CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 28 DE FEVEREIRO A 6 DE MARÇO DE 2013
OPINIÃO
P
G
2
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
Av. Miguel Sutil, 4001 C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 -
Fone/Fax:
(65) 3023-5151
E-mail:
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 414 auditada
por PWC de 20.200 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Camila Ribeiro, Mayla Miranda,
Rita Anibal e Débora Siqueira
Fotografia:
Pedro Alves
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
Ciborg de MT
Editora:
Sandra Carvalho
“Nosso governo (do PMDB) deixou
de ser nosso pra ser governo do
Silval Barbosa. Falta pulso e
verdade nos propósitos do
gove r nado r . ”
Deputado estadual Adalto de Feitas
(PMDB), membro da base não tão
aliada do governador Silval Barbosa,
de seu partido.
“Não vou ser
governador; mas
minha filha Janaína
sim: vai ser deputada;
eu quero ir pra casa e
ficar em paz.”
Deputado José Riva (PSD),
presidente da Assembleia
Legislativa de MT, já se
considerando eleito caso
se candidatasse ao
Governo do Estado de
Mato Grosso.
“Existe um consenso do
membros da direção regional de
que o PR estará na chapa
majoritária, nas próximas
eleições. Caso Blairo não
aceite, temos um plano B.”
Do deputado federal Wellington
Fagundes, presidente do Diretório
Regional do PR, afirmando que não
ficará de fora da disputa do governo
mato-grossense
“O município é uma incompetência técnica. É
um paquiderme com cãibras.”
Promotor Gerson Barbosa, sobre os
constantes embargos propostos pela
Prefeitura de Cuiabá.
RINHA NA AL
O plenário da
Assembleia Legislativa de
Mato Grosso foi palco de
uma “discussão” pra lá de
alterada entre os deputados
José Riva (PSD) e Emanuel
Pinheiro (PR) e que rendeu
muitos boatos no meio
político. Enquanto uns
aplaudiam a “coragem” de
Pinheiro de enfrentar o
poderoso presidente da AL,
outros falavam em
encenação e ainda houve os
que disseram que a
explosão de Emanuel
Pinheiro seria em defesa de
interesses pessoais e até de
uma rixa com o vice-
governador Chico Daltro
ainda por conta do
polêmico edital da Ager
para licitação do transporte
intermunicipal.
O deputado estadual
Emanuel Pinheiro (PR), em
entrevista ao
Circuito Mato
Grosso
, disse que não teme
as consequências de debates
acalorados com José Riva
(PSD), do mesmo partido do
vice-governador.
“Parlamento é isso mesmo,
palco de grandes debates,
“Muitos são despachantes de luxo”
de grandes oradores, e
quando há essas discussões
em Mato Grosso, as pessoas
estranham. O Parlamento de
hoje é de despachadores de
luxo, não só aqui, mas nas
Câmaras Municipais e no
próprio Congresso Nacional.
Isso aconteceu desde a
aprovação da emenda da
reeleição, em 1996, para
cá, tornando os
parlamentares meros
captadores de emendas”.
Pinheiro diz não temer
retaliações e comenta que o
Parlamento sofre com a
perpetuação das mesmas
pessoas no poder. “Tenho o
maior respeito e carinho pelo
deputado Riva. Reconheço
suas qualidades e liderança,
mas políticos que se
eternizam no poder
prejudicam o próprio poder
e a atuação política”.
Emanuel Pinheiro disse
que votou em Riva para a
presidência da ALMT na
última eleição porque um
colega de sigla, o deputado
Mauro Savi, compunha a
chapa. Na época, era
suplente de Teté Bezerra
(PMDB). “Votei contra a
emenda da reeleição, mas
votei no Riva por uma
questão partidária”.
Ele ainda critica o
abuso de poder, a falta de
diálogo e os ataques por se
posicionar contra o acúmulo
de funções do vice-
governador. “Não se debate
o homem, mas a instituição,
mas chegaram a tal ponto
que não dissociam mais uma
coisa da outra. O abuso de
poder é tão grande que a
pessoa se sente dona do
poder”, comentou.
