CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 30 DE JANEIRO A 5 DE FEVEREIRO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
I n f o : ( 6 5 ) 3 3 6 5 - 4 7 8 9
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
ARTE NÚMERO 7
Por Caio Porto Moussalem
O LOBO DE WALL STREET
CATEDRALÉ SÍMBOLO
DA HISTÓRIA
Quando fevereiro chegar,
no templo onde está a imagem
do Bom Jesus de Cuiabá logo os
sinos voltarão a tocar as
badaladas da Ave-Maria, os
ponteiros dos relógios
anunciando a hora certa para os
fiéis participarem da Santa
Missa. A imagem do Senhor
Bom Jesus de Cuiabá, que
venceu as adversidades da
natureza até chegar e instalar-se
no altar da Matriz de Cuiabá,
passou a integrar a identidade
do povo cuiabano. Neste espaço
urbano, bem no centro da vila e
hoje da cidade, o templo que um
dia foi Matriz, depois Catedral,
e hoje Catedral-Basílica do
Senhor Bom Jesus de Cuiabá,
viu nascer e crescer, na
memória da comunidade
cuiabana, a construção do signo
Bom Jesus. O pároco da
Catedral do Senhor Bom Jesus
de Cuiabá, padre Ademilton
Motta, pretende reorganizar a
Irmandade do Senhor Bom
Jesus de Cuiabá, para estruturar
a festa principal do padroeiro da
cidade em 1º de janeiro, e conta
com total apoio da comunidade
e dos devotos do Senhor Bom
Jesus. É bom lembrar que a
Irmandade do Senhor Bom
Jesus de Cuiabá começou a ser
organizada por volta de 1728. A
Catedral continua sendo o
símbolo da história, rica em
tradição popular, nas
manifestações folclóricas,
expressão de riqueza e de arte,
explosões de alegria e prestígio
religioso. É o único canal para a
manifestação popular
espontânea.
IMORTALIZADAS PELA
ELEGÂNCIA
Nos bastidores da
tradicional sociedade cuiabana,
quando a eterna capital de Mato
Grosso, a querida Cuiabá
celebrou os seus 250 anos em 8
de abril de 1969, o colunista-
social badalado da época, Dino
Danuza, o popular Jejé, lançou
em sua coluna as mais elegantes
do “Baile de Gala”, ocorrido no
Clube D. Bosco, com o Buffet
assinado por Elza Biancardini.
Nos comentários sociais, muitas
mulheres foram imortalizadas
pelo colunista nos 250 anos de
Cuiabá, são elas: Lídia Carvalho
Alves Corrêa, Gilda Ricci
Rabelo Leite, Elcir de Campos
Cuiabano, Carmen de Souza
Pimenta, Leila Affi Coelho,
Carmelita Yonezawa, Josephina
Paes de Barros Brandão de
Lima, Therezinha Fava
Biancardini, Terezinha Eubanck
Ricci, Mariéte Vieira, Helena
Müller Abreu Lima, Rita
Generosa Müller Pereira da
Silva, Nelly Affi Candia, Noêmia
Affi Santos Costa, Mery Affi
Curvo, Helena Candia de
Figueiredo, Estela Curvo de
Aquino, Dilza Curvo Bressane,
Elina Botelho de Campos, Nelly
de Campos Barros, Elza
Victória, Elza de Almeida Alves
Corrêa, Senhorita Duarte
Monteiro, Edna Perry Ricci,
Maria augusta Vieira de
Figueiredo, Maria Lygia de
Borges Garcia, Anna da Costa
Pinheiro, Alaidinha do Prado,
Lais Granja de Souza Vieira,
Nini Constantino, Oacyr Neves
Müller, Aidê Ponce de Arruda
Levi, Aidê Bicudo Andrade
Lima, Laila Mussa Nadaf,
Lourdes Campos de Oliveira,
Dulcidia Ramos, Ana Maria do
Couto, etc. A elegância do casal
anfitrião da época, a primeira-
dama do Estado, a jovem
senhora Maria Aparecida
Pedrossian, com apenas 20 anos
era considerada a primeira-dama
mais nova do país, ao lado do
então governador Pedro
Pedrossian, recebia as grandes
expressões notáveis da
sociedade cuiabana. Essas
mulheres marcaram época na
tradicional sociedade cuiabana,
no social, na política, na
cultura, na musicalidade, na
filantropia, enfim, elas
levantavam bandeiras para
ajudar ao próximo. Cuiabá,
Berço da História, das mulheres
imortalizadas pela elegância.
O Lobo de Wall Street
, de
Martin Scorsese, é a quinta
colaboração do ator Leonardo
DiCaprio com o diretor nova-
iorquino. O filme, baseado em
um livro homônimo, é um dos
grandes nomes do Oscar 2014
com cinco indicações.
Essa é a incrível história
real de Jordan Belfort
(DiCaprio), ex-corretor da
Bolsa de Nova Iorque que virou
um milionário na década de 90
vendendo “penny stocks”
(ações de pequenas empresas,
vendidas mais frequentemente
para pessoas com pouco ou
nenhum entendimento sobre o
mercado de ações). O
enriquecimento meteórico subiu
à cabeça de Belfort e logo ele
entrou na trilha do crime, da
corrupção e das drogas.
Essa é uma clássica história
sobre a ganância americana
(tema que voltou com força à
pauta hollywoodiana desde a
crise de 2008), mas Scorsese
não ‘perde’ tempo julgando a
imoralidade associada ao tema.
O filme se preocupa unicamente
em mostrar – em quase três
horas – a ascensão e a queda do
‘American Dream’ de Jordan
Belfort.
DiCaprio nos entrega uma
atuação viciante que é,
provavelmente, a melhor de sua
carreira e deveria ser
recompensada (já é hora!) com
o Oscar de Melhor Ator. Jonah
Hill brilha como Donnie Azoff e
prova que é muito mais do que
um ator coadjuvante; e Matthew
McConaughey é tão estupendo
em míseros 10 minutos de
participação que só temos olhos
para ele.
Scorcese acertou em cheio
e nos entregou um filme
enérgico, denso e divertido.
Sim... esta é, sem dúvida, uma
das maiores concentrações de
imoralidade por ‘película
quadrada’ da história do
cinema, mas esse é um retrato
muito fiel do nosso tempo.