 
          CIRCUITOMATOGROSSO
        
        
          CUIABÁ, 26 DE JUNHO A 2 DE JULHO DE 2014
        
        
          CULTURA EM CIRCUITO
        
        
          PG 6
        
        
        
          ACABOU-SE OQUE ERADOCE
        
        
          MELHOR REMÉDIO
        
        
          Por José Augusto Filho
        
        
          José Augusto é diretor de
        
        
          teatro e produtor de
        
        
          programas de
        
        
          variedades
        
        
        
          CADEIRA DE BALANÇO
        
        
          Por Carlinhos Alves Corrêa
        
        
          Carlinhos é jornalista
        
        
          e colunista  social
        
        
        
          TURISMO RELIGIOSO
        
        
          Cuiabá é uma capital movida pela
        
        
          fé. Fatos marcantes das festas
        
        
          religiosas sempre foram o símbolo de
        
        
          referência dos embalos, como as
        
        
          festas do Senhor Divino, Bom Jesus
        
        
          de Cuiabá, Nossa Senhora do Rosário,
        
        
          São Benedito, Santo Antonio, São João
        
        
          e Santa Rita. Se os nossos
        
        
          governantes investissem no turismo
        
        
          religioso, a Cuiabá que está quase
        
        
          chegando aos seus 300 anos seria mais
        
        
          visitada pelos nossos turistas,
        
        
          principalmente os templos religiosos
        
        
          da capital sempre com as portas
        
        
          fechadas. Numa capital que vai sediar
        
        
          a Copa do Mundo, infelizmente se
        
        
          esqueceram de dar suporte ao turismo
        
        
          religioso, principalmente nos idiomas
        
        
          estrangeiros. Na maioria das nossas
        
        
          igrejas não há guia de turismo, nem
        
        
          registros de festas que marcaram a
        
        
          capital de Mato Grosso. Pensando
        
        
          bem, uma parceria com as secretarias
        
        
          (tanto estadual quanto municipal)
        
        
          deveria dar suporte para o turismo
        
        
          religioso, inclusive na área da
        
        
          segurança, dando aos nossos visitantes
        
        
          a transparência de uma Cuiabá culta,
        
        
          com registros marcantes da fé. O
        
        
          turismo religioso é um meio de fazer
        
        
          entrar alguns reais para as instituições
        
        
          religiosas. Aqui fica uma frase: “Entre
        
        
          o passado, onde estão nossas
        
        
          recordações e o nosso futuro, onde
        
        
          estão nossas esperanças, fica o
        
        
          presente, onde está o nosso dever”.
        
        
          POLÍTICA SEM OPÇÃO
        
        
          Quando se fala em sucessão
        
        
          governamental na capital, as pessoas
        
        
          ficam em silêncio, pelos fatos que
        
        
          ultimamente vêm acontecendo no
        
        
          Estado. Os personagens sempre são os
        
        
          mesmos, nada muda na corte das
        
        
          siglas, sobem no mesmo palanque os
        
        
          camaleões e a população não tem
        
        
          opção para votar nesses políticos. O
        
        
          medo de votar em alguns cidadãos
        
        
          apavora a população pelos escândalos
        
        
          que assolam a capital, principalmente
        
        
          no país, como dizia a saudosa cantora
        
        
          Elis Regina “O Brasil está matando o
        
        
          Brasil”. Naquele tempo, Cuiabá e todo
        
        
          o Mato Grosso eram unidos. Havia,
        
        
          porém, uma peculiaridade dos
        
        
          cuiabanos e mato-grossenses de
        
        
          outrora: era o interesse apaixonado
        
        
          que dedicavam ao jogo político. Daí a
        
        
          solidariedade que unia os
        
        
          companheiros de partido. As
        
        
          agremiações principais que então se
        
        
          digladiavam era o Partido Social
        
        
          Democrático (PSD) e a União
        
        
          Democrática Nacional (UDN). As
        
        
          paixões partidárias dominavam o
        
        
          ambiente e se estendiam pelas ruas e
        
        
          comícios, refluindo às vezes ao
        
        
          Tribunal Eleitoral, através de credores
        
        
          de alto nível que defendiam os
        
        
          partidos, nos recursos, como João
        
        
          Vilas Boas, José Feliciano de
        
        
          Figueiredo, Gervásio Leite, Benjamin
        
        
          Duarte Monteiro, Benedito Vaz de
        
        
          Figueiredo, João Moreira de Barros,
        
        
          Lenine Póvoas, Renato Pimenta e
        
        
          vários outros. A política sem opção
        
        
          nos faz refletir: a confiança provém
        
        
          não de se ter sempre a razão, mas de
        
        
          não se ter de errar.
        