O presidente da
Assembleia Legislativa
concorda em parte com o
seu colega de Parlamento.
Ele também avalia que o
Poder Legislativo
enfraqueceu com o tempo,
abrindo mão de
prerrogativas e muitos
passaram a ser
‘despachantes de luxo’. “A
caneta do Executivo é muito
pesada, precisamos de um
orçamento impositivo e de
uma reforma no Congresso.
Mas não acho que os
grandes debates perderam
força, os debates acalorados
têm sua importância, sempre
com respeito aos
parlamentares”. Em relação
à discussão com Pinheiro, o
presidente diz que não
concorda com o
posicionamento do
deputado republicano em
relação ao vice-governador.
“Ele se excedeu nas críticas,
tem exagerado e tanto ele
quanto o Chico têm se
perdido nessa discussão. Se
acha que o Chico tem muito
poder, então que proponha
projeto reduzindo ou
corrigindo essas atribuições”,
argumentou. O presidente
da Assembleia Legislativa
também rebateu as críticas
em relação à concentração
de poder que detém. “O
poder não se toma na
marra, mas se conquista.
Não ganhei de forma
biônica, mas conquistado no
voto, e se estou na
presidência da Assembleia
foi por meio do voto dos
colegas, inclusive o dele”.
Mas mesmo com esse
poder todo, de ser um dos
homens mais influentes de
Mato Grosso, o deputado
José Riva pretende se
despedir no próximo ano.
Pelo menos por ora, ele diz
que não quer mais ser
candidato. Ser o Riva não é
tão fácil para o José. “Eu
faço tudo com amor. Não
quero mais ser candidato.
Ser referência também tem o
outro lado. Sou alvejado
todos os dias de todos os
lados. Não uso o poder
para mim, sou municipalista,
por isso tenho força com os
prefeitos, pois o município é
o ente mais fragilizado. Vou
abrir mão do poder, ser um
homem sem poder, vou
voltar a cuidar dos meus
negócios, voltar para Juara”.
Deputado Emanuel Pinheiro, do PR
Presidente da AL, José Riva, do PSD
“O próximo governador de Mato
Grosso será Pedro Taques ou
Blairo Maggi. E tenho orgulho de
dizer que ambos estiveram no meu
palanque em 2012.”
Mauro Mendes, prefeito de Cuiabá,
analisando o cenário de disputa pela
sucessão de Silval Barbosa (PMDB) em
2014.
Foi-se o tempo em que um vice-governador tinha apenas a
função de substituir o governador em reuniões sem futuro ou
em eventos cansativos e de pouca expressão. Em Mato Grosso,
o vice-governador Chico Daltro é um dos mais poderosos
políticos do Executivo. Começou com um orçamento de pouco
mais de R$800 mil em 2011 para hoje ter sob suas asas um
orçamento que beira a casa dos R$300 milhões. Além de vice,
administra orçamentos de pastas como o Cepromat e inclusive
da Defesa Civil e Políticas Indígenas. Não satisfeito, assumiu a
Secretaria de Estado de Cidades, cujo orçamento para 2013 é
de quase R$170 milhões. Não se trata de um vice eclético, por
dominar vários e diferentes setores da gestão pública, mas de
um vice que teve uma ascensão meteórica e jamais vista no
Estado. Outros vices assumiram secretarias, mas não tantas
funções e orçamentos como agora. Chico Daltro é hoje mais
poderoso que o governador Silval Barbosa foi enquanto vice de
Blairo Maggi e cujo orçamento na Vice-Governadoria não
chegava a R$850 mil. Com superpoderes, Chico Daltro pode
ser comparado a, muito provavelmente, um de seus ídolos da
infância. O personagem Ciborg, “o homem de 300 milhões de
reais”. Só que a fantasia é realidade em Mato Grosso e custa
caro ao bolso do cidadão!
1 3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,...16