CULTURA EM CIRCUITO PG 5
CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 30 DE NOVEMBRO A 6 DEZEMBRO 2017
m 1912, quando o médico e an-
tropólogo Edgar Roquete-Pinto
integrou a expedição de Cândido
Mariano da Silva Rondon e aden-
trou as matas do Mato Grosso e do
Amazonas, o principal objetivo foi o de inter-
ligar o país com linhas telegráficas. Chegou à
Chapada dos Parecis, dos índios Paresí/Halíti
e Nambiquara, e ficou estupefato diante do ce-
nário e da vida de seus habitantes. Munido de
enorme curiosidade sobre os povos indígenas,
conseguiu reunir grande quantidade de mate-
rial científico: anotações, desenhos e artefatos
musicais.
Roquette-Pinto carregou um fonógrafo, seu
principal instrumento de trabalho, que permi-
tiu a gravação de canções Paresí e Nambiqua-
ra, em cilindros de cera. A coleta de material
e as gravações feitas pelo entusiasta Roquet-
te-Pinto alcançaram grande projeção entre
músicos e intelectuais da época, com destaque
para a canção “Nozani Na”, composta por ín-
dios da etnia Paresi. A cantiga é entoada em ri-
tuais e representa união, celebração e devoção
aos ancestrais. Em tradução feita por Rondon
constatam-se a simplicidade e delicadeza da
composição: “vou dançar, vou vestir trajes no-
vos, vou beber vinho e chicha e comer mingau
de milho e de mandioca”.
Omaestro Villa-Lobos, um dos músicos que
teve contato com as gravações, foi responsável
pela adaptação e apresentou ao mundo essa
E
Educação Musical
no Centro de
Referência de
Assistência Social
por Anna Maria ribeiro Costa
Anna
é doutora em História,
etnógrafa e filatelista.
Foco em você e não
na doença
omos únicos, isso é inegável e se
você observar a sua volta irá per-
ceber que mesmo entre membros
de uma mesma família determi-
nados alimentos fazem bem para
um e não fazem bem para outro. É muito co-
mum conhecermos pessoas que se ingerirem
café do meio da tarde em diante vão relatar
dificuldade para dormir e outras pessoas que
bebem café o dia todo e não relatam nenhum
problema ao dormir. Como que isso se explica?
Somente a individualidade bioquímica pode
trazer luz a esta questão. Da mesma forma
que algumas pessoas se arriscam em dietas
da moda e têm um relativo resultado imediato
e outras não. Nós programamos nosso corpo
com os alimentos que ingerimos e os estímu-
los que lhe proporcionamos; quão melhor
for esta ingestão, melhor será a qualidade de
vida. A Medicina Ocidental tem esta visão so-
bre a doença, sobre o problema e fomos acos-
tumados a pensar desta forma. Se temos uma
dor de cabeça, tomamos remédio para dor de
cabeça. Este remédio ocasionalmente causa
uma dor de estômago e lá vamos nós tomar
remédio para dor de estômago e este ciclo não
tem fim. Como poderá o indivíduo emagrecer
se seu intestino não funcionar corretamente,
sem absorver os nutrientes corretos e
sem oferecer a barreira natural que
deveria às toxinas que transi-
tam pelo trato gastrointesti-
Wania Monteiro de Arruda
é nutricionista funcional,
aficcionada em receitas saudáveis
e saborosas, que divulga em seu
site e no Insta
@wmarruda
NUTRITIVA
por Wania Monteiro de Arruda
nal? Em desequilíbrio, o corpo irá reagir com
inflamações, problemas de funcionamento,
fraqueza do sistema imunológico etc. Emagre-
cer neste caso será uma consequência do bom
funcionamento do corpo todo. Cada alimento
que ingerimos irá ser digerido, interagir com
o organismo e interagir com outros alimentos
ingeridos. Garantir que estas interações sejam
positivas e proporcionem bem-estar e equilí-
brio no corpo humano é o que se busca com a
nutrição funcional. O nutriente tem que estar
na hora certa, no lugar certo, na quantidade
correta para proporcionar seu melhor apro-
veitamento e consequente benefício para o
corpo. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
define a saúde como “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não somen-
te ausência de afecções e enfermidades”. Não
estar doente não significa estar saudável. Sau-
dável é ter o corpo em pleno funcionamento,
ter disposição, não expor o organismo a fato-
res estressantes, buscar equilíbrio e estar fe-
liz. Das funcionalidades mais básicas e vitais
como o batimento cardíaco ou a condução de
estímulos elétricos pelo sistema neurológico
até ao estado emocional que é multifatorial
e complexo, a nutrição tem um papel impor-
tante na busca do melhor para cada indivíduo,
sempre.
S
forma de arte. A música indígena, de maneira
geral, lhe trouxe grande satisfação, forte senti-
mento nacionalista e desejo de compartilhar a
cultura da ancestralidade brasileira. Mais tar-
de, Milton Nascimento e Marlui Miranda regra-
varam a canção.
Na condição de assistente social, a inserção
de Educação Musical em projetos de Assistên-
cia Social deve-se fazer mais frequente, a fim
de possibilitar aos integrantes dos Centros
de Referência de Assistência Social (CRAS) a
estimulação de suas habilidades musicais e a
colaboração com o desenvolvimento social do
usuário. E a música indígena se dar mais a co-
nhecer no espaço citadino.
roquette-pinto e crianças da etnia paresi (1912)
Thays oliveira Silva,
Graduada em Serviço Social
pelo Centro Universitário de Várzea Grande – Univag