CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 15 A 21 DE AGOSTO DE 2013
OPINIÃO
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G
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ENTRE ASPAS
EDITORIAL
O DRAMA DA EDUCAÇÃO
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Mayla Miranda,
Rita Anibal e Camila Ribeiro
Fotografia:
Pedro Alves
Editora:
Sandra Carvalho
Av. Miguel Sutil, 4001C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 - Fone: (65) 3023-5151 E-mail
MINIESTÁDIOS
Uma década de total abandono...
Cuiabá possui 27 unidades esportivas que estão depredadas e sendo usadas para consumo de drogas.
Por: Diego Frederici. Fotos: Pedro Alves
Às vésperas de receber
os jogos da Copa de 2014,
Cuiabá encontra-se numa
situação pouco confortável
no que diz respeito aos
aparelhos públicos,
principalmente em relação
aos miniestádios, que são
espaços voltados
principalmente a crianças e
adolescentes para que
deixem o ócio das ruas e
pratiquem algum tipo de
esporte. Há 10 anos, 27
unidades esportivas sofrem
com o descaso. Anderson
Fernandes, morador do
bairro, possui um comércio
em frente ao miniestádio do
Jardim Cuiabá, afirmando
que, até o início do ano,
era o responsável informal
pela manutenção do
gramado do campo, mas
que desde que bomba
d’água ficou danificada,
não conseguiu mais realizar
o serviço. “Ficamos tristes
porque todos usam o
miniestádio, crianças e
adultos. O alambrado está
quase todo danificado, e as
pessoas andam de moto no
meio do campo para cortar
caminho. Tomei como
minha a responsabilidade
irrigar a grama e consegui
realizar o serviço até pouco
tempo atrás, mas desde que
a bomba quebrou, não
pudemos fazer nem mais
isso. À noite o espaço é
tomado por usuários de
drogas”, disse ele.
O porteiro José Vilela,
outro morador da região,
reclama do abandono do
espaço, sobretudo para as
crianças.”Esta é nossa única
opção de lazer. Acabando
o campo, as crianças vão
fazer o quê? Onde elas
poderão se divertir?”,
questiona.
Implantados na gestão
do ex-prefeito Roberto
França, os miniestádios
faziam parte do projeto
“Bom de Bola, Bom de
Escola”, que incentivava
alunos da rede pública de
ensino à prática de esportes,
sob a condição de terem
notas acima da média.
França lamenta que o
projeto esteja abandonado,
afirmando que para
conseguir os recursos para
viabilizar o “Bom de Bola”
teve que fazer uma
“peregrinação” em Brasília.
“Quando assumi a
prefeitura de Cuiabá,
tínhamos apenas um
miniestádio. Entreguei a
cidade para o próximo
prefeito com outros 26, e
eles atendiam
principalmente as regiões
mais carentes, com objetivo
de levar lazer às pessoas e
incentivar a prática de
esporte e os estudos dos
jovens, por meio do projeto
‘Bom de Bola, Bom de
Escola’. Se eles estão
descuidados, lamento pela
falta de zelo. Foi muito difícil
conseguir verbas em Brasília
para viabilizar esse projeto”,
ponderou ele.
O comerciante Antônio
Carlos, outro residente do
Jardim Cuiabá, afirmou que
a prefeitura, por meio do
secretário municipal de
Esporte e Cidadania, Carlos
Brito, já apresentou um
projeto de reforma do
miniestádio do bairro –
inclusive com verbas
liberadas para sua
execução. Contudo, o
representante da pasta de
Esportes não soube precisar
quando começariam as
obras.
“Recebemos a visita de
engenheiros e do secretário
de Esportes, Carlos Brito.
Eles têm um projeto para
reformar este miniestádio,
afirmando inclusive que ele
está vinculado à Secopa,
com verbas já garantidas.
Mas nenhum deles soube
informar quando sairia do
papel”, afirmou o
comerciante.
O secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes (PT),
acena para uma saída estratégica da pasta – após oito anos
sob seu comando – em meio ao que já pode ser
considerada a gota d’água à sua questionada gestão:
licitação de R$ 7,7 milhões para fornecimento de refeições
requintadas à secretaria, e que acaba de ser cancelada pelo
Tribunal de Contas do Estado. Gota d’água porque Ságuas
teve as contas de 2011 reprovadas, o índice de aprovação
de alunos de escolas públicas no Enem é pífio, obras de
construção e reformas com atrasos de mais de dois anos,
escolas caindo aos pedaços e professores em greve por
conta dos baixos salários e falta de condições de trabalho.
Mais de 440 mil alunos estão sem aula. E para completar,
outro um drama atinge de forma fatal a Educação em Mato
Grosso: a violência. Sem segurança, o local criado para
promover a cidadania transformou-se em palco de
homicídios, consumo e tráfico de drogas. Crianças pobres,
muitas sem estrutura familiar, vítimas de abandono, chegam
à escola e encontram paredes rachadas, goteiras,
vazamentos, quadras depredadas e professores
desanimados. Triste retrato da Educação no Governo Silval
Barbosa.
“Fico imaginando que existe
“Fi
uma sina no Palácio
Alencastro. A sina do Palácio
mentiroso, porque sai um
Pinóquio e entra outro.”
Vereador Toninho de Souza (PSD), referindo-
se ao prefeito Mauro Mendes (PSB), que
enquanto candidato alegou que não iria
retirar os cobradores dos ônibus da Capital e
depois de eleito mudou o discurso.
“Da porteira pra dentro os produtores fizeram grandes investimentos em
tecnologia. Precisamos, agora, de uma melhor infraestrutura de transporte,
para fazer com que o produto chegue com competitividade aos grandes
centros do Brasil.”
Diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, sobre a necessidade de investimentos na
logística de transporte na região Centro-Oeste.
“Existe um descontentamento daqueles que preferem o conforto do
emprego público, da estabilidade de emprego e que está
descomprometida com a produção.”
Deputado federal Pedro Henry (PP) afirmando que profissionais da saúde criticam o
sistema das OSSs por serem acomodados e não ter compromisso com o povo.
“A emergência pode se
justificar uma única vez, após
isso deixa de ser uma
emergência para ser uma
rotina. A prorrogação
demonstraria que o serviço é
de natureza contínua.”
Luiz Henrique de Lima, conselheiro
substituto do TCE, em
determinação que impede
prefeitura de Várzea Grande de
prorrogar contrato, por dispensa
de licitação, para locação de
veículos para o município.
“A manutenção dos vetos do
Executivo nos incentiva a lutar
mais para que a população
consiga acessar os benefícios
inseridos nos projetos
barrados pelo prefeito da
cap i t a l . ”
Presidente da Câmara de Cuiabá,
João Emanuel (PSD), ao comentar
manutenção dos vetos do Executivo
em relação aos projetos de lei do
transporte coletivo urbano, que
haviam sido aprovados pela Casa.
Mi n i e s t ád i o s f o r am c on s t r u í do s na
ge s t ão do p r e f e i t o Robe r t o Fr an ça
Quad r a s não r e c ebe r am n e nhuma manu t e n ç ão
da P r e f e i t u r a de s de a con s t r u ção