CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 25 DE ABRIL A 2 DE MAIO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
MELHOR REMÉDIO
PPor José Augusto Filho i
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
CUIABÁ THRILLER
FESTA DO DIVINO
A Terra das Tradições aos poucos
vem recebendo a luz do Divino Espírito
Santo nos quatro costados da cuiabania.
Os sinos da Catedral do Bom Jesus
anuncia às 18h a Santa Missa, às 19h30
acontece o Levantamento da Bandeira do
Divino Espírito Santo, tudo no dia 6 de
maio, em plena segunda-feira. Sendo
uma festa centenária, o cura da Catedral,
Padre Edmilto Santos Mota, vê o sucesso
do evento, principalmente as visitas das
bandeiras e insígnias do Divino Espírito
Santo, levando paz e saúde aos lares
cuiabanos. O pão significando fartura
para o povo que tem fé. A expectativa é
grande na movimentação da Festa do
Divino, a bandeira percorrendo os bairros
da Capital, a multidão de gente, a
banda anunciando a cidade está em
vermelho e branco. Convictos na fé,
esperamos que o Espírito Santo toque nos
corações endurecidos.
PREFEITO RECEBE O DIVINO
Antigamente o governador do Estado
e seus secretariados recebiam as
bandeiras e insígnias do Divino Espírito
Santo na antiga Residência dos
Governadores, com o tradicional Chá
com Bolo. Neste ano será no saguão do
Palácio Alencastro, onde o prefeito Mauro
Mendes e a primeira-dama Virgínia
Mendes recebem o imperador Marcus
Fabrício dos Santos e a imperatriz
Edileuza Forgetti Monteiro da Silva, além
dos demais festeiros que darão início às
visitas da bandeira nos bairros da Grande
Cuiabá. A iniciativa do prefeito Mauro
Mendes demonstra que ele ama esta
terra, respeitando sua gente e as tradições
de um povo que tem fé. Todos os
presentes serão recepcionados pelo
prefeito e senhora com o tradicional Chá
com Bolo sob as bênçãos do Divino
Espírito Santo. Esta inovação da fé
demonstra cada vez mais que o homem
público precisa dos sete dons divinos,
principalmente Cuiabá, que vai sediar os
jogos da Copa do Mundo.
PORTO E SEUS ENCANTOS
Em época de abundância, o Porto
encantava com a pescaria, embarcações
e banhos de rio. Era comum, aos
domingos, à tardinha, nas imediações da
Praia da Barca, pescar piraputangas para
o jantar. No Porto havia também o banho
de rio para os homens, todos nus. Os
garotos costumavam ir nadando até as
imediações da barca e alguns se
deitavam, mesmo nas pedras, para
buscar a energia das águas por ali. Certa
vez, o presidente Mário Corrêa da Costa,
que fora a Várzea Grande, ao regressar,
viu esse espetáculo e não gostou.
Mandou chamar o subdelegado, passou-
lhe uma descompostura e ordenou-lhe
que fizesse prender os banhistas. Foram
lá dois policiais que levaram para a
cadeia pública os rapazes que
conseguiram agarrar, entre os quais se
incluíam alguns alunos do Liceu
Cuiabano. Nem sempre se pode contar
com o Chefe de Estado para fiscalização
dos costumes e os banhistas,
desconfiados no começo, foram voltando
ao poucos. Banho em casa, de cuia, só
para as mulheres.
PESCARIA E SUPERSTIÇÃO
Ainda sobre o bairro do Porto, em
época de abundância da pescaria era
comum, principalmente na cheia, a pesca
dos peixes lisos como bagre, jiripoca e
outros que ficavam no fundo dos rios, quase
sempre entre as pedras. E assim o nosso rio
Cuiabá abastecia a grande população.
Hoje para se deliciar com um peixe, só de
tanque. Muito frequentemente o ferimento
produzido pela espinha ocasionava irritação
na garganta; mas se isso acontecesse,
bastava amarrar ao pescoço da vítima a
medida do Senhor dos Passos. Curiosa esta
crença. Quando o santo percorre, em
procissão, as ruas de Cuiabá, a gente do
povo se apercebe de fitas para tomar as
medidas. A imagem representa, como em
todos os lugares, o Cristo, com um dos
joelhos em terra, sob a cruz, a fonte cingida
pela coroa de espinhos. A planta do pé
aparece sob a vestimenta de pano roxo da
imagem. Logo que é colocada na igreja,
aparecem os crentes e começam com a fita,
medindo o pé do Senhor dos Passos. Estão
fazendo o seu estoque terapêutico contra a
irritação de garganta e o perigo dos
enganhos de espinha.
Quem não se lembra do famoso
vídeoclipe do saudoso Michael Jackson
“Thriller”? No cinema eles assistem a um
filme de terror e, ao saírem, zumbis
começam a sair de todos os lados. Pois
bem, vejo esse clipe todas as noites nas
ruas de Cuiabá. São
vários, muitos e daqui
a pouco serão
milhares se ninguém
fizer nada. Pra quem
ainda não entendeu
essa piada que não
tem a menor graça,
são os usuários de
“crack” que se
espalham pelas ruas
da cidade.
Você para o
carro, já se
materializa um do seu lado, já começa a
te pedir alguma coisa: um cigarro, um
real pra comprar comida e os mais
honestos confessam que é pra droga. E
aê??? Quer dizer então que agora você
tem que ter o dinheiro do leite, do pão e
o do crack??? Sim,
porque se você não dá
um real, dois reais, a
represália é certa e
custa mais caro. É a
pintura nova da porta
do carro riscada, é o
pneu furado, o farol
quebrado e até de
repente a vida ceifada
por um alucinado na
madrugada. Pera aê,
não existe um órgão
chamado Segurança
Pública??? Polícia Militar??? Secretaria de
Saúde??? Secretaria de Assistência Social,
quem resolve??? De quem é a
responsabilidade??? Não é pra essas
coisas que pagamos impostos
exorbitantes???
Esqueci, aqui na Terra do Nunca todo
mundo é “piratinha”, tapa um olho pro
problema social, olha pro outro lado,
finge que não ta vendo o craqueiro na
rua, atravessa, entra no bar, faz foto pro
site, pra coluna social, joga o cabelo, ri
alto, pede outro drinque, volta pro carro,
dá um cigarro pro craqueiro, ajuda com
os trocados e até interage, já tá mais à
vontade. Chega em casa e escreve um
artigo pro jornal, quem sabe alguém
consegue fazer alguma coisa, já que eu
só consigo escrever. Piada chata.
Chateado.