CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 23 A 29 DE MAIO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
i R e
UM QUERUBIM NA CASA DO PARQUE
FAZER UM BICO
THINK AND TALK
PPor Laura Santiago an i
LauraédiretoradaYes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
Três-Meia-
Cinco dias de Casa
do Parque que
cumpre com louvor
aquilo que se
propôs: “promover
a formação de
plateias”. Local
para lá de especial
para conversar, ler
livros, escutar
música, apreciar
obras de arte e
assistir filmes, vem proporcionando aos
visitantes um conhecimento ímpar sobre as
manifestações artísticas e literárias mato-
grossenses. Em seu primeiro ano de vida,
a Casa do Parque apresenta uma
retrospectiva do que foi apresentado no
campo das artes plásticas. Lá estão Clóvis
Irigaray, Miguel Penha,
Guilherme Dicke,
Alessandra
Mastrogiovani, Carlos
Lopes, João Sebastião,
Benedito Silva, Benedito
Nunes, Jonas Barros,
Gervane de Paula,
Roberto Almeida e Elias
de Paula.
Na Casa do Parque,
na exposição
comemorativa de
aniversário, a obra “Índio Anjo”, com
suas asas abertas, dá a impressão de que
está ali para protegê-la. Elias de Paula,
que a concebeu, artista plástico com
exposições realizadas na Itália,
Alemanha, Estados Unidos e em diversas
capitais do Brasil, considera-se mais
cuiabano do que pernambucano. Como
ele mesmo disse: “Tenho mais tempo em
Cuiabá do que na terra em que nasci. Eu
gosto muito de índio e como a cultura
predominante daqui é indígena eu fiquei
e não consigo mais ir embora”. O
cotidiano indígena representa seu
instrumental inspirador e o conjunto de
sua obra nos faz entender que “somos tão
diferentes que somos idênticos”, conforme
profetizou uma de suas exposições.
O “Índio Anjo”, representado por um
menino-índio, muito mais sobrenatural do
que humano, no imaginário e nos pincéis
do artista ganhou asas por sua pureza
infinda. Tornou-se ainda em vida um
querubim, anjo de primeira hierarquia,
que com suas asas abertas, num abraço,
reúne todas as obras em um só momento.
Com certeza, “Espaço Celebrado”!
Fazer um bico é um expressão
usada em português para fazer referência
a um trabalho extra que alguém faz e que
nada tem a ver com seu trabalho oficial.
A razão que leva alguém a fazer um
bico é uma só: melhorar a renda, ganhar
uma grana extra. O pessoal que gosta
de fazer um bico costuma fazer isso
fora do horário normal de trabalho.
Em inglês, essa mesma ideia é
expressa pela palavra moonlight. De
acordo com os dicionários, moonlightt,
como verbo, significa ter um emprego
adicional. No início, a palavra fazia
referência a empregos noturnos. Mas,
atualmente, ela já é usada para fazer
referência a qualquer trabalho extra que
a pessoa tenha e que não é informado às
autoridades. Agora que você já sabe a
definição, veja alguns exemplos:
· My cousin is moonlighting as
a taxi driver. (
Meu primo está fazendo
um bico de taxista.
)
· Anete is a secretary
and moon l i gh t s as a wa i t r es s on
weekends. (
Anete é secretária e faz um
bico como garçonete nos fins de
semana.
)
Mas nem sempre dá para traduzir
moonlight como fazer um bico, então
o jeito é traduzir como fazer um extra
ou ganhar um extra. Assim, não
passamos tanta informalidade ao texto:
· Sara is a police officer who
moonlights as a model. (
Sara é uma
policial que ganha um extra como
modelo.
)
· I have a friend who
moonlights as an English teacher. (
Eu
tenho um amigo que faz uns extras como
professor de inglês.
)
Como você pode ver, podemos usar
a criatividade para usar a palavra
moonlight em inglês. Mas vamos voltar
à palavra bico, na expressão fazer um
bico. Muitas vezes a pessoa não tem um
emprego. Aí, para não ficar sem ganhar
uma grana, ela arruma um trabalho
qualquer só para ocupar o tempo e assim
ganhar algo. Geralmente a pessoa não
tem compromisso com aquele trabalho,
pois para ela é algo temporário até
aparecer algo melhor. Note que a
palavra “
bico
” não se enquadra no
sentido de moonlight. “
Bico
” como
descrito acima tem o sentido de “
trabalho
temporário
”. Então, como podemos
expressar essa ideia em inglês?
Simples! Bastar usar qualquer uma
das combinações de palavras
sublinhadas nas sentenças abaixo:
· This was obviously just a short
term job until I find something in my
field. (
Isso é só um bico até eu encontrar
alguma coisa na minha área.
)
· I may just find a temporary job
until I find work that I will actually
enjoy. (
Talvez eu arrume um bico até
encontrar um trabalho que eu realmente
goste.
)
· This is just a filler job until I can
find somewhere else to work. (
Isso é só um
bico até eu encontrar um outro lugar para
trabalhar.
)
Das três combinações nos exemplos
acima, “a filler job” é a mais informal;
logo, é a que passa melhor a ideia de
“
bico
” como “
trabalho temporário
”. As
outras duas podem ser traduzidas como
“
trabalho temporário
”.