EDIÇÃO IMPRESSA - 456 - page 17

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 5 A 11 DE SETEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
a i R e i
ÍNDIO SABIDO SIM
FLASH MOB
THINK AND TALK
PPPor Laura Santiago a i
LauraédiretoradaYes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
E o termo da vez é flash mob. Afinal,
o que significa? O termo flash mob é
usado para se referir a um grande grupo
de pessoas que se juntam repentinamente
em um local público para fazer alguma
ação e rapidamente saírem do local.
Geralmente, esse tipo de ação é
organizado, combinado, coordenado,
etc., por meio de redes sociais, e-mails ou
outros meios parecidos.Quem participa de
um evento desse é chamado de flash
mobber. Quando nos referimos à ação
como um todo usamos o termo flash
mobb i ng.
Seguem abaixo alguns
exemplos tirados da mídia no qual
os termos acima são usados.
· Flash mobbing is not for
everybody. (Participar de um
flash mob não é para todo
mundo.)
· I don’t quite understand this
flash mobbing thing.ng. (Eu não
entendo bem este lance de flash
mob.)
· Flash mobbers are weird
people. (Praticantes de flash
mobs são pessoas esquisitas.) Infelizmente,
não temos em português uma palavra
para descrever esse tipo de ação. Assim, o
jeito é aprender o que significa e ficar por
dentro. Da próxima vez que você ouvir
alguém falando sobre esse assunto,
saberá do que se trata. Para encerrar o
assunto, saiba que há alguns eventos
desses bem famosos no mundo. Um deles
é o Pillow Fight (
guerra de travesseiro
).
As pessoas combinam um local, um dia e
um horário para se encontrarem em uma
praça, por exemplo, munidas de
travesseiros para guerrear por alguns
minutos e então voltarem para suas casas.
É uma coisa bem louca para uns, mas
muito divertida para outros!
Índio sabido sim
é um livro escrito
por Julia Pascali, uma professora muito
especial da Universidade Federal de
Goiás, que se doutorou em Artes.
Especial porque suas impressões
manifestam-se quase sempre no sorriso
que também vem dos olhos, do corpo,
da voz, do coração. Além
de ensinar, encenar,
escrever, dançar, cantar,
sabe desenhar misturando
as tintas nanquim e
urucum para revelar
nuances dos povos
japonês, chinês e
indígena, de culturas que
a inspiram-seduzem.
Conheci Julia Pascali
quando morava junto ao
povo Nambiquara, lá
pelos idos de 1985. Sua
estada na aldeia resultou
em
Índio sabido sim
, que
conta histórias que viveu e
ouviu junto ao povo
Nambiquara entre os anos
de 1985 e 1987. Júlia, que se diz
aprendiz de Nambiquara, carrega em
seu cesto-cargueiro uma influência
oriental-indígena. Aprendeu durante
sua caminhada que o
imaterial é mais
importante que o
material – uma lição
Nambiquara.
Dentre os escritos de
Júlia, acha-se
O
aparecimento da
escuridão
, uma
narrativa mítica que
explica como surgiu a
noite. O pajé, que por
sua condição religiosa é
proibido de manter
relações extraconjugais,
namorou duas mulheres.
Em represália ao seu
comportamento, a
escuridão assolou por
um ano a vida Nambiquara. Além
disso, os artefatos indígenas
transformaram-se em animais.
A capa do livro traz uma sequência
de palitos de fósforos que parece estar
em movimento, a lembrar das ondas
migratórias de nossos antepassados
que chegaram ao continente americano
há 15.000 anos (ou 50.000, como
sustenta Niède Guidon?). Não importa
o tempo e sim a magia do movimento
impresso que induz ao seminomadismo
tão característico dos diversos grupos
que compõem a sociedade
Nambiquara, antes do advento do
contato com os não indígenas. Agora o
tempo importa: de grupos outrora
seminômades passaram a ser
sedentários, confinados em reservas
para usufruir de parcas benesses
ofertadas por políticas públicas
descompassadas das reais
necessidades indígenas.
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