EDIÇÃO IMPRESSA - 465 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 7 A 13 DE NOVEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
Info: (65) 3365-4789
REFLEXOES
PPor Marco Ramos
Marco é numerólogo, advogado
e troca de nome de acordo com a
energia do momento
O PAÍS DO CRISTO REDENTOR E A VIOLÊNCIA
ARTE NÚMERO 7
PPor Caio Porto Moussalem
THOR: O MUNDO SOMBRIO
Dados divulgados esta
semana pelos órgãos
responsáveis mostram a face
mais horrenda de nossa
sociedade que se diz pacífica,
alegre, simpática e
carnavalesca, conforme
estereótipo de nosso povo.
Temos hoje cerca de 50 mil
assassinatos por ano, e estima-
se que cerca de 8 mil não estão
computados nestes dados, ou
seja, a pessoa é morta e anos
depois descobrem o corpo, mas
muitas vezes nem a causa.
Somados a isto estamos vendo
aumentar de maneira
assombrosa o número de
violência sexual, sem contar as
outras formas de violência:
contra a mulher, contra minorias,
furtos, acidentes de trânsito etc.
O rol é imenso tanto quanto a
dimensão do país. Me lembro
bem que na década de 80, a
década perdida, com
hiperinflação, transição de
regime militar para o
“pseudodemocrático” de agora,
índice de pobreza alto, falta de
perspectivas de crescimento
(tanto que milhares de brasileiros
migraram) etc., com todos
aqueles problemas que tínhamos
a violência era menor, mas ali já
estava dando sinais de
perspectivas para aumento. Era
o embrião de uma nova
sociedade que estava prestes a
nascer com esta nova face.
Naquela época quando eu fazia
a faculdade de direito, nos
congressos e seminários, a tese
geral era de que nossa violência
era fruto da pobreza e que
bastaria o país começar a
crescer que naturalmente iria
cair. Alegavam que se somava a
isso a falta de perspectivas
diante de um cenário caótico
criado pela hiperinflação que
girava em torno de 80% ao mês
nos seus últimos momentos. Há
mais de 10 anos a temos sob
controle, vimos o país crescer,
melhorar a renda dos
trabalhadores, criar perspectivas,
temos pleno emprego, as
empresas têm dificuldades em
preencher as vagas, temos uma
nova classe média, etc. etc.,
tudo o que os leitores já sabem.
Mas a pergunta que fica é: qual
a razão de não ter diminuído já
que os analistas da época
apontavam que seria automático
isso com o crescimento e
estabilização e empregos? O
que deu errado? Esta é a
grande questão de hoje para os
especialistas e cada um
apresenta uma nova tese. Mas
vou dar um chute: “Num país
com nossa dimensão aonde os
valores são supérfluos, chulos,
baixíssimo nível cultural, um
povo que não lê, não se
interessa por cultura e nossos
gestores não estimulam sequer
uma biblioteca pública, um
povo que valoriza mais a bunda
do que o mérito, que ainda usa
diariamente a Lei de Gerson,
que tem apenas jogadores de
futebol e modelos como ícones,
que nunca produziu nada em
prol da humanidade nos últimos
tempos, que nunca teve um
ganhador de Prêmio Nobel
(somente a Universidade de
Chicago produziu 70
ganhadores do Prêmio Nobel,
SETENTA!!!!). O que mais
poderia nascer daqui?” Tudo
bem que a sociedade americana
também é violenta e tem a
maior população carcerária do
mundo, e estamos em segundo
lugar. Mas quanto aos valores
positivos, não temos nada pra
comparar e concorrer com a
sociedade americana nem como
nenhuma outra civilizada!
Produzimos mais violência do
que países em guerra! E por
final, corrupção há em qualquer
lugar, mas nossa sociedade é
uma Indústria chinesa na
capacidade de produzir
corruptos, mas pior é seu povo
que ainda sustenta e reelege
estes maus exemplos! Está na
hora de pensar em substituir o
Cristo Redentor por algum outro
que represente melhor nossa
nação, pois não estamos
fazendo jus ao que este homem
pregou há 2 mil anos!
Thor: O Mundo Sombrio
é
o segundo filme-solo do super-
herói/Deus filho de Odin. Dessa
vez, o mediano Kenneth Branagh é
substituído pelo diretor Alan Taylor,
que mesmo possuindo uma
experiência maior na TV (dirigiu
episódios de
Os Sopranos
,
Mad
Men
e
Game of Thrones
), faz um
trabalho bem melhor do que o
diretor do primeiro
Thor
(2011).
Nesse terceiro capítulo – não
esquecendo que o segundo é
Os
Vingadores
de 2012 – Thor (Chris
Hemsworth) enfrenta uma ameaça
que pode derrubar não só Asgard,
sua terra natal, mas todos os
‘Nove Reinos’... o que inclui – é
claro – o Planeta Terra! O Elfo-
Negro Malekith (Christopher
Eccleston)
recupera o Éter,
uma poderosa
arma
escondida há
séculos e, com
ela, ameaça
tornar o
universo um
lugar
sombrio...
então, para
salvar o
indefeso
universo (!) e a
sua amada – a
cientista
terráquea Jane
Foster (Natalie
Portman) –
Thor se vê obrigado a fazer uma
aliança com seu traiçoeiro irmão
adotivo Loki (Tom Hiddlestone).
Bem... O que tem de ser dito
aqui é que esse último filme
é
muito mais sombrio e corajoso que
o primeiro. A direção é claramente
mais madura. Os efeitos são
ótimos. A atuação de Hiddlestone
como Loki é excepcional e cada
vez mais cativante... mas o roteiro
poderia ser melhor. Existe certo
excesso de subtemas e o filme
tenta desesperadamente resolver
todos eles, o que acarreta em
passagens muito rápidas de um
momento de emoção para um de
comédia, por exemplo. Mas
apesar desse ritmo apressado e
um pouco descompassado, o filme
é divertido e vale muito a pena...
Nota 7.5!
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
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