CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 5 A 11 DE DEZEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
O OFFICE BOY
DANÇA SEM PRECONCEITO
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto F
o é A s ilho ilhl
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
o
ti G igg
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
No dia 1º de dezembro, quando
mundialmente refletimos com campanhas
o Dia de Combate à Aids, fui brindado
com um presente: o musical “Priscila – a
Rainha do Deserto”, montado pela
Academia Cuiabana Dançar’t, no qual vi
um mix de ballet clássico, jazz, dança de
rua, dança de salão e dança do ventre
no XXIII Espetáculo Anual de Dança dos
alunos.
Conheço Alessandra Bassit – a
mentora de tudo – desde quando, ainda
menina, dançava no Balé de Fernanda
Frandsen. A menina cresceu, montou sua
escola de dança, fez inúmeros
espetáculos, mas este em especial – e
aqui já me dispo de qualquer crítica em
relação ao cumprimento de cronograma
para fechar o ano com “todos” os alunos
dançando – falarei da
ousadia, modernidade e visão
contemporânea ao propor um
espetáculo que discute a
HOMOFOBIA num momento e
que é necessário colocar em
pauta essa discussão.
Vi na plateia pais, alunos,
crianças, senhoras de idade,
garotões e gente se divertindo
com os personagens
principais: três dragqueens,
impecavelmente interpretados
por Petilaine Queen, Carlos
Ferreira e Eduardo Butakka, que buscam
a felicidade em algum lugar perdido. Na
trama a cidade de Alice Springs – mas
poderia ser em qualquer bairro de
Cuiabá e é isso que me comoveu – a
possibilidade de discutir, mostrar, revelar
para todas aquelas famílias presentes no
Cine Teatro Cuiabá que a inclusão faz
parte da construção de vida de qualquer
ser humano, e Alessandra Bassit dava um
passo gigante ao ousar dizer para aquela
plateia: SOMOS TODOS IGUAIS,
independente da orientação sexual de
cada um.
Saí de lá com a sensação de ter visto
uma aula de como ser politicamente
correto misturado a muita diversão,
cultura e lazer.
Passou um filme na minha cabeça.
Quando há muitos anos atrás fui
chamado para fazer parte de um
espetáculo, inclusive do qual a Alessandra
fazia parte na Academia Frandsen. Na
época fiquei apavorado com o que a
minha família e meus amigos iam pensar.
Um homem dançando sempre sofre muito
preconceito. Para a minha felicidade
Alessandra Bassit deu a resposta que
faltou na minha cabeça naquele tempo
que se foi: a arte pode tudo. A vida pode
tudo. A Inclusão pode tudo. E a Dançar’t
deu um show nessa aula.
Parabéns Alessandra e a toda a sua
equipe.
Fechei 2013 com um sabor de que
estamos no caminho certo quando temos
uma artista, uma profissional com sua
visão nos palcos de Cuiabá, aliás, nos
palcos do mundo – porque você ganhou
o mundo com esse trabalho.
Um homem desempregado se
candidata para o cargo de “office boy”
de uma grande empresa. O gerente de
RH, ao entrevistá-lo, pede um teste:
limpar o chão. Ao final disse: “Você está
contratado, me dê o seu endereço de e-
mail e eu lhe enviarei o aplicativo para
preenchimento e avisarei quando você vai
começar”. O homem respondeu: “Eu
não tenho um computador, nem um e-
mail”.
“Lamento muito”, disse o gerente de
RH, “se você não tem um email, significa
que você não existe. Já que não existe,
não pode ter o trabalho”. O homem saiu
sem esperança. Ele não sabia o que
fazer, com apenas 10 dólares no bolso.
Ele então decidiu ir ao supermercado
e comprar uma caixa de tomate de dez
quilos. Ele então vendeu os tomates de
porta em porta. Em menos de duas
horas, tinha conseguido duplicar seu
capital. Ele repetiu a operação três vezes,
e voltou para casa com 60 dólares. O
homem percebeu que ele podia
sobreviver dessa maneira, e começou a ir
todos os dias cedo e voltar tarde. Assim,
o dinheiro duplica ou triplica a cada
dia. Pouco tempo depois, ele comprou
um carro, em seguida, um caminhão, e
então ele teve a sua própria frota de
veículos de entrega.
Cinco anos depois, o homem já é um
dos maiores distribuidores de alimentos
dos EUA. Nessa época ele começou a
planejar o futuro de sua família, e decidiu
fazer um seguro de vida.
Chamou um corretor de seguros, e
escolheu um plano de proteção. Quando
a conversa acabava, o corretor lhe pede
o e-mail. O homem respondeu: “Eu não
tenho um e-mail”. O corretor disse
curiosamente: “Você não tem um e-mail,
e ainda assim conseguiu construir um
império. Você imagina o que poderia ter
sido se você tivesse um e-mail?”.
O homem pensou um pouco e
respondeu: “office-boy!”.