CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 22 A 28 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
PARALELO 15
Por Bolívar Figueiredo
D’ALINCOURT, OGPS HUMANOQUE DELIMITOUNOSSA FRONTEIRA NO SÉCULO XIX
BolívarFigueiredoé jornalistae
artistaplásticoformadoemBrasília,militante
verde e fundador nacional do PV,
sagitariano, calango do cerrado e
assuntadordefatosevarredordepalavras.
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
SERPENTE TATUADA
Após fuçar os diários de
Langsdorff, darei uma
varrida nos históricos diários
de Luís D’Alincourt, onde ele
relata sobre a viagem do
Porto de Santos à cidade de
Cuiabá, iniciada em 1818, e
imprimiu-a em 1825 num
folheto hoje raríssimo.
Participou de importantes
comissões: na Bahia (1816),
Pernambuco (1818), em
Mato Grosso (1822-1880) e
no Espírito Santo (1841),
onde faleceu.
Em seus relatos pelo
Centro-Oeste, notamos em
sua narrativa diferenças
básicas com relação aos
escritos do Barão Langsdorff.
D’Alincourt, por sua
formação militar, imprimia
aos seus relatos o seu olhar
de cartógrafo, preocupado
em localizar cada passo de
sua expedição, em números
exatos entre latitude,
longitude e pontos de
referência geográficos. Um
GPS humano, a delimitar
história.
Neste trecho, ele fala
sobre o avanço dos
bandeirantes em busca do
ouro, e das inúmeras trilhas
abertas por eles, pra se
alcançar a Chapada dos
Guimarães.
“
Já há esse tempo
existia descoberto o Cuiabá;
e seus habitantes vindos
também de S. Paulo, e
conduzidos ali pela
navegação dos rios,
ambiciosos de colher o louro
metal, onde em mais
abundância, e com menos
trabalho aparecesse,
ouviram alegre a fama do
descoberto em Goiás, e
dispondo-se em grande
número a buscá-lo,
marcharam por sertões
desconhecidos até o
encontrarem. É pois desta
maneira, que, em 1736, se
abriu a estrada do Cuiabá a
Goiás; e reunindo-se as duas
neste ponto, formam a única
de comunicação, por terra,
de S. Paulo à cidade do
Cuiabá.
” No final do ano de
1825, D’Alincourt descreve
sua visão de encantamento
ao avistar o cerradão, que
forma a Chapada dos
Guimarães:
“
... e quase seis léguas
distante da cidade deste
nome (Cuiabá); encontra-se
logo uma ladeira íngreme,
por entre pontas de bancos
de pedra arenosa, e no fim
dela cai-se em terreno plano
e bom caminho, até que vai-
se tomar o pouso da
Bocaina, que fica à
esquerda, no princípio de
uma grande escavação, que
se alonga em declive .Este
pouso, de vista alegre e
interessante, fica cinco léguas
afastado do que se deixou
no rio Manso... Continua-se
a jornada a oés-sudoeste;
mas larga-se depois
ocaminho a este rumo, e
seguindo-se o de oés-
noroeste para a aldeia de
Santana, por um chapadão
extenso, com algumas
capoeiras, e geralmente
coberto de mato ralo, vira-se
a oeste, e então se avistam
altos montes para a
esquerda; e no fim de três
léguas de marcha, volta-se
ao nor-noroeste a salvar um
pântano, e entra-se num
cerradão ao nor-noroeste:
avançando mais vai-se
voltear um capão, ficando-
lhe o terreno em frente mais
alto...”
E continua, descrevendo
a beleza do local e cita a
questão da diferença de
clima
:
“A estrada continua
muito boa e o terreno plano,
marchando assim chega-se
à aldeia de Santana, quatro
léguas distante da Bocaina:
os olhos se recreiam de
contínuo para a esquerda,
com o lindo quadro, que
apresenta o terreno baixo da
parte do Cuiabá. Toda esta
extensão de terras, a que
pela sua grande diferença
de nível, às do Cuiabá,
chamam a serra da
Chapada, é excelente para
produzir muitas e diversas
qualidades de plantas, é por
ali que os cuiabanos têm os
seus melhores engenhos e
fazendas, e donde concorre
maior cópia de víveres para
abastecer a cidade: o
terreno é todo mui bem
regado por deliciosas águas;
o ar mui puro e saudável; o
sol incomparavelmente mais
brando do que nas
vizinhanças da mesma
cidade.” Entõ, o espaço
acabou, na próxima semana
abordaremos o relato do
homem-GPS, sobre o dia a
dia da Chapada dos
Guimarães por volta dos
anos 1825, e sua visão da
Igreja de Sant’Anna. Saravá,
amém, até semana que
vem.
Depois de seguir
Grace, colhendo provas
de adultério, Alyrio Cobra
se surpreende ao vê-la
morta com um tiro na
cabeça. Ela era uma
menina de programa,
esperta e com o firme
propósito de arrancar os
bens de seu companheiro,
Hugo, rico e viciado em
cocaína. Contratado pela
mãe de Hugo para
descobrir quem matou
Grace, o detetive Alyrio
Cobra depara-se com
uma sociedade podre,
personagens complexos
que devagarzinho vão se
revelando. Ajudado pela
grafiteira que possui uma
fantástica serpente
cobrindo-lhe boa parte do
corpo, descobre que
Grace estava envolvida
com chantagens e vídeos
picantes. No desenrolar
da narrativa são muitas as
peripécias e outras mortes
são inevitáveis.
Conseguirá Alyrio
encontrar o verdadeiro
assassino entre tantas
pessoas que tinham
motivos para matar
Grace?
Conseguirá ele evitar
mais mortes?
Vera Car va l ho
Assumpção - Sou
escritora, nasci e vivo na
cidade de São Paulo. Criei
o detetive paulistano Alyrio
Cobra. Nesta história,
Alyrio Cobra é contratado
por Joca, assassino e
sequestrador envolvido
com a máfia dos
transportes na cidade de
São Paulo, um arquivo
vivo que precisa ser
apagado. Alyrio inicia a
busca de um misterioso
dossiê que, segundo Joca,
poderá lhe salvar a vida.
Literatura policial é um
enigma para quem lê e
para quem escreve. O
grande desafio é escrever
uma história que deixe o
leitor curioso até o final.
Quando escrevo, monto
mais ou menos a trama e
vou desenvolvendo cada
parte, pensando em dar
algumas pistas que
deixem o leitor em
dúvida, mas que ele
não perca o rumo das
investigações. Só no
final ele pode saber
quem matou. Uma
equação matemática!
Autora: Vera
Ca r va l ho
As sumpção
Fo rma t o :
Ed i ção Ki nd l e
Editora: KBR
(10 de maio de
2013 )
I d i oma :
Por t uguês