CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 27 DE JUNHO A 3 DE JULHO DE 2013
OPINIÃO
P
G
2
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
Basta!
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 443 auditada
por PWC de 21.300 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Mayla Miranda,
Rita Anibal e Débora Siqueira
Fotografia:
Pedro Alves
Editora:
Sandra Carvalho
Av. Miguel Sutil, 4001C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 - Fone: (65) 3023-5151 E-mail
MT SAÚDE
Luciane pedirá indiciamento de Zílio
A vice-presidente da CPI
do MT Saúde, deputada
estadual Luciane Bezerra
(PSB), antecipou para o
Circuito Mato Grosso
que
uma das 18 pessoas
indiciadas no escândalo de
desvio milionário no plano,
em seu relatório paralelo, é
o ex-secretário de Estado de
Ex-secretário teria cometido improbidade ao contratar, em caráter emergencial, empresa para gerir o plano.
Por: Sandra Carvalho. Fotos: Pedro Alves
Administração César Zílio,
atual presidente do MTPar.
Entre os supostos crimes
cometidos pelos envolvidos
estão fraude em contratos,
ausência de licitação e
desvio de dinheiro público.
Luciane Bezerra incluiu o
nome de César Zílio na lista
por ter contratado uma
empresa privada para
assumir o MT Saúde, em
caráter emergencial, quando
a diretoria do órgão ainda
não havia sido destituída. A
socialista também sugere o
indiciamento das empresas
Serviço Social da Indústria
(Sesi) e Tempo CRC por um
rombo de R$25 milhões.
“O ex-secretário César
Zílio autorizou a contratação
emergencial, mas não tinha
poderes para isso, passando
por cima do presidente, à
época, do plano de saúde.
Logo em seguida, ao
perceber a falha, ele fez
outro contrato para concertar
o anterior, mas acabou
cometendo novos erros”,
antecipa a deputada.
As denúncias de
corrupção no MT Saúde
surgiram no final de 2011
quando começaram as
investigações da existência
de pagamentos suspeitos à
empresa Connectmed CRC
Consultoria, Administração e
Tecnologia em Saúde Ltda,
que era até o mês de
setembro deste ano a
responsável pelo
gerenciamento do MT
Saúde. Além disso, esta
empresa teria deixado
acumular dívidas na ordem
de R$20 milhões com
hospitais privados que fazem
o atendimento médico de 55
mil servidores e dependentes.
Houve também
denúncias de que a empresa
teria sido contratada com
vícios no processo licitatório e
o contrato ter sido
superfaturado com o
pagamento de propina para
gestores públicos. O Estado
gastava, por mês, R$500 mil
com a CRC para administrar
o plano e depois que ela
deixou o MT Saúde o custo
mensal caiu para R$100 mil.
A CRC foi contratada
para gerenciar o MT Saúde
em 2009 num procedimento
licitatório conturbado, pois a
vencedora da concorrência
pública – a empresa
Infoway, do Piauí – acabou
sendo desclassificada na reta
final. Durante o período em
que a CRC prestou serviços
ao MT Saúde, o órgão foi
presidido por Yuri Bastos
Jorge. A Secretaria de Estado
de Administração, chefiada
pelo advogado Geraldo
Aparecido de Vitto Júnior à
época, foi a responsável
pela licitação que contratou
a CRC.
A empresa Saúde
Samaritano Administradora
de Benefícios, de São
Paulo, foi contratada de
forma emergencial para
assumir o gerenciamento do
plano. Mesmo assim, o
atendimento aos servidores
continuou deficitário e
caótico.
“Não concordei com o
relatório do colega
Emanuel Pinheiro, relator
da CPI do MT Saúde, na
parte que apontava os
indiciados. Fiz uma síntese
dos documentos mais
importantes e, com base
neles, estou indiciando 18
pessoas físicas e mais duas
empresas”, justifica a
deputada Luciane Bezerra.
Emanuel Pinheiro (PR),
por sua vez, responsabilizou
apenas cinco pessoas no
escândalo do MT Saúde: o
ex-presidente Gelson
Smorcinski, o proprietário da
Open, Antônio Carlos
Barbosa, e três sócios da
operadora Samaritano:
Marcelo Marques dos
Santos, João Enoque
Caldeira da Silva e
Washington Luis Martins da
Cruz. O relatório da CPI vai
ser votado na próxima terça-
feira (2).
“Alguns militantes agem como
parasitas, sanguessugas
políticos, que usam de
movimentos populares para
atacar seus adversários e see
promoverem.”
Deputado estadual José Riva (PSD), ao
afirmar que existe oportunismo de alguns
políticos nas manifestações.
“A intenção era fazer com que a pessoa se identificasse, evitando o famoso
‘chupa-cabra’ que faz acusações infundadas sobre os políticos.”
Vereador Júlio Pinheiro (PTB) ao defender a ‘Lei da Mordaça’, que determina que sites
procedam à identificação (com RG e CPF) de todos os leitores comentaristas e afirmar
que pessoas usam pseudônimos para comentar nos veículos de comunicação.
“Ele não entende da
pasta, não está
preparado e é
prejudicial à Saúde.”
Deputado estadual Ezequiel
Barbosa (PP)
desclassificando o atual
secretário de Saúde do
Estado, Mauri Rodrigues.
“Muitos estão me chamando
de louco, mas não me
a r r ependo . ”
a r r ependo . ”
Deputado federal Eliene Lima
(PSD), depois te ter votado pela
aprovação da PEC 37, que
tentava tirar o poder de
investigação do Ministério Público.
“Isso é um grito de alerta, um basta à corrupção, ao desvio
de recursos públicos e aos maus gestores. Mas não se podem
permitir atos de vandalismo, não podemos aceitar.”
Presidente do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Orlando Perri, sobre as
manifestações que tomaram as ruas do País.
E x - s e c r e t á r i o d e
E x - s e c r et
A dm i n i s t r a ç ã o ,
m i n i s t r a ç ã o ,
Cé s a r Z í l i oo
D e p u t a d a
L u c i an e Be z e r r a ,
do P SB
A grande mobilização do povo brasileiro contra a corrupção já
está mostrando que é possível, sim, mudar os rumos do país. E a
reação de cidadãos tomados pela onda de indignação fortalece o
papel do
Circuito Mato Grosso
e suas bandeiras. Mais saúde,
mais educação, menos improbidade administrativa! De olho
aberto especialmente neste momento em que bilhões de reais são
colocados nas mãos de políticos para garantir a realização da
Copa 2014. Há três edições questionamos o sistema RDC de
contratação e que levou a Secopa a colocar R$98 milhões nas
mãos de empresas que podem não ter capacidade técnica para
assumir um serviço tão grandioso como instalar todo o sistema de
Tecnologia da Informação e Comunicação da Arena Pantanal. O
alerta chamou a atenção do Ministério Público Federal, que está
exigindo toda documentação do certame para checar se houve,
ou não, irregularidade no RDC. Afinal, não é possível admitir má
aplicação de verba pública em qualquer hipótese, principalmente
se isso significar menos dinheiro para leitos hospitalares e menos
salas de aula para garantir a educação de nossos jovens. De olho
também na intenção do Estado de terceirizar a cobrança da dívida
ativa, uma aberração inconstitucional que segue a linha da
terceirização da gestão de serviços hospitalares. Milhões entregues
à iniciativa privada por incompetência do Estado. Basta!