CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 7 A 13 DE FEVEREIRO DE 2013
POLÊMICA
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Tribunal de Contas do Estado já investigou superfaturamento envolvendo contrato de compra de combustível.
Por Sandra Carvalho. Fotos: Pedro Alves
MARMELEIRO
Governo desperdiça 20% do contrato
O Governo de Mato
Grosso está pagando
R$2,99 pelo litro da
gasolina ao Auto Posto
Marmeleiro, revendedor
local, para abastecer
sua frota – mesmo valor
pago na bomba pelo
consumidor comum –, o
que representa 20% a
mais do que pagaria se
comprasse direto da BR
Distribuidora. Isso
significa que o Estado
está jogando na valeta 5
milhões de litros de
combustível levando em
consideração que o
último contrato de um
ano prevê o consumo de
28,8 milhões de litros.
Detalhe: a base regional
da BR Distribuidora fica
no Distrito Industrial de
Cuiabá, a poucos
quilômetros da sede do
Palácio Paiaguás.
Na edição passada
(424) o
Circuito Mato
Grosso
revelou que o
governador Silval
Barbosa (PMDB) optou
por deixar de comprar
combustível direto da
fonte (BR Distribuidora
Petrobrás) para comprar
o produto de um
revendedor local,
fornecedor exclusivo dos
órgãos do Executivo. E
que essa nova estratégia
acabou elevando, em
um ano, de R$54
milhões para R$72
milhões os gastos com
combustível, R$18
milhões a mais de
despesas.
O deputado
estadual Ademir
Brunetto, do PT, ao
tomar conhecimento do
que sugere ser um
grande desperdício de
dinheiro público no
contrato de compra de
combustível do Governo
de Mato Grosso,
anunciou que vai entrar
com um requerimento
junto à Secretaria de
Estado de Administração
(SAD) solicitação
informações detalhadas,
em caráter de urgência,
a respeito do contrato
entre o Governo e o Auto
Posto Marmeleiro.
“De posse dessas
informações, vamos
levá-las ao Tribunal de
Contas do Estado para
Governo escolhe pagar mais caro
O Governo do Estado, que consome em torno de 28,8 milhões de litros de
combustível por ano, está pagando o mesmo valor por litro que o consumidor
comum paga na bomba quando poderia comprar o produto 20% mais barato
direto das distribuidoras Petrobrás.
Secretário de Maggi confirma
economia na compra direta
Secretário de
Administração da gestão
do ex-governador Blairo
Maggi, Geraldo De Vito
confirmou ao
Circuito
que comprava da
Petrobrás anteriormente
porque o preço do litro
do combustível saía bem
mais em conta do que
comprar em
distribuidoras locais,
como ocorre
atualmente. Na época,
a SAD chegou a
construir um posto na
região do Centro
Político e Administrativo
(CPA) para facilitar o
abastecimento dos
veículos e garantir o
controle da saída de
combustível. Assim que
assumiu, Silval Barbosa
parou de comprar da
Petrobrás e passou a
comprar exclusivamente
do Auto Posto
Marmeleiro, em que
pese o preço do
revendedor ser muito
mais caro do que o do
distribuidor. O posto
hoje não passa de um
prédio depredado,
abrigo para vândalos.
que os conselheiros
façam um levantamento
técnico dos valores
praticados”, anunciou o
deputado, que inclusive
pediu, na tribuna,
respostas às informações
contidas na reportagem
do
Ci r cu i to Mato
Grosso
em sua edição
424. “Esse governo está
fazendo coisas que até
Deus duvida”, bradou o
deputado, que já está
pedindo ao PT nacional
para que a sigla
abandone a base de
sustentação do governo
Silval Barbosa.
Desde 2009 a
Prefeitura compra
combustível do
Marmeleiro e, assim que
assumiu, há pouco mais
de 30 dias, o prefeito
Mauro Mendes renovou
contrato com o
revendedor, prova de
que também no Palácio
Alencastro os gestores
preferem gastar mais
comprando de
revendedores do que
das distribuidoras
Petrobrás. Na gestão do
ex-prefeito Francisco
Galindo (PSB), a
Prefeitura de Cuiabá
caiu no crivo do Tribunal
de Contas do Estado por
ter contratado, com
dispensa de licitação, o
Auto Posto Marmeleiro e
o Posto Canela,
pertencentes ao mesmo
grupo.
“Sem sombra de
dúvida, estamos a tratar
de caso de burla a
procedimento licitatório,
com dispensa irregular
de licitação para o
benefício de poucos em
detrimento da maioria,
pois em nenhuma das
hipóteses analisadas de
cancelamento e não
homologação do
certame houve
justificativa bastante que
ensejasse a não
contratação das
empresas vencedoras”,
diz parecer do TCE.
O que o TCE
verificou, à época,
foi
a con t r a t ação de
emp r e s a s f o rmada s
pe l o me smo g r upo
societário
, tanto na
primeira vez que houve o
cancelamento do Pregão
n° 36/2009 quanto no
segundo caso em que
não se promoveu a
homologação do
certame (Pregão
Presencial n° 02/2010).
Posto Marmeleiro vende gasolina para o Governo pelo mesmo preço que vende para o consumidor comum
Conselheiro Valdir Teis já analisou suspeita de
superfaturamento
Distribuidora BR tem base em Cuiabá
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