CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 7 A 13 DE NOVEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
PPor Rosemar Coenga
o
LEITURA: UM CASO DE AMOR
LAZER CUIABANO
Diversões cuiabanas
pouquíssimas, lazer era
piquenique, tomar banho nos rios
que ficavam próximos, Cuiabá e
Coxipó. As distrações, a reunião
no Jardim Alencastro, nas quintas-
feiras e domingos, a animação era
maior, com a retreta que agitava a
população cuiabana. A
população se reunia por ocasião
das festas religiosas: Senhor
Divino, Nossa Senhora do Rosário,
São Benedito, São João, Santo
Antonio, que ainda repetem, mas
sem a animação de outrora que
mexia com a alma humana.
Acontecia a famosa seresta,
serenata, que varava noites sob o
som de um bom violão, sax, vozes
afinadas que davam um toque de
suave paquera nas janelas das
moças cuiabanas. E os bailes eram
atrações máximas nas casas de
família, aniversários, casamentos,
bodas, som excelente com
renomados conjuntos musicais
locais. O piano era peça
obrigatória nas residências das
famílias mais abastadas, havia
sempre alguém para tocar o
piano, contando sempre com as
participações das duplas de
renomadas mestras como Zulmira
Canavarros e Dunga Rodrigues.
Segundo as histórias vividas da
população cuiabana daquela
época da “sesta”, uma soneca era
o fator primordial como um bom
cuiabano gosta: a cidade criava
um cenário silencioso, as portas do
comércio eram fechadas, dava
uma sensação de cidade deserta.
AZEITE DE PEIXE
A fartura de peixes em nossos
rios era tanta que sobravam
lambaris para fabricação de “azeite
de peixe”, como aconteceu em
1910. Naquela época as
reivindicações da população
cuiabana eram por melhorias,
principalmente a de iluminação
pública da cidade, que era
abastecida por cardumes de
lambaris que se transformavam em
azeite. Neste apelo aos
mandatários máximos, o presidente
da Câmara, José Miranda da Silva
Reis, resolveu o problema precário
da capital, a falta de iluminação
em que se encontravam as ruas de
Cuiabá. Dada a largada nas ruas
de Cuiabá através dos lampiões
movidos a azeite, eles eram
mantidos acesos durante a noite, o
que representava segurança para a
população. Em noites claras, os
lampiões eram apagados a fim de
poupar despesas, mas tudo isso
acontecia mediante a fiscalização
da Chefatura de Polícia. E assim,
na Cuiabá terra dos meus amores,
no Beco do Candieiro havia
tocheiros feitos de barro com pavios
de algodão mergulhados em azeite
de peixe. Indicava que já era um
luxo uma rua iluminada naquela
época.
REVITALIZAR O PORTO
Revitalizar o tradicional bairro
do Porto é como se fossem encher
a alma humana de amor. Ali é que
os cuiabanos fixaram residência.
Surgiram as primeiras pensões e
hotéis, acolhida aos viajantes,
considerado o corredor do
comércio, por causa das
embarcações. O Porto de Cuiabá
passou a ser o destino dos
viajantes, a Capital tinha a última
referência: o rio que lhe dava o
nome, ponto final da longa
viagem. O projeto arrojado da
Prefeitura vai dar outro sentido ao
desenvolvimento no centro urbano
daquela região, não esquecendo
das memórias do lendário Porto.
No bairro do Porto foram erguidas
residências honradas de famílias
cuiabanas: Cel. Firmo José
Rodrigues, João Venâncio de
Arruda, Alexandre Addor,
Gonçalino de Barros, Chico
Mecchi, Cel. Luis Pedroso de
Barros, professora Tereza Lobo,
professor Nilo Póvoas, Dr. Lenine
Póvoas, o escritor cuiabano
Manoel de Barros, Cel. Virgílio
Alves Corrêa, José Aníbal Mouret,
professora Bernardina Ricci, D.
Maria Vaz de Figueiredo, D.
Presciliana Alves Corrêa, Gonçalo
Metello de Assis, Chico Pinto de
Figueiredo, D. Isabel Soído, D.
Relinda de Souza Bittencourt, D.
Neda Rueda Blanco, Antonio Leite
de Figueiredo, entre outras famílias
que deram vida e elevado padrão
cultural, social e econômico à
religião do querido bairro do
Porto.
Escritores, linguistas,
educadores, escritores tentam
responder à inquietante
pergunta: o que é leitura? As
respostas são diversificadas.
Atento à amplitude do
vocábulo, Paulo Freire, no livro
“A importância do ato de ler”
(1995), explica que a “leitura
do mundo é anterior à leitura
da palavra”. Muito antes de
decodificar palavras, o menino
Paulo Freire, morando em
Recife, em uma casa com
muitas salas e quartos, um
amplo pomar, lia as árvores do
quintal, os quartos, as salas, o
corredor. Tudo era objeto de
leitura.
Jean-Paul Sartre, no livro de
caráter autobiográfico “As
Palavras” (1990), relata suas
experiências com a leitura.
Criado no meio dos livros (no
gabinete do avô havia livros
por toda parte), o pequeno
Sartre, antes de aprender a ler,
já reverenciava os livros como
coisa sagrada.
De forma poética, Sartre
recorda as densas lembranças
do seu contato com a biblioteca
do avô: “Nunca esgaravatei a
terra nem farejei ninhos, não
herborizei nem joguei pedras no
passarinho. Mas os livros foram
meus passarinhos e meus
ninhos, meus animais
domésticos, meu estábulo e
meu campo; a biblioteca era o
mundo colhido num espelho;
tinha a sua espessura infinita, a
sua variedade e a sua
imprevisibilidade” (p. 37).
Manguel, autor do livro
“Uma história da leitura”, fala
sobre suas duas maneiras de ler
o texto literário: a primeira,
apressada, ofegante, às vezes
arremessando a história para
além da última página. Foi
assim que fez as leituras de
Rider Haggard, Conan Doyle e
Karl May. Foram as leituras
juvenis; a segunda, mais
voltada para o intelecto, uma
leitura racional, um exame mais
acurado do texto, isso só foi
possível com as leituras dos
livros de Lewis Carroll, Dante,
Kliping e Jorge Luís Borges.
Paulo Freire, Sartre e
Manguel são bons leitores –
eles complementam, recriam,
acrescentam sonhos e
enriquecem o texto-mãe.
Participam do livro como
coautores, sentem o sabor e o
saber do texto, identificam-se
com ele. Ser coautor de um
texto (poema ou prosa) é o
sonho de todo bom leitor.
SIGA AS INSTRUÇÕES ABAIXO PARA TER MAIS SAÚDE:
Wania Monteiro de
Arruda é nutricionista funcional,
aficcionada em receitas saudáveis
e saborosas, que divulga em seu
site e no Insta @wmarruda
NUTRITIVA
PPor Wania Monteiro de Arruda
1- Coloque uma folha de
couve no seu café da
manhã, por exemplo:
Suco de limão + 1 folha
de couve + 1 c. sopa de
semente de linhaça
dourada triturada. Bata no
liquidificador com gelo e
beba no seu café da
manhã. Ela ajudará a
limpar o seu organismo,
principalmente o fígado,
das toxinas.
2- Adicione ao seu
cardápio diário brócolis,
couve-flor, couve de
Bruxelas, agrião,
espinafre. São boas fontes
de antioxidantes que
evitam o envelhecimento
precoce e ajudam a
eliminar as toxinas do
organismo.
3- Beba muito líquido,
ele é importante para a
eliminação das impurezas
através do suor, urina e
fezes. Boa opção, além
da água, é o uso dos
chás de hibiscus e verde,
ricos em flavonoides que
ajudam no
rejuvenescimento, na
limpeza do organismo, no
não aparecimento de
doenças como diabetes,
hipertensão etc.
4- Opte por gengibre que
acelera a desintoxicação
do organismo.
Ferva por 3 minutos 1
pedaço de gengibre em
torno de três centímetros em
1 litro de água. Desligue o
fogo, acrescente 1 ½ c.
sopa do chá de hibiscus e
deixe por 10 minutos, coe e
tome 500 ml durante a
manhã e 500 ml durante a
tarde gelado ou quente,
sem adoçar.
5- Evite alimentos
industrializados, pois
possuem muito sódio em
sua composição, além dos
conservantes, edulcorantes
e acidulantes que são
produtos químicos que o
nosso organismo não
reconhece como alimento e
vai ter um ‘trabalhão’ para
eliminá-los, causando
vários problemas ao
organismo.