CIRCUITOMATOGROSSO
Ano IX - Edição 425
Cuiabá, 7 a 13 de fevereiro de 2013
Venda Proibida
Diretor de Redação: Persio D. Briante
PÉROLAS
Silval está ludibriado
ou ludibriando?
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G
3
MARMELEIRO
Governo do Estado
paga 20% mais caro
P
G
7
INSALUBRIDADE
Servidor público está
adoecendo em MT
P
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4
CAPITALISMO. SEMPRE ELE
A idolatria do consumo é
o calvário da humanidade.
De tanto querer lucrar, o
homem trocou o próprio
homem pelas máquinas. Em
prol da produção em massa,
o ser humano, que na
verdade não passa de mais
um animal, se torna a cada
dia mais egoísta, mais
competitivo e infinitamente
mais violento. No mundo do
capital, o pasto de engorda,
o marfim do colar, o
diamante do anel, têm mais importância que um rio
limpo, do que um ar puro, do que um pobre bem
nutrido. Destruiu-se no último século mais do que todo o
restante da humanidade havia destruído. Hoje, 40% das
riquezas da Terra estão nas mãos de 1% dos habitantes
deste mesmo mundo. O sistema monetário é mais forte
que qualquer religião. Empresas globais têm mais PIB
que países ricos, como a Arábia Saudita. Companhias
internacionais visam lucro a qualquer custo, doa a quem
doer, morra quem morrer, têm diretores que faturam mais
que a maioria das prefeituras brasileiras. E é óbvio que
para essas megaempresas não era interessante investir
em cultura. Um povo culto gera menos lucro. Um povo
culto lê mais e vê menos propaganda na televisão. Um
povo com educação não vai comprar mais do que pode,
não vai se entupir nos juros, não vai parcelar sua saúde
em 12 vezes sem juros. Não vamos falar que Chico é
muito melhor que Rihanna. Chico não vai vender para
todas as classes. Não vai ter rebolado. Não vai lançar
uma nova moda. Mas tudo evolui. O consumidor
mudou. O consumidor quer consumir quem é igual a ele,
quem tem a mesma índole que ele, quem compartilha a
mesma opinião que ele. Infelizmente nem todas as
empresas ainda enxergaram isso. A grande maioria das
empresas do Estado não entendem que investir no
patrocínio e no marketing cultural é uma necessidade para
qualquer empresa que queira sobreviver neste novo
mercado consumidor. Vê se o Bradesco quer deixar de
pagar milhões de reais para colocar sua árvore de Natal
no meio da Lagoa Rodrigo de Feitas, no Rio de Janeiro?
Vê se a Petrobras quer parar de patrocinar o Festival de
Cinema de Canudos? O investimento em marketing
cultural gera maior fidelidade que qualquer propaganda
genial da TV. A verdade é que não tem maneira melhor
de manipular uma massa do que você fazer parte dessa
massa. A marca vai fazer parte da música preferida que
lembra um grande amor. A marca vai fazer parte da
primeira vez que sorriu no teatro. Vai fazer parte do livro
de cabeceira. Vai estar nas lixeiras das escolas ensinando
a coleta seletiva de lixo. As empresas devem ter a
consciência que a partir do marketing cultural ajudamos a
preparar as novas gerações para a ciência, para o
desenvolvimento sustentável, para colocar o amor em
prática, para fazermos não só um futuro mas,
principalmente, um presente melhor.
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
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JoãoCarlosManteufel,
mais conhecidocomo
JoãoGordo, é umdos
publicitários
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