EDIÇÃO IMPRESSA - 501 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 14 A 20 DE AGOSTO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
DUPLAS CELEBRAÇÕES
Quando setembro chegar, a manga
e o caju vão exalar o seu perfume nos
cantos da cidade, aliás, são poucos os
quintais que podem se dar ao luxo de
sentir esse aroma cuiabano. Do verde
existente nos centros urbanos,
podemos encontrar a beleza dos ipês,
anunciando a chegada da primavera.
Eita, Cuiabá, você poderia estar mais
catita, como já dizia o saudoso poeta
Carmindo de Campos. E os bailados do
verde, as revoadas das palmeiras
imperiais tocando no olhar humano,
realmente é uma tristeza para D.
Aquino Corrêa ver a “Cidade Verde”
perdendo o seu encanto. As palmeiras
imperiais quase em extinção, numa
capital chegando aos 300 anos de
fundação, isto é falta de
conscientização dos nossos
governantes no plantio da mesma que
visa uma cidade que tem história do
Brasil Colonial. Iluminado pelo Espírito
Santo, o Pároco da Catedral padre
Edmilto Santos Mota dá início à
programação do mês de setembro, em
honra ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá,
considerado o padroeiro de Cuiabá. A
programação é extensa, vai de 1º a 28
de setembro, às 17h, com Santa Missa
e Procissão, às 19h horas com
quermesse, com comidas típicas na
Praça da República, onde temos certeza
que a população vai louvar o seu
padroeiro que recebe a todos os
cuiabanos de coração e de alma, de
braços abertos. As duplas celebrações
têm tudo a ver com esta atmosfera
desta cidade hospitaleira, regada na fé,
esperança, a cada dia a conscientização
brota nos corações humanos em
preservar o verde, as flores que nos
trazem a paz. Portanto, vamos celebrar
setembro, o mês do Bom Jesus de
Cuiabá, participando da programação e
dando a nossa parcela de contribuição.
É bom lembrar que a Santa Teresa de
Calcutá expressa: “Nesta vida não
podemos realizar grandes coisas.
Podemos apenas fazer pequenas coisas
com um grande amor”. Já Santa
Terezinha do Menino Jesus avisava:
“As flores são beijos que a terra
oferece ao céu e as crianças são
carícias que a terra recebeu de Deus”.
Belos exemplos deixados por elas, só
nos falta segui-los.
BOM JESUS, NOSSO
PADROEIRO
Quando entro na Catedral Basílica
do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, saio
de lá revigorado com a presença de
Jesus em minha alma e espírito. É a
força da fé. E acreditar que neste
momento renasce o amor. Segundo
dados históricos, quando a imagem do
Senhor Bom Jesus chegou em terras
cuiabanas, veio em romaria em
procissão, sendo colocada em um altar
lateral da Igreja Matriz ao lado do
Evangelho. Houve missa cantada e
sermão pregado pelo Padre Frei José de
Angola, religioso franciscano. Houve
banquete e fogos, e três dias de
festividades, tudo custeado por devotos
de bom poder aquisitivo, tudo de graça
para a população. Relembrar a
importância do nosso padroeiro, Bom
Jesus de Cuiabá, talvez amenize a falta
de fé e transparência na administração
pública, a violência que assola os
quatros costados da cuiabania. A
Irmandade do Senhor Bom Jesus de
Cuiabá começou a ser organizada por
volta de 1728. O compromisso da
Irmandade do Senhor Bom Jesus era
ligada na administração da Matriz. Um
fato interessante preconceituoso da
época: o número ilimitado de irmãos,
contanto que fossem pessoas brancas,
de boa convivência e fama, e que não
tivessem culpa no que merecesse pena
vil. Se compararmos aquela época com
a de hoje, não houve mudança
nenhuma, as classes sociais são
divididas até hoje, neste país de
tupiniquins. Hoje, com inúmeros fiéis,
o tempo-espaço no centro urbano, a
Catedral Matriz, sinônimo de grandeza,
de maior proteção espiritual e fé para a
sociedade católica da capital.
EM TEMPO DE POLÍTICA
Em época de política, até em
batizado de boneca eles fazem
aparições públicas. Se fôssemos lá ao
passado, os políticos tinham o seu
ideal, hoje eles visam os holofotes e
notícias em mídias para enaltecer o seu
ego e vaidade. De acordo com os
costumes da época, a mudança da
situação trazia como consequência a
imediata derrubada do funcionalismo
público. A política continua assim
mesmo, quem entra para o poder
exonera a todos da mudança da
situação, para agregar os companheiros
dos acertos políticos.
Os indicados, apadrinhados da
corrente vencida eram exonerados de
alto a baixo. O antigo lema dos
romanos “ai dos vencidos!” era
aplicado com implacável dureza. O
exemplo vinha do Império, quando os
partidos se revezavam no poder e o que
subia não perdoava aos correligionários
do outro: eram todos varridos de seus
cargos. É bom lembrar que naquele
tempo não havia enriquecimento ilícito,
escândalos de roubalheiras e pautas de
corrupção nos veículos de
comunicação. Em tempo de política, o
gesto de humildade é o fator primordial
de alguns candidatos, a simpatia se
espalha pelo ar e a boa educação fala
mais alto, as promessas são pautas
ilusórias para fixar na mente dos
eleitores. Em alguns redutos liderados
por caciques ou raposas da política, se
dizia aos seus eleitores: “Chora,
bugrada que o pranto é livre”, e assim
as eleições caminham nos sonhos
irreais da população brasileira. A
cantora Elis Regina expressava numa
canção: “choram Marias e Clarisses, no
solo do Brasil”.
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