        
          POVO CRIATIVO
        
        
          Muita gente que vem de outros
        
        
          Estados diz: “O cuiabano de besta só
        
        
          tem a cara”. No fundo, é um povo
        
        
          criativo que quando surra um apelido
        
        
          fica para sempre. A criatividade é,
        
        
          acima de tudo, principalmente em
        
        
          festas de santos, quando surge um
        
        
          nome como Maria, e surgem Maria de
        
        
          Rinque, Maria Galinha, Maria
        
        
          Goiabinha, Maria Três c... etc. Assim,
        
        
          o cuiabano, na realidade, esconde a
        
        
          sua candura na primeira oportunidade,
        
        
          tasca no nome o veneno. Exemplo:
        
        
          pau-rodado – todo adventício que para
        
        
          cá arriba, embora dificilmente se
        
        
          possa explicar como rodaria um pau
        
        
          contra a correnteza! Foi numa dessas
        
        
          refregas de sátira jornalística que
        
        
          surgia a expressão pau-rodado, criado
        
        
          por Frederico de Oliveira, em versos
        
        
          humorísticos, publicados com o
        
        
          pseudônimo de Zé Capilé. A expressão
        
        
          tinha em mira os forasteiros que aqui
        
        
          chegavam com muita empáfia e
        
        
          incorporou-se depois ao linguajar
        
        
          cuiabano. Com o tempo, foi perdendo
        
        
          a conotação pejorativa que lhe deu seu
        
        
          criador, passando a ser empregada
        
        
          amistosamente a todas as pessoas que
        
        
          vinham cooperar com o
        
        
          desenvolvimento da Cidade Verde.
        
        
          Cuiabá, berço da memória, da história.
        
        
          Como esta capital, nada há.
        
        
          Quem beijou, beijou, quem não
        
        
          beijou não beija mais que já acabou a
        
        
          Copa do Pantanal, e foram dias de
        
        
          alegria e de muita festa. Teve Chile,
        
        
          Austrália, Bósnia, Nigéria, Rússia,
        
        
          Coreia do Sul, Colômbia, Japão.
        
        
          Cuiabá ficou cosmopolita, fomos do
        
        
          “arigatô” ao “bien venido”, mas é hora
        
        
          de voltar ao “agora o que que é
        
        
          esse?”.
        
        
          A Copa do Pantanal acabou e vai
        
        
          deixar saudades e tem quem vá se
        
        
          lembrar da Copa por muitos e muitos
        
        
          anos, principalmente os que
        
        
          investiram, na expectativa de lucrar
        
        
          muito e não rolou. Mas a vida é assim:
        
        
          “dias de muito véspera do nada”. E
        
        
          depois da Copa o assunto é mais Copa,
        
        
          e a pergunta que não quer calar: a
        
        
          Copa acabou e a Fifa devolve a Arena
        
        
          Pantanal, devolve pra quem????
        
        
          E passada a Copa vamos voltar à
        
        
          realidade, põe aí pra tocar PF,
        
        
          Ararath, Blairo Maggi, Silval, Eder, é o
        
        
          Rap da Falcatrua. E passada a Copa, o
        
        
          governo afirma: dava pra roubar mais,
        
        
          e quem roubou, roubou, quem não
        
        
          roubou, fica tranquilo que o VLT ainda
        
        
          não acabou.
        
        
          E ainda tem
        
        
          chileno tentando
        
        
          chegar a Cuiabá,
        
        
          outros foram parar em
        
        
          Curitiba, não tem
        
        
          problema, as duas
        
        
          cidades começam com
        
        
          “C”, de “C” pra “C” é
        
        
          tudo o mesmo “C”. E
        
        
          quem estava
        
        
          desaparecido e
        
        
          ressurgiu no jogo
        
        
          Colômbia e Japão na
        
        
          Arena Pantanal foi
        
        
          Blairo Mágico que,
        
        
          além de fazer dinheiro público
        
        
          desaparecer, conseguiu reaparecer em
        
        
          público, agora só falta falar: “Fala,
        
        
          Blairo, o povo quer te ouvir, é o
        
        
          programa: Grita Que Eu Sou Surdo”.
        
        
          E a Copa do Mundo é como o sexo
        
        
          na vida dos ingleses: acontece de
        
        
          quatro em quatro anos e o resultado
        
        
          nem sempre é satisfatório.