CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 24 A 30 DE OUTUBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
OS SUSPEITOS
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
ARTE NÚMERO 7
PPor Caio Porto Moussalem
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa
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s
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Carlinhos é jornalista
e colunista social
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
PPor Rosemar Coenga
o
A HISTÓRIA DE WANGARI MAATHAI
CASA DOS VELHOS
Quem trafