EDIÇÃO IMPRESSA - 499 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 31 DE JULHO A 6 DE AGOSTO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CUIABÁTHRILLER
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de
programas de
variedades
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
FÉ E TRADIÇÃO
Já diziam os saudosos poetas
Dunga Rodrigues, Lenine Póvoas,
Virgílio Alves Corrêa Neto, Carmindo
de Campos, em seus escritos sempre se
referem a Cuiabá como a capital do
turismo religioso. O importante, e não
importa a data, é que há sempre uma
celebração em torno de um Santo e esta
fé move a multidão, inclusive em época
política os políticos fazem as suas
aparições louvando a todos os santos.
Louvar o Divino Espírito Santo e São
Benedito sempre foi o fator primordial
da elegante Eva Couto, de receber a
todos em sua Chácara do Bugrinho, no
histórico e lendário Coxipó do Ouro,
onde tudo começou pelos nossos
bandeirantes até a descoberta de ouro
no Alto do Rosário, onde fundou-se a
cidade de Cuiabá. A fé e a tradição vêm
de gerações no tronco familiar da
família Couto, portanto o roteiro da
festa é com a Santa Missa, chá com
bolo, levantamento de mastro,
nomeação de novos festeiros, almoço
dançante e bebida à vontade. É bom
lembrar que, à semelhança das festas
de São Benedito, havia as festas do
Divino Espírito Santo, até hoje na
Cuiabá de outrora, entretanto com
algumas pequenas diferenças. Uma
delas é que o festeiro não se chamava
“Rei” e sim “Imperador” e a festeira
não se chamava “Rainha” mas
“Imperatriz”. A festa de Eva Couto foi
regada a muita fartura, um cardápio
extremamente elaborado com a
gastronomia regional, bebidas, doces,
música de qualidade, enfim, nos fez
lembrar as antigas festas de Santo,
vividas na terra das tradições. As festas
do Divino Espírito Santo e São
Benedito continuam até hoje sendo um
marco de fé e tradição nos corações
cuiabanos.
FATOS POLÍTICOS
A natureza do cuiabano que, com o
longo retraimento, ficou adormecida e
mutilada, carece de espírito
empreendedor. Os habitantes fazem
política e vivem das somas que o
Tesouro lhes fornece. Um cargo ou
mesmo um cargozinho qualquer é
objeto de toda ambição e toda
especulação. Mas é bom lembrar que
esta cultura não mudou até hoje,
poucos entram de corpo e alma na
política por amor à sigla, os seus
objetivos gananciosos ultrapassam a
imaginação visando um bom retorno.
Vejamos o sangue que corre nas veias
dos entes queridos, que nos faz
mencionar alguns fatos políticos. De
geração a geração, vejamos: Júlio
Domingos de Campos puxou Júlio
Campos e depois Jaime Campos, e
agora Júlio Neto; de Osvaldo Botelho
de Campos saiu o seu filho Nereu
Botelho; de Ary Leite surgiu Campos
Neto; de Sarita Baracat de Arruda vêm
Nico e a nova revelação Kalil Baracat;
Branco de Barros teve revelação
Maninho de Barros; Vicente Vuolo
reaparece com Francisco Vuolo;
Emanuel Pinheiro Primo com o atual
deputado Emanuel Pinheiro Filho; já do
ex-governador José Garcia Neto surge
a nova safra da política, o neto Fábio
Garcia. Simplesmente, na história
política de Mato Grosso, foram apenas
dois caciques da política como o
senador Jonas Pinheiro conseguiu
emplacar a sua fiel escudeira Celcita
Pinheiro, e já o deputado Carlos
Bezerra, considerado raposa da
política, emplacou a sua esposa
deputada Teté Bezerra e hoje a vice-
governadora, enfim, apesar de todos os
fatos políticos e da polidez, a liberdade
das relações com o eleitorado,
aproveitando-se essas relações no
interesse dos anseios do partido e da
população que os elege.
VULTOS HISTÓRICOS
É uma pena que numa cidade que
está perto de completar os seus 300
anos de fundação ainda haja poucas
informações sobre celebridades
intelectuais, folclóricas, culturais, que
deixaram um legado de informações
sobre esta terra descoberta por Pascoal
Moreira Cabral. Deparamo-nos com
ruas, praças, avenidas, escolas, centros
comunitários que levam nomes de
pessoas que contribuíram para o
crescimento da cidade e do Estado e
não há um escrito sobre elas. Na Feira
do Porto, na administração do prefeito
Roberto França, havia dados
bibliográficos de grandes vultos que
fizeram história no Estado espalhados
ao redor da praça de alimentação, como
também no centro de comercialização.
Na administração do prefeito Wilson
Santos, ele preservou esta obra deixada
pelo seu antecessor, principalmente ele
que é professor de História, essa
iniciativa foi de suma importância na
preservação dos dados dos vultos
históricos de Mato Grosso. Uma
parceria seria ideal com as secretarias
de Cultura do Estado e do município,
no sentido de se agregarem em
informações relacionadas aos dados
mencionados em acessos públicos com
nomes de pessoas que fizeram história
neste estado.
Quem não se lembra do famoso
videoclipe do saudoso Michael
Jackson “Thriller”, no cinema eles
assistem a um filme de terror e, ao
saírem, zumbis começam a sair de
todos os lados. Pois bem, vejo esse
clipe todas as noites nas ruas de
Cuiabá. São vários, muitos, e daqui a
pouco serão milhares se ninguém fizer
nada. Pra quem ainda não entendeu, os
personagens dessa piada, que não tem
a menor graça, são os usuários de
crack que se alastram pelas ruas da
cidade.
Você para o carro, já se materializa
um do seu lado, já começa a te pedir
alguma coisa: um cigarro, um real pra
comprar comida, e os mais honestos
confessam que é pra droga. E ae???
Quer dizer então que agora você tem
que ter o dinheiro do leite, do pão e o
do crack??? Sim porque se você não
dá o um real, dois reais, a represália é
certa é custa mais caro. É a pintura
nova da porta do carro riscada, é o
pneu furado, o farol quebrado e até de
repente a vida ceifada por um
alucinado na madrugada. Pera ae, não
existe um órgão chamado segurança
pública??? Polícia Militar???
Secretaria de Saúde??? Secretaria de
Assistência Social, quem resolve???
De quem é a responsabilidade??? Não
é pra essas coisas que pagamos
impostos exorbitantes???
Esqueci, aqui na Terra do Nunca
todo mundo é “piratinha”, tapa um
olho pro problema social, olha pro
outro lado, finge que não tá vendo o
craqueiro na rua, atravessa, entra no
bar, faz foto pro instagram, pro
facebook, pro site, pra coluna social,
joga o cabelo, ri alto, pede outro
drinque, volta pro carro, dá um
cigarro pro craqueiro, ajuda com os
trocados, até interage, já tá mais à
vontade. Chega em casa e escreve um
artigo pro jornal, quem sabe alguém
consegue fazer alguma coisa, já que eu
só consigo escrever. Piada chata,
chatiado.
1...,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17 19,20
Powered by FlippingBook