CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 21 A 27 DE FEVEREIRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
COM QUE CORPO EU VOU?
Por Soraia Fava
Soraia Fava é Educadora
Física, faz Gestão e
Treinamento, é pisciana e
conectada com seus sonhos!
CULTURA DA VIOLÊNCIA. ATO I
ANDBAG
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
Olhei no espelho e vi um João
adulto, gordo, com rugas, barba por
fazer. Simplesmente decadente.
Quanto mais se vive, mais perto da
morte. Não sei se era reflexo de mim
ou se era reflexo dos meus
sentimentos. Sentimentos obesos que
pesam as juntas da esperança.
– Se gritar e xingar contam como
agressão, Maria Alice deveria ter me
denunciado naquela noite – confesso
encarando meu reflexo, lembrando
de uma festa na década de 90.
Não era por menos. Aquele
dado não saía da minha cabeça.
Uma em cada três. Um, dois, três.
Você. Uma em cada três. Um, dois,
três. Você. Um dia antes, folheando
um material da Avon, leio que,
segundo a Organização Mundial da
Saúde, uma em cada três mulheres já
sofreu agressão sexual ou física. Por
exemplo. Minha mãe tem nove irmãs.
É o mesmo que dizer que três já
apanharam do marido. E já devem
ter apanhado mesmo. Se não foi do
marido, foi do namorado ciumento.
Se não foi o técnico que alicia o
jogador, foi a Professora que se
diverte com aluno. E parece que isso
não é nada. A pessoa se acostuma à
violência. Entrevistei seis homens
presos pela Lei Maria da Penha para
um documentário. Um deles havia
espancado sua mulher até a morte.
Depois de duas horas no Carumbé,
não consegui adivinhar qual deles
havia assassinado a esposa. A culpa é
do crack. É da cachaça. “É só quando
bebe, moço. Não deixo faltar nada lá
em casa. Ela me deixa louco. Se eu
largar dela, vai ser o que da minha
vida?”.
Quase me convenceram que são
todos inocentes. Vai Tereza, me diz ai,
qual deles matou a esposa? – cutuco
a assistente social.
– Se eu te disser quem é e
aparecer no documentário, ou mesmo
na internet, ele me mata. Na surdina.
Intrigante que os atos da
agressão, dos gritos, dos chutes, não
acontecem na rua. São a maioria
assim, na surdina. O homem agressor
não faz na sala, na frente de todo
mundo. Ele vai no quarto e tranca a
porta. Se está na rua, ele espera
chegar em casa. Se tem visitas, espera
elas irem embora. São sempre
covardes. Aliás, aprenderam a ser
covardes. A grande maioria dos
agressores tinha um pai agressor, um
tio estuprador. Tinha um avô pedófilo.
Já havia sofrido abuso sexual. Um
doente criando doentes. A violência
fica intrinsecamente ligada à cultura,
como o chamamé, como o
rasqueado, como o siriri. Devemos
mudar essa cultura. Mato Grosso é o
pioneiro na aplicação da Lei Maria
da Penha, líder proporcional em
número de denúncias e realiza,
através da Sala da Mulher e do
Ministério Público, campanhas de
impacto e educativas. Mas precisamos
de mais. Precisamos do envolvimento
e entendimento do mais rico ao mais
pobre. Precisamos fazer da educação,
do esclarecimento, a maior arma da
transformação em todos os níveis.
Precisamos de ensino para usar, em
vez de grades, poesia. Precisamos de
ciência para construir, em vez de
prisões, escolas. Precisamos de cultura
para consumir, em vez de ignorância,
conhecimento. Precisamos de instrução
para usar, em vez de ataduras e
caixões, livros.
Ultimate Sandbag Training (USB) é
ma metodologia de treino criada pelo
mericano Josh Henkin e nada mais é
ue um treinamento com saco de areia.
sse treinamento é utilizado desde 2005
or unidades especiais de elite, policiais,
ombeiros, esportistas olímpicos em mais
e 80 países. Agora está caindo nas
raças dos praticantes de atividade física
ganhando popularidade no mercado
itness mundial. A diferença entre o
andbag e os treinamentos de saco de
reia convencionais a que estamos
costumados de artes marciais e lutas é
ue ele parece uma mala de mão
aquelas que levamos para viajar ou
ma mochila de academia. O princípio
o treinamento é que o peso do saco
ode mover-se durante todo o exercício,
orçando o corpo a se estabilizar e a se
ontrair globalmente nas mudanças de
ovimento, recrutando assim mais fibras
usculares, levando a um melhor
endimento.
Como a carga está sempre em
ovimento, há uma grande dificuldade
e levantamento do saco, pois você
recisa desenvolver força na mão para
oder fazer as repetições até o final
força de preensão). A grande sacada do
andbag é a instabilidade gerada
durante todo o movimento, preparando
seu corpo para as cargas instáveis com
que lidamos no dia a dia, obrigando o
corpo a desenvolver músculos
estabilizadores e profundos. O desafio no
treinamento com o Sandbag é constante,
mas muito motivante!
O Sandbag pode ser pensado como
um acessório inovador em que cada
repetição é diferente da outra, gerando
um desafio constante, ativando todos os
músculos possíveis, inclusive o Core. Se
você já treina, vá fazendo substituições
com o seu programa habitual, pois
mesmo sendo exercícios comuns, o uso
do Sandbag faz com que esses exercícios
pareçam estar sendo executados pela
primeira vez; só depois adicione
exercícios mais avançados. O treinamento
com Sandbag proporciona
condicionamento cardiovascular,
hipertrofia, definição muscular e ainda
ajuda no emagrecimento, pois tem um
alto gasto calórico. Só não esqueça de
procurar um educador físico certificado
pelo método, para evitar lesões e ter de
interromper seu treinamento.
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