EDIÇÃO IMPRESSA - 504 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE SETEMBRO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
DEBATE
UM LEGADO HISTÓRICO
Lendo o artigo escrito pelo professor
Doutor Benedito Pedro Dorileo, o sempre
lembrado reitor da Universidade Federal
de Mato Grosso, lembrando o
distanciamento dos 120 anos da
professora Zulmira Canavarros, reflito
que ela continua até hoje no legado
histórico da arte, cultura, da
musicalidade, na alma humana. Uma
cuiabana de personalidade marcante,
avançada para a época, enfrentou
barreiras, mas o seu dom musical
atravessou todos os preconceitos no
quesito saraus. Considerada à época uma
mulher participativa nas atividades da
educação musical, no piano, nos palcos,
nas igrejas abaladas pela fé, no rádio, no
esporte, agenda voltada na vida social,
para o Clube Feminino e o Misto Esporte
Clube, ela recebia os setes dons do
Divino, com tanta criatividade e
sabedoria! Professora Zulmira
Canavarros, com currículo escrito com
letras de ouro, teatróloga, musicista,
compositora, a sua fonte de inspiração
vinha de um saber para alegrar as
multidões, numa Cuiabá pacata, mas ela,
com doçura, infiltrou na solidão do
estado canções vivas que até hoje são
revividas nos salões. Cuiabá é uma
cidade que não tem um Teatro Municipal,
em 2015 a rainha dos saraus cuiabanos
completa 120 anos, já está na hora de o
prefeito Mauro Mendes pensar em
homenageá-la com um teatro levando o
nome de Zulmira Canavarros. Esta é a
Cuiabá que nós queremos, com gestores
públicos voltados também para a cultura.
A arte e a cultura são um exercício
experimental de libertação.
CHUVADO CAJU
Na terra das ilustres mulheres
cuiabanas Isabel Campos, Maria Amélia
Albuquerque, Leila Affi Coelho, Telé
Vieira, D. Bembém, D. Elina Botelho de
Campos, Maria Müller, Jacy Cuiabano,
Leyde Vuolo, Eunice Butakka, elas viam
a chuva de caju como abundância nos
quintais cuiabanos, para o sustento de
muitas famílias deste saboroso fruto.
Antigamente nas residências havia
sempre um pé de caju plantado, além do
sabor, servia para diversos segmentos da
culinária. Em época de florescimento, ela
exala o seu perfume nos quatros
costados da cuiabania, a beleza da fruta
era fonte de inspiração para muitos
poetas, escritores e artistas plásticos.
Que saudade das tachadas de doce de
caju preparado pelas doceiras, recendia
o seu cheio no ar nas ruelas cuiabanas e
isto envolvia o paladar e a gula. A
identificação do caju significa uma
revoada de criação do consagrado artista
plástico João Sebastião Costa: em suas
telas as expressões desta fruta ofuscam
a todos pela beleza. Dias desses brinquei
com o João Sebastião, disse a ele: “O
seu cajueiro dá o ano todo, sendo uma
referência da sua criatividade na
valorização da fruta da terra em suas
telas”. Na Cuiabá da fé religiosa,
antigamente um bando de doceiras saía
com o terço nas mãos, na cabeça tacho
de cobre com água benta, ia até o
cruzeiro rezar a São Pedro, para ele
mandar a tão esperada chuva de caju.
Hoje, se um grupo de rezadeiras fizesse
isto, elas seriam tidas como loucas, pois
a cultura e o comportamento da
sociedade têm outra visão na mentalidade
e na discriminação da fé. Mas vejamos
este legado escrito por Madre Teresa de
Calcutá: “A força mais potente do
universo é a fé”.
CUIABÁ, MARCO DA HISTÓRIA
Quem circula pela Rua de 13 de
Junho, antiga Rua Bela, onde ficava o
Asilo Santa Rita, hoje Capela Santa Rita,
Jardim Ipiranga, loja de Gabriel de
Matos, Casa Lux, residências do
desembargador José de Mesquita e de
Odorico Tocantins, Casa Ataíde, dos
irmãos Palma, Farmácia Vieira, Manoel
Miraglia... Eis a Praça da República,
onde estão os Correios, o Tesouro do
Estado, o Palácio da Instrução, a Matriz
do Bom Jesus de Cuiabá, Casa
Renascença de Manoel Cuiabano, a Loja
Laraya. Agora vemos a Rua de Baixo,
Casa Prado, Casa Nadaf, Casa Cuiabana,
Casa Mansur, Casa João Cabral, Casa
Orlando, Casa Escarcele e a sede do
jornal
Social Democrata
, na Rua do Meio
havia poucos comércios, destacavam-se
o Foto Chau, Brilhar de João Pinheiro e
famílias abastadas ali residiam, como
também na Rua de Baixo, era uma
mistura só. Na Rua de Cima, ali era
considerada a Lapa Cuiabana, o Bar do
Bugre, o Bar Pinheiro e o Bar Sargentini,
o imponente Jardim Alencastro, que
atraía as pessoas nos embalos das noites
de quinta-feira e domingo, na animação
das bandas do Mestre Inácio, 16º B.C.
ou da Polícia Militar para alegrar as
multidões. Vamos à Rua Joaquim
Murtinho ou Formosa, em seguida, à Rua
Barão de Melgaço ou Rua do Campo,
depois à Rua Comandante Costa ou Rua
da Fé, todas as três muito longas, pois
vão até o Porto. Era assim a velha
Cuiabá, foi perdendo a sua característica
e seus nomes; até de nome de ruas, tudo
a dedo dos homens do poder público na
forma de contemplar alguns cidadãos
que fizeram história na Terra do Bom
Jesus.
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de
programas de
variedades
Saiu o primeiro debate na TV e foi
micado. Ludio que tá que tá com a
Dilma que corre do Silval Barbosa feito
diabo da cruz, mas tá que tá com o Silval
e Roseli Barbosa a tiracolo, ou melhor, a
tiravoto: a cada visita que fazem 7 de 5
eleitores desistem de votar em Ludio,
que já pensa em se candidatar a
presidente de bairro, mas tá puxado.
Riva já saiu na frente nessas
eleições: deu no Estadão que ele é o
candidato com maior número de
processos, e se todos os candidatos têm
teto de vidro, o de Riva sem dúvida é de
blindex.
Muvuca não conta; candidato que
tem nome de confusão dispensa
comentários, e o José Roberto do PSOL
ainda tá tentando ler a resposta da
primeira pergunta do debate.
Pois bem, foi um bate-boca sem fim,
Ludio e Riva tentaram espancar o
candidato Pedro Taques ao vivo e a
cores, usando claro que truque de atacar
no final quando o candidato não tem
mais tempo nem pra se defender, mas
Pedro não se deixou intimidar e mandou
chumbo grosso nos opositores, e nessa
novela você escolhe o final nas urnas.
Simples assim.
Foi uma coisa bonita de se ver, a
troca de gentilezas entre os candidatos,
só quem não atacou foi o PSOL, porque
não estava escrito na colinha. E essa
briga ainda vai longe, ainda faltam alguns
dias pra essa galera se mexer e ver quem
consegue chegar ao Paiaguás. Tô
gostando, tô me divertindo e tô torcendo
pelo melhor, melhor pra todos, melhor
pra gente do Mato Grosso.
E a baixaria não está só entre os
candidatos, já irradiou até para as
esposas de candidatos, bonito de se ver,
só faltou a Marcia Goldsmith pra mediar
mais um programa casos de família. Até
onde vai o ser humano em busca de
poder??? Aliás, já ouvi dizer que poder
vicia tanto quanto cirurgias plásticas,
imagina quem é viciado nos dois???
Como fica??? Vamos rir pra não chorar e
até o próximo debate.
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