EDIÇÃO IMPRESSA - 464 - page 6

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 31 DE OUTUBRO A 6 DE NOVEMBRO DE 2013
GERAL
P
G
6
Presidente do Sinetran diz que servidores buscam a reestruturação do órgão, mas são classificados como ‘intrusos’.
Por Camila Ribeiro. Fotos: Mary Juruna
DETRAN
“Governo Silval é ditatorial e inflexível”
Em greve desde o
último dia 21, servidores
do Departamento Estadual
de Trânsito (Detran-MT)
cobram do Governo do
Estado, entre outros
pontos, a reestruturação
organizacional do órgão.
As reivindicações dos
profissionais são antigas,
contudo não estariam
sendo atendidas pelo
Estado, conforma alega a
presidente do sindicato da
categoria (Sinetran),
Veneranda Acosta, que
ainda classifica o governo
como “ditatorial e
inflexível”.
A sindicalista
argumenta que, “ao
contrário do que diz o
governador, eles não
Protesto é marcado
por clima de tensão
Os servidores em
greve aproveitaram a
inauguração da primeira
obra da Copa, ocorrida
na terça-feira (29), para
protestar por melhorias no
Detran. Durante o
manifesto, o clima foi de
tensão, com seguranças
do Governo do Estado e
homens da Polícia Militar
(PM) tentando conter os
ânimos dos manifestantes.
Em meio aos cerca de 30
servidores, podiam ser
observadas faixas com os
dizeres: “Governador, a
população tem que ter
retorno das altas taxas
pagas ao Detran”.
Enquanto a PM tentava
barrar a aproximação dos
manifestantes, ouviam-se
gritos de ‘Abaixo a
repressão’.
O governador
limitou-se a dizer que
nunca esteve fechado a
negociações, mas que a
proposta já avançou até o
‘ponto que ara possível’.
Por fim ele alegou que
“ano que vem termina
meu mandato, não posso
comprometer a futura
gestão”.
O secretário-chefe da
Casa Civil, Pedro Nadaf,
comprometeu-se a realizar
uma reunião com a
direção do sindicato, que
está previamente
agendada para esta
quinta (31).
TURISMO
Municípios não aproveitam potencial
Associação criada há 20 anos é reativada para dar visibilidade ao setor turístico em Mato Grosso.
Por: Camila Ribeiro. Fotos: Mary Juruna
Pantanal, Chapada dos
Guimarães, Nobres, áreas de
floresta ou quedas d’água,
sítios arqueológicos, enfim,
não há dúvida de que Mato
Grosso é contemplado com
uma exuberante beleza e
riqueza natural, que
facilmente o colocaria entre
os estados do país com
grande potencial turístico. O
problema, no entanto, é que
praticamente 90% dos
municípios mato-grossenses,
por incrível que pareça, não
aproveitam – ou não sabem
– usufruir dessa
potencialidade.
Ao menos é o que atesta
o coordenador técnico de
projetos turísticos, Mario
Timiraos. Ele alega que isto
se deve ao fato de que,
primeiramente, na maior
parte das cidades do Estado,
o Turismo é tratado de forma
secundária. “Encontramos
municípios que sequer têm
uma secretaria específica. O
turismo é um departamento
Desativada há anos,
associação tenta fomentar
turismo local
Fundada em 1993,
mas passando por longos
anos de inatividade, a
Associação dos Municípios
com Potencial Turístico
(Amptur) foi reativada em
agosto deste ano e trabalha
no sentido de elaborar um
plano de desenvolvimento
dos municípios com
potencialidades turísticas no
Estado. Com uma equipe
multidisciplinar, composta
por arquitetos, turismólogos,
consultores de imagem,
entre outros profissionais, a
Amptur está desenvolvendo
projetos e todo o
planejamento estratégico
para que as ações que irão
fomentar este
desenvolvimento possam ser
colocadas em prática.
O prefeito de Dom
Aquino e presidente da
Amptur, Josair Lopes (PSD),
explica que a associação já
conta com 55 municípios
afiliados e os técnicos estão
realizando um inventário
turístico – levantamento dos
atrativos e serviços
oferecidos nas cidades – a
fim de se buscar recursos
para que novos projetos
sejam implantados. A ideia
é também estruturar as
prefeituras e os municípios
para que os trabalhos
façam parte do grande
plano nacional de
regionalização do turismo.
A aplicação da Política
de Desenvolvimento do
Turismo envolve fatores
como a Criação do
Conselho Municipal e
também do Fundo de
Turismo (Funtur) para
receber os recursos de
convênios, programas e
outras fontes financeiras. “A
Secretaria de Turismo do
Estado não tem gente
suficiente para fazer essa
parte e os municípios não
têm conhecimento e pessoal
técnico que entende
realmente como fazer esse
desenvolvimento. A Amptur
vem para suprir tudo isso”,
completou o coordenador
técnico Mario Timiraos.
dentro de outra secretaria,
algumas na parte de
desenvolvimento econômico,
outras na área de cultura ou
meio ambiente, e isso faz
com que o turismo seja
relegado a segundo ou
terceiro plano”, alega.
Timiraos pontua também que
em muitos locais, não se
entendeu ainda que o turismo
é um “grande potenciador
econômico e que, direta ou
indiretamente, mexe com 52
segmentos da economia”.
O coordenador ressalta,
ainda, que é preciso entender
a lógica de que o turismo
acontece primeiramente
dentro do próprio município.
Neste sentido, ele diz que a
população precisa sair de
casa para ocupar os espaços
públicos que a cidade
oferece. “Sempre coloco este
exemplo: se estou
procurando um restaurante,
eu vou naquele que tem
gente. No que está vazio eu
nem entro. Eu olho e vou
embora. Mesma coisa
quando passo em uma
cidade: se ela está deserta, o
que vou procurar lá dentro?
Eu vou embora. Por isso a
necessidade de o turismo
começar localmente, dentro
do município, agilizar para
que a população venha para
a rua”, defendeu Timiraos.
Ainda assim, o técnico
de projetos ressalta que é
fundamental que cada
município analise sua
realidade local. “No
momento de desenvolver seu
potencial turístico, o município
pode até incorporar
experiências de outros
lugares, mas é preciso se
adaptar à sua realidade”,
justifica, ao pontuar que cada
região tem sua população,
cultura e características que
devem ser respeitadas.
O profissional ainda
completa dizendo que a
realidade é que os municípios
mato-grossenses têm muita
potencialidade: “Estamos
num Estado que tem três
ecossistemas bem definidos,
a maior parte dos municípios
tem natureza, ecologia, praia,
rios. Dentro do turismo estão
bem completos, tem muita
coisa que dá pra fazer e é
isso que deve ser
aproveitado.
COPA 2014
Mário Timiraos lembra
que nos últimos anos muito
tem sido feito no ramo
turístico do Brasil, na “ânsia”
pelas oportunidades que
virão com a Copa do Mundo
de 2014. Ele argumenta, no
entanto, que neste ponto a
Copa é na verdade uma
ilusão. Timiraos afirma: “Não
dá pra pensar que o turista
que vai passar aqui uns dias
para assistir a um jogo vai
ficar visitando uma série de
pontos turísticos. O turista da
Copa vem pra assistir o jogo,
naturalmente ele irá viajar,
mas para lugares próximos
de onde serão realizadas as
partidas”.
Ainda assim, ele ressalta
que os municípios da
Baixada Cuiabana têm certa
vantagem, já que
apresentam uma oferta
turística relevante e em
lugares relativamente
próximos à Capital. “A
vantagem aqui é que temos
a Chapada dos Guimarães,
tem o Pantanal a 100 km e
estas são vantagens em
relação a outras cidades,
onde para se ver um atrativo
turístico você tem que se
deslocar 300, 400 km.
Mesmo assim, é preciso ter
em mente que os municípios
não vão enriquecer com este
evento. Cabe a eles
aproveitar a visibilidade
durante os jogos, para
oferecer os atrativos turísticos
em outras ocasiões”, concluiu.
estão abertos à
negociação e ainda têm
uma visão muito limitada
daquilo que é o
movimento sindical”,
alega. Segundo a
presidente, o Estado não
admite que a categoria
lute por uma mudança no
perfil da entidade, que
arrecada mais de R$ 1
milhão por dia e, ainda
assim, está completamente
sucateada. “O sindicato
não luta apenas por
questões salariais, estamos
em busca de uma reforma
administrativa do Detran,
de forma que ele seja
moralizado e eficaz”,
defendeu Veneranda.
A presidente admite
que o Detran enfrenta
muitos problemas e ainda
tem uma estrutura repleta
de irregularidades. O
impasse, segundo ela,
está no fato de o governo
não aceitar que os
servidores busquem uma
mudança na instituição.
“Queremos superar essas
dificuldades e coibir os
erros que existem no
órgão, mas o Estado acha
que estamos sendo
‘intrusos’ e que isso não
nos diz respeito. Como
não, se somos servidores
do órgão, se estamos dia
a dia atendendo à
população que está
visivelmente irritada com
essas deficiências?”,
questiona a sindicalista.
RE I V INDICAÇÕES
Os grevistas
reivindicam que a
operacionalização do
sistema DetranNet seja
feita pelos próprios
servidores e não pelo
Cepromat, como
acontece hoje; a redução
dos cargos
comissionados e a
destinação de 50% para
serem exercidos por
servidores efetivos, o que
gerará uma economia de
aproximadamente R$ 3
milhões ao ano. Além
disso, os profissionais
pedem investimentos nas
Sinetrans do interior do
Estado, que em muitos
casos sequer apresentam
condições mínimas de
funcionamento.
P r i n c i pa l pau t a de r e i v i nd i c a ç ão do s s e r v i do r e s
é a r ee s t r u t u r ação o r gan i z ac i ona l do De t r an
S e r v i do r e s ap r o v e i t a r am a i naugu r a ç ão
com p r e s en ça de au t o r i dade s
pa r a cob r a r me l ho r i a s pa r a o ó r gão
A Sa l gade i r a , um do s p r i n c i pa i s pon t o s t u r í s t i co s
de Ma t o Gr os so , e s t á f echada há t r ê s anos po r
ap r e s e n t a r i r r e gu l a r i dad e s amb i e n t a i s
Mário Timiraos lembra que
o turismo mexe com 52
segmentos da economia
Presidente diz que Amptururur
irá elaborar um plano de
desenvolvimento dos
municípios mato-
grossenses com
potencialidades turísticas
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