rede, lembrei de um
cabra que pagou seus estudos na
faculdade de Yale, nos USA, divulgando
na testa a marca do software Windows
(holeshit!). Como em época de crise a
gente fica bem mais criativo, pensei em
colocar alguma marca na minha barriga.
A vantagem, além de ter um considerável
espaço para a exploração publicitária, é
que, como aprendiz de redator, eu criaria
de graça o anúncio.
– Mas quem seria o tatuador? –
interrompe nosso céptico Domingos.
– Como assim tatuador? – devolvo
sem muita paciência.
– Essa propaganda deve ser com
tatuagem, né? Senão, não vale a pena.
Imagina? Eu venderia meu nariz por uma
fortuna, e no outro dia iria pra Malásia e
pintava outro patrocinador no nariz. Estilo
o Zeca Pagodinho aquela vez. Mudei
porque era melhor.
– Faz sentido.
– Aliás sua ideia não é muito boa
não. É boa pra todos, menos pra você.
– Por quê???
– Imagina a produção? Você mole
como é pra dor, iria demorar dias para
tatuar. O cliente iria reclamar na hora de
assinar contrato. Outra: você é muito
nervosinho. Iria brigar com o cliente e
depois iríamos gastar uma fortuna pra
reimplantar sua enorme barriga. Sem
falar, que desse jeito, não poderia ser
feito teaser. Muito menos anúncio
sequencial.
– Afe, Domingos, que droga você
anda bebendo?
– Por outro lado, você seria
referência. Já visualizo tudo. Aquele
tumulto todo. Sem falar no non mídia.
Poderemos cobrar mais caro os
patrocinadores da sua propaganda.
Poderíamos dividir em dez cotas bronze,
cinco pratas e uma ouro. O dinheiro
voltaria a essa empresa a rodo. E pra
você, que tem o ego maior que a
barriga, todo dia teria alguém querendo
entrevistar: “João Gordo vende barriga
para indústria farmacêutica”.
Irritada com tanto blablablá, Keiko
levanta nervosa na sala.
– Domingos, para de viajar e me dá
aquele orçamento da impressão dos três
mil postais!
– Qual cliente mesmo? – retruca
Domingos de bate-pronto.
– A Casa do Parque, né? -– fala
Keiko com toda sua irritação oriental.
– Então toma um chá e se acalma
que estou negociando aqui uma nova
mídia – dispara Domingos, torcendo para
que o negócio desse certo.
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