CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 20 A 26 DE MARÇO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
O PRAZER DA LETRA
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
NAPASSARELAI
A passarela nos faz lembrar a
época em que as primeiras-damas
do município, juntamente com um
grupo de senhoras da sociedade,
visitavam famílias cuiabanas para
convidar uma das suas filhas para
concorrer no “Concurso de Miss
Cuiabá”. O desfile acontecia no
Clube D. Bosco e no Clube
Feminino, e de vez em quando nas
boates Sayonara e Balneário Santa
Rosa, com as moças escolhidas a
dedo. As candidatas representavam
diversas empresas, o júri era mais
qualificado, seletivo, a renda do
evento era destinada a instituições
de caridade. É bom lembrar que o
Concurso Miss Cuiabá era
promovido pela Prefeitura
Municipal, sendo que à frente do
evento ficava a Secretaria de
Promoção Social, e tinha cunho
filantrópico. Asociedade toda
participava do evento, o último
desfile de Miss Cuiabá ocorrido no
Clube D. Bosco foi na
administração de Bento Lobo. Já
na administração de Frederico
Campos, os outros desfiles
aconteceram com grande êxito. Na
administração de Rodrigues Palma,
as candidatas desfilavam em
ginásio de esporte e a sociedade
participava emmassa. Já na
administração deAnildo Lima
Barros, o Concurso Miss Cuiabá
era promovido pela Pronav, a
sociedade participava emmassa,
isto era prova de que o Concurso
Miss Cuiabá movimentava a Cidade
Verde. O prefeito da capital arcava
com todas as despesas da Miss
Cuiabá para ela concorrer a Miss
Mato Grosso.
NAPASSARELAII
A passarela nos faz lembrar
quando Vanessa e Jejé
apresentavam o Concurso Miss
Cuiabá. Os tempos mudaram e
tambémmudaram os novos
padrões de beleza, de aparições na
passarela, desembaraço, postura e
outros quesitos que eram
essenciais, só não mudam o
comportamento e a boa educação.
O jornalista social WarnerWillon,
com toda a iluminação divina,
credibilidade, aceitação, oferece
neste dia 21 de março, na Amam, o
Cubanacuya 2014, tendo como
patrono Haroldo Kuzai e
patronesse SaraAlves deArruda,
com a presença da Miss Brasil
2013, Jakelyne Oliveira, quando
também acontece a eleição da Miss
Cuiabá 2014. Será uma noite de
glamour, elegância, tendo à frente
o DJ Vasco Neves, residente, e a
convidada DJ Paula Blue – de São
Paulo.Aeterna capital de Mato
Grosso vai reviver os tempos de
glória no quesito beleza. Miss
Cuiabá 2014 terá a participação de
18 candidatas, moças belíssimas
que irão participar deste certame,
quando serão avaliadas por uma
equipe de jurados muito bem
qualificados. Já dizia Mário
Quintana: “O sorriso enriquece os
recebedores sem empobrecer os
doadores”.
BONSTEMPOS
Até na Rua Vila Maria, no
bairro Baú, quando os fogões nas
casas eram quase todos a lenha ou
de ferro, eram poucas famílias
que tinham um fogão a gás da
marca Brasil. Bons tempos,
quando os fogões a lenha
deixavam as cozinhas encardidas
com a fumaça das chaminés,
coisa que era tão comum para os
nossos olhos. As grandes
cozinheiras do passado faziam
banquetes com sabores
inigualáveis, me lembro das
broinhas do Mestre Inácio, do
bolo de arroz de D. Jujá, do bolo
de queijo de D. Eunice, da cocada
e pé-de-moleque de D.
Guilhermina, da ambrosia de D.
Beleca, do macarrão de gamela de
D. Esmeralda, enfim, outras
iguarias preparadas por outras
famílias que ficaram nas
lembranças. As cozinheiras do
bairro do Baú preparavam carnes
de porco, de peru e de pato, que
eram muito usadas nos banquetes,
nas festas de gente grã-fina. Das
tachadas de doces de caju, de
goiaba, de batata, de mamão verde
em fatias finas transparentes, de
mangaba, de laranja, de limão,
furrundus, de coco, de abóbora,
tudo era plantado e colhido nos
quintais. Bons tempos que ficaram
só na memória da gente, hoje no
Baú acabou tudo, até os
moradores se distanciaram uns
dos outros com o progresso.
Ensinar a ler, não pela
obrigatoriedade de se cumprir
uma carga horária de sala de aula,
mas pelo prazer que se pode tirar
das letras impressas em revistas,
livros, gibis, jornais, bulas de
remédios, internet. Ensinar a ler,
pelo prazer de viajar nas
fantásticas histórias contadas
pelos Irmãos Grimm em Branca
de Neve e os Sete Anões, ABela
Adormecida, João e Maria; pelo
prazer de brincar com Narizinho,
Pedrinho e a Boneca Emília no
Sítio do PicapauAmarelo
imaginado pelo incrível Monteiro
Lobato ou, ainda, pelo prazer de
alçar voos com Ivens Scaff,
Lucinda Persona, Manoel de
Barros, ensinar a ler, pelo prazer
de sentir CemAnos de Solidão,
com Gabriel García Márquez, de
mergulhar Vinte Mil Léguas
Submarinas com Julio Verne.
Ensinar a ler pelo simples prazer
de saber ler.
Assim eu sonho e vou
construindo a minha parte nesta
história. Por acreditar que nenhum
processo de educação chegará a
bom termo se junto não se
desenvolver um bom programa de
incentivo à leitura, levo por aí o
Inclusão Literária, instalando
pequenas bibliotecas, fazendo
itinerância com biblioteca
ambulante e como disse Monteiro
Lobato: “Um País se Faz com
Homens e Livros”, eu levo os
livros e seu conteúdo ajudará a
formar homens.
Sonho ainda mais quando
imagino que os livros que
esparramo formarão grandes
leitores, poetas, escritores e
professores que juntos comigo,
nesta luta guerrilheira, se
multiplicarão e formarão cidadãos
que, além de ler, saberão
interpretar as letras e as
mensagens que elas transmitem.
Aí sim terá valido o Inclusão
Literária.
Acredito, assim como Rubem
Alves, que a “leitura é droga
perigosa e vicia...”, ela dá prazer.
O Prazer da Letra, este é o grande
barato da Leitura. E não me digam
que jovem não gosta de ler, eles
não têm é incentivo, oportunidade
e, se alguns não gostam, a culpa
não é deles. As escolas só os
ensinam a ler pelo sentido
gramatical ou por obrigação de
aprender aqui que um dia verão
em uma prova de vestibular, assim
não sobra tempo de lhes mostrar a
parte bonita do texto literário, a
parte viva, O PRAZER DA
LETRA. Ler é muito mais que
entender a gramática, os
encontros consonantais, a análise
sintática, os verbos. Ler é ter um
caso de amor com o texto, é se
apaixonar pelo autor, pelos
personagens, é transar e tirar
desta paixão todo O PRAZER DA
LETRA. Nossos jovens não
aprendem assim... que pena!
Mas a culpa não é deles.