CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 28 DE MARÇO A 3 DE ABRIL DE 2013
OPINIÃO
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Persio Domingos Briante
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Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 428 auditada
por PWC de 23.232 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Camila Ribeiro, Mayla Miranda,
Rita Anibal e Débora Siqueira
Fotografia:
Pedro Alves
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
Que governo é este?
Editora:
Sandra Carvalho
FAMATO
Eleição movimenta setor agrícola
Com orçamento de R$7 milhões e 87 sindicatos filiados, a Famato é considerada a mais importante federação do Estado.
Por: Mayla Miranda . Fotos: Arquivo
No dia 14 de maio
acontece a eleição da nova
mesa diretora da Federação
da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso (Famato),
entidade que aos 46 anos de
história é considerada uma
das mais importantes do
Estado por agregar 87
sindicatos rurais. O pleito
conta com a chapa
comandada pelo atual
presidente Rui Prado (PSD),
que tem como principais
apoiadores o atual presidente
da Assembleia Legislativa
José Riva (PSD) e o senador
Blairo Maggi (PR), e de outro
lado o vice-presidente do
Sindicato Rural de Sinop,
Antônio Galvan (PDT), que
em 2010 foi candidato a
deputado estadual e conta
com o apoio de políticos da
base aliada de seu partido
como o deputado estadual
Zeca Viana.
“Estou me
candidatando à reeleição.
Quero mais uma
oportunidade para contribuir
para o desenvolvimento da
agropecuária de Mato
Grosso e concluir um ciclo
que considero importante. A
primeira gestão foi focada no
saneamento administrativo e
financeiro da entidade”, diz
Rui Prado observando que foi
preciso adotar medidas
duras, mas necessárias no
período em que está à frente
da entidade. “O ciclo termina
quando concluirmos este
trabalho com os sindicatos
rurais, criando condições
para que eles possam
melhorar sua
representatividade nos
municípios”, completa.
Com propostas
parecidas, mas com um
discurso mais combativo, o
candidato da oposição
Antônio Galvan garante que
a instituição ainda precisa
mudar muito para auxiliar de
fato o setor. “Eu me considero
apto para tomar a melhor
decisão para ajudar o
produtor rural. Nós temos que
ampliar as atividades e ter
uma maior transparência na
gestão da Famato”, sugere o
candidato, comparando a
entidade a uma caixa-preta.
“Queremos que o produtor
se sinta definitivamente
representado. Nós vamos
garantir uma melhor
condição e fortalecer os
sindicatos rurais. Vamos dar a
eles o apoio que merecem e
não têm”, declara.
Para o cientista político
Lourembergue Alves esta é a
principal eleição de uma
instituição privada em Mato
Grosso, por conta da sua
grande representatividade.
“Se levarmos em
consideração todo o histórico
político apresentado dentro
da instituição vai ficar claro a
importância política do
cargo, principalmente por se
tratar da maior classe
produtora que garante os
rendimentos do Estado. Desta
forma os gestores da Famato
concentram um grande poder
nas mãos”, analisa o cientista
chamando a atenção de
toda a sociedade para ficar
de olho nas eleições, já que a
federação auxilia no
gerenciamento econômico do
Estado.
“Levando em
consideração a sua imensa
responsabilidade de
trabalhar em conjunto com a
agropecuária e a agricultura,
já que ambos trabalham com
interesses muitas vezes
distintos, o gestor tem que ter
a capacidade de agregar
estes interesses. Outro ponto
bastante polêmico, mas
definitivo para uma boa
gestão, é que o presidente
seja aberto o suficiente para
receber críticas e desta forma
transformar a instituição
fomentando a democracia”,
pontua.
Ainda segundo o
cientista político, as instituições
de grande porte têm sido
transformadas em vitrine
política, sendo que muitos
dos gestores destas intuições
mais renomadas foram
eleitos a cargos públicos após
seus mandatos. E na Famato
o quadro não é diferente. Os
dois últimos ex-presidentes da
federação se tornaram
deputados. Zeca D’Ávila
(DEM) foi deputado estadual
e Homero Pereira exerce
mandato na Câmara
Federal.
“A Famato é um espaço
cobiçado por partidos
políticos, já que a sua
representatividade não define
uma eleição, mas claramente
auxilia no resultado. Nesse
jogo político todo, existem
ganhos e perdas e todas as
reivindicações dos seus
filiados não morrem dentro
da federação. Muitos deles
extrapolam o próprio
ambiente dos sindicatos e
vão chegar inclusive ao
Legislativo a partir da
atuação na instituição. Então
é preciso que o filiado fique
atento para que suas
reivindicações sejam
atendidas, e que não sejam
usados somente como
trampolim para a política”,
sintetiza.
“Ou calça de veludo ou
bunda de fora.”
Prefeito de Cuiabá, Mauro
Mendes (PSB), usando o ditado
para dar o recado ao secretário de
Saúde, Mauri Rodrigues (PP), de
que seriam “tudo ou nada” os
repasses da saúde.
“O Brasil é um país muito
burocrático, em que por
causa de um carrapato se
mata o boi inteiro.”
Deputado federal Wellington
Fagundes (PR), criticando a
suspensão de 14 editais do
MT Integrado feita pelo TCE e
pedindo que o tribunal
observasse menos a legislação
e que tivesse mais bom-senso.
“Parcelamento de dívidas da
saúde com as prefeituras
descumpre as leis e mesmo as
regras mais elementares de
caridade cristã.”
Promotor Alexandre Guedes, do
Ministério Público Estadual, sobre o
fato de o Governo Silval Barbosa
descumprir ordem judicial e pagar
OSSs em detrimento das prefeituras.
“A dívida com as empreiteiras passa de R$150 milhões e é bem
mais antiga do que se está dizendo. Um empresário chegou a
chorar no meu gabinete porque o governo não paga, não atende
e não resolve.”
Deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM), denunciando mais um “calote”
do governo do Estado que admitiu que deve a empreiteiras contratadas
referentes a pequenos serviços prestados na área de infraestrutura.
“Ele responde a tudo e todos, não explica nada e, ao invés de
tomar para si a responsabilidade nessa questão da Copa, tenta
desqualificar qualquer um que critique o andamento das obras.
Um chefe de Executivo não pode ter esse perfil.”
Analista político João Edisom, sobre a postura do governador Silval
Barbosa (PMDB) diante das trapalhadas promovidas pela sua gestão e
não admitindo críticas sobre as obras da Copa.
A frase do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, “ou calça de veludo ou
bunda de fora”, sobre o fato de o Governo do Estado pagar as
Organizações Sociais de Saúde e dar calote nas prefeituras, também
serviria para classificar a postura do mesmo governo de concentrar
incentivos fiscais em apenas quatro municípios em detrimento dos
demais, especialmente aqueles que realmente necessitam de
investimentos para fomentar a geração de emprego e renda. O
mesmo Governo Silval Barbosa paga milhões a OSSs enquanto cria
uma lei para reduzir pela metade os repasses do Estado às prefeituras
para investimento na atenção básica à saúde. E o pior é que a tal lei
foi aprovada pela Assembleia Legislativa, que consome R$300
milhões por ano para defender os interesses do povo. Enquanto isso,
outros tantos milhões são oferecidos em forma de incentivos para que
empresas se estabeleçam em Mato Grosso sem que haja cobrança do
devido retorno em qualidade de vida à população. Cobre um santo,
descobre outro. Coberta para os abastados e nem um lençol para
quem passa frio. E os doentes mentais e dependentes químicos que se
lasquem porque o mesmo governo está sucateando o Hospital
Adauto Botelho, o único com atendimento de urgência para pessoas
com transtornos mentais de Mato Grosso. Em meio a esse turbilhão,
o
Circuito Mato Grosso
segue firme na sua missão de alertar os
entes fiscalizadores quanto aos desmandos na gestão pública.
Rui Prado, candidato
à reeleição
Antônio Galvan
disputa a vaga
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