EDIÇÃO IMPRESSA - 456 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 5 A 11 DE SETEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
Info: (65) 3365-4789
ESPIONAGEM AMERICANA
BONS TEMPOS , HE IN?
Saudades dos parlamentares que
impunham respeito e mereciam
reverência. Realmente tirávamos o
chapéu diante da figura imponente e
honesta de um representante do povo.
Agora nos deparamos com as novas
safras de vereadores: poucos
apresentam projetos visando
beneficiar a população, o povo está
cansado de tanto bate-boca do
próprio interesse dos parlamentares.
Os olhos abertos da população veem
que nada mudou na Câmara
Municipal desta capital. Políticos que
visam beneficiar a si próprios,
esquecendo de lutar pelo povo, pelos
bairros, que deram esta oportunidade
para eles serem os seus
representantes. Nos bons tempos, os
vereadores saíam de seus gabinetes
para ir aos bairros ouvir as
reivindicações da população sofrida.
Até hoje alguns vereadores são
lembrados por isso, tais como: Maria
Nazaré Hans, Wilson de Diniz,
Benedito Alves Ferraz, Roberto França,
Bia Spinelli, Wilson Coutinho, Wilson
Santos. Eles, realmente, como os
demais que conhecemos, fizeram boas
ações em prol da população e
beneficiaram a nossa querida Cuiabá
com projetos, indicações e trabalho.
Hoje vemos uma Câmara com gente
mais individualista, mercenária,
visando a si própria, distanciando-se
cada vez mais da população
cuiabana, sem uma credibilidade
como representante do povo. Os
políticos de nosso país, em sua grande
maioria, estão mais preocupados em
arrebanhar fortunas e colações para
toda sua família. Geralmente os seus
parcos ideais se transformam da noite
para o dia em sonho de consumo.
Hoje, cobrar ética na política parece
impossível. É uma verdade trágica,
mas real!
OS TEMPOS MUDARAM
O cuiabano não é muito chegado
a sua culinária. Segundo alguns
empresários voltados para a
gastronomia regional, os seus menus
são mais apreciados por gente
diferente, de outras regiões e estados.
O cuiabano nato Jean Biancardini, à
frente do restaurante O
Regionalíssimo, apresenta cardápio
tipicamente cuiabano, faz as delicias
oferecidas ultrapassarem os limites nos
paladares mais variados, tendo uma
boa referência da capital. Mas os
tempos mudaram para esta nova
juventude, que teve outras opções de
iguarias gastronômicas, enquanto
alguns cuiabanos natos não valorizam
a prata da casa. As grandes
cozinheiras do passado davam um
toque de mágica na elaboração das
delícias. Vejamos: “puxa-puxas”,
queimadas, pé de moleque, bolo de
arroz e bolo flor, etc. E os doces! De
caju, de figo, de laranja, de limão, de
batata, de mamão verde em fatias
finas transparentes, de mangaba, de
furrundus, de coco, de abóbora, etc.
Os bons cuiabanos, como Professor
Benedito Pedro Dorileo, Professor
Fernando Tadeu de Miranda Borges,
Deputado Emanuel Pinheiro, Wilson
Santos, Carlos Bezerra, Dr. Bené de
Figueiredo, todos apreciam a
gastronomia cuiabana. Lembro-me da
Escola Modelo Barão de Melgaço e
da Escola Normal Pedro Celestino:
boleiras e baleiras vendiam as
gostosas “puxa-puxas” e queimadas,
pirulito, pixé, os saborosos bolo flor,
bolo de arroz, bolo de queijo,
francisquito, broinhas, cocadas e
outras iguarias da forte gastronomia
cuiabana. Escrevendo sobre essas
delícias, faço uma viagem no tempo.
Os tempos mudaram, tudo e todos
vão perdendo a essência com o
tempo, os gostos, os costumes, e até o
sabor já não é o mesmo. Só sei dizer:
só as lembranças dos tempos não
mudaram.
REVOADA DE I PÊS
A Providência Divina foi pródiga
em dotar o cerrado de Mato Grosso
das belezas e recursos naturais, de
molde que se confere a “revoada dos
ipês” nos cerrados e no centro urbano
da capital. Em pleno mês de agosto, o
colorido dos ipês anunciando a
primavera com antecedência com a
beleza de suas flores coloridas. O
meio ambiente é a beleza da
paisagem do cerrado; através dos
tempos, vai modelando a alma gentil
dos seus filhos, que sempre foram
voltados para uma Cuiabá mais
humana, com as palmeiras e o verde
que embelezam a eterna capital de
Mato Grosso. Esta continua sendo uma
cidade verde, com flores florindo a
alma de todos que conclama em
clarins tua gente. De um olhar distante
em outros planos espirituais, dos
varões ilustres cuiabanos: Joaquim
Duarte Murtinho, Cândido Mariano da
Silva Rondon, Marechal Eurico Gaspar
Dutra, Filinto Müller, Rubens de
Mendonça, Silva Freire, Barnabé de
Mesquita, Virgílio Alves Correa Neto,
D. Francisco de Aquino Corrêa.
Príncipe da Igreja e das Letras,
embaixador, cantor e poeta da terra
natal, D. Aquino Correa celebrou nos
lapidários dos versos de
Cidade
Verde
: “É o meio a verde selva; eis a
Cidade Verde: Cuiabá”. Visamos uma
Cuiabá mais verde e florida; quando
chegar o fim de outono, surgirá a
revoada dos ipês.
PROCI SSÃO E FÉ
Na Cuiabá, terra dos meus
amores, antigamente a Procissão de
Celebração dos Santos tinha mais
participação da população cuiabana
e de devotos. Nas aparições públicas,
figuras folclóricas, que nos dão
saudades até hoje, mexendo nas
lembranças do passado, tais como:
Preta, Antonio Peteté, Mexidinha,
Maria Papudinha, Bolo Flor,
Zaramela, Maria Taquara e Maria
Vaca Preta, etc. Na Cuiabá do
passado, a multidão de fiéis ia
carregando tocheiras de velas acesas,
ouvindo a banda tocar ou
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa
o
r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
simplesmente acompanhava o Santo
Terço em romaria. As bandas
abrilhantavam os eventos religiosos
vividos na Terra do Bom Jesus de
Cuiabá, do Mestre Inácio, Mestre
Albertino, ou da Polícia Militar, através
de vários instrumentos musicais
durante o trajeto das ruas das
peregrinações. Tocavam músicas
sacras. As mais ouvidas naquela
época eram as do Senhor Divino, de
São João, de São Bom Jesus de
Cuiabá, de São Benedito, o Hino a
Nossa Senhora Auxiliadora, Queremos
Deus, dependendo do santo do mês.
Nas aparições religiosas das
irmandades, das Filhas de Maria, São
José, da Imaculada Conceição do
Porto, de Auxiliadora, do Rosário, do
Carmo, de São Benedito, as Freiras
Carmelitanas e Beneditinas etc. Os
sinos das igrejas tocavam quando
passava a procissão; o mais potente
era o da Catedral do Bom Jesus de
Cuiabá, que durante anos silenciou
para anunciar a “Ave Maria” para o
povo de Deus. As bandas tocavam de
um pouco e de tudo, repicavam
Coração Santo, Música Carnavalesca
e “Sanctus” etc. Por isso, o fiel
procurava conhecer e fazer a vontade
de Deus.
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