CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 2 A 8 DE MAIO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa
o
e
r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
MELHOR REMÉDIO
PPor José Augusto F
J
ilhol
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
NEM JORGE SALVA
Alô, alô, Glória Perez que novela é
essa??? Nunca na história da
teledramaturgia uma trama cometeu tantos
absurdos como a novela “Salve Jorge”. Tudo
bem que a Glória Perez escreve a mesma
novela há dez anos , só muda de país e de
drama social. Sempre tem uma fronteira entre
países separando um grande amor, sempre
tem pagode, funk, samba, tudo junto e
misturado. E claro: tem um telecurso de língua
estrangeira embutido, em “Salve Jorge”
aprendemos a falar “turco”, é a globo
globalizando: Abi - Irmão, Allah Allah - Meu
Deus, Annecim - Mãezinha, Babisko -
Paizinho, Bak - Olhe, veja, Masallah -
Protegido por Deus e por aí vai. E eu me
pergunto: que diferença faz isso na vida de
uma pessoa??? Pra usar quando for à
Turquia??? Não é mais fácil contratar um
guia no seu idioma??? Enfim, loucurinhas de
Glória Perez.
Mas não é só isso: “Salve Jorge” se
consagra como a novela com o maior
número de furos da história, não bate lé com
cré. Morena, personagem de Ananda Costa,
protagonista da novela, já apareceu gorda,
magra, morena, pálida, cabelo curto, cabelo
estilo Jennifer Lopez, com barriga, sem
barriga, morta, viva, desaparecida, vai e
volta pra Turquia como quem vai ao
supermercado. Áurea (mãe de Téo),
personagem de Suzana Faini, e sua amiga
Cacilda, vivida por Rosi Campos, fazem outra
novela dentro da novela, porque vivem num
mundo particular, nunca saíram de casa, a
não ser uma vez que Áurea foi falar com
Lívia, personagem de Cláudia Raia, que já
foi má, boazinha, e mata geral na trama com
suas seringas de heroína, que é uma coisa
muito comum, mata em festa, no elevador,
na rua, na chuva, na fazenda, numa casinha
de sapê e ninguém vê nada. Incrível!
Vera Fisher vive Irina, que até pouco
tempo eu achava que era uma vidente
tetraplégica, pois sempre aparecia por trás de
um véu e sentada, ate que um dia resolveram
tirar o véu, e Vera andou e falou, milagre,
milagre, milagre, é Nossa Senhora do horário
nobre interagindo pra ver se aumenta o
ibope. E Vera Fisher, chorando, rindo, alegre
ou triste tem a mesma expressão botocada
supernatural, só que não.
E tem também a filha sapatão de
Gretchen: Tammy, fazendo papel dela
mesma, faz papel de sapata e agora com
variação de drag queen na boate na Turquia,
aliás já passou de tudo lá pela boate, já teve
Tammy Drag Queen dublando “Conga
Conga”, sucesso da mamãe, já teve travesti
cover de Beyoncé, e por último a ex-morena
do É O Tchan (quem lembra???). Juliane
Almeida comanda as coreografias da boate,
quem??? É o bonde das traficadas, acho que
nem Jorge salva tanta coisa ruim num só
lugar.
E “Salve Jorge” já tem até lista de
desaparecidos, atores que sumiram da trama
e ninguém nunca mais ouviu falar, como é o
caso do personagem de André Gonçalves
que vivia o guia de turismo Miro. Alguém
sabe pra onde ele foi??? Acho que foi tentar
outra novela porque essa não rendeu. E
segue na lista de desaparecidos Cristiana
Oliveira que vivia a Yolanda, entre outros não
tão famosos. Ah têm também as locações:
igreja católica 24 horas, onde todo mundo se
encontra por acaso, aliás Glória Perez passa
mais tempo dando justificativas em seu blog
sobre os furos da trama do que escrevendo
essa novela. Aceita, Glória, você errou a
mão, faz um logo um atentando a bomba e
acaba com essa novela de vez.
CATEDRAL DO BOM JESUS
A última celebração da Santa Missa na
Catedral do Bom Jesus foi proferida pelo
padre cuiabano Firmo Duarte. Na sua fala
expressa as lágrimas nos olhos da
demolição da história da sua terra natal.
Quem participou desta missa fala até hoje
do Sermão do Não, proferido pelo padre,
mas a força maior oculta terminava as
ordens. Catedral do Senhor Bom Jesus de
Cuiabá, em 14 de agosto de 1968, com
duas descargas de dinamite, desfigurando o
perfil central da cidade e depois da Basílica
corre o rio chamado Bom Jesus. Em seu
lugar, erguida a Matriz, uma réplica da
Catedral de Nossa Senhora Aparecida, o
que nos entristece de não ver as imagens de
Santa Ana, São Miguel Arcanjo, Nossa
Senhora da Piedade, imagens que contam
histórias da terra-mãe. Há ainda uma ferida
que nunca cicatriza e arde nos corações
cuiabanos.
RELÓGIO DA CATEDRAL
Não entendemos por que até hoje os
relógios e sinos da Catedral não estão
funcionando. É um desrespeito para com a
história de Mato Grosso não ver os sinos
tocarem as badaladas da Ave-Maria, às 18
horas, e os ponteiros funcionarem nos quatro
costados da cuiabania. Cadê a
manifestação dos empresários que fizeram
fortuna na terra-mãe gerando emprego e
renda para a população? Perguntamos para
aqueles políticos que batem no peito que
amam Cuiabá que o amor seria uma boa
emenda para arrumar os relógios e os sinos.
Aos olhos do Bom Jesus nada passa em
vão. Uma boa olhada pelos gestores
públicos em mandar fazer esses reparos na
pintura por fora, o conserto dos relógios e
dos sinos, afinal, o Largo da Matriz ou Praça
da Sé, seu início do século XX. Cuiabá,
berço da cultura, porém desprezada por
alguns homens que fizeram história do mais
alto patamar da vida pública.
A TRAVESSIA DO RIO CUIABÁ
Comentam que a cidade se constituía no
terceiro distrito da Capital, sendo a cidade o
primeiro e o Porto o segundo. A travessia pra
lá era feita através da barca-pêndulo, assim
denominada por causa do dispositivo
pendular que a prendia a uma boia fixa, no
meio do rio Cuiabá, permitindo que a
embarcação se movimentasse pela simples
força das águas e fosse dirigida pelo piloto
por meio do leme. Em 1942 foi construída a
ponte sobre o rio, uma das realizações do
vasto plano de obras efetivadas pelas
administrações de Júlio Muller e João Ponce
de Arruda. Concretizava-se deste modo uma
velha aspiração dos cuiabanos, com uma
nova opção de trafegar entre Cuiabá e
Várzea Grande. Foi uma grande satisfação
para a população. De todas as pontes, ela
passa por manutenção.
MONUMENTO DO BANDEIRANTE
Com todo o planejamento no antigo
bairro do Araés, hoje a Avenida Coronel
Escolástico está prestes a perder o
Monumento do Bandeirante. O que irá
acontecer com ele depois de tantas
transformações na terra-mãe? Para o
progresso da Capital, tudo é válido em ver
uma Cuiabá mais catita, como diria o
saudoso poeta Carmindo de Campos e
também Dom Aquino Corrêa, que batizou a
Capital de Cidade Verde, verde que aos
poucos está desaparecendo de nossos
quintais e ruas para dar lugar a imensos
arranha-céus. É bom preservar a história... O
monumento foi inaugurado no dia 31 de
dezembro, projeto da obra do
desembargador-escultor Diodeciano de
Oliveira. Tudo aconteceu nos 250 anos de
fundação de Cuiabá, fato que foi registrado
na História da Cidade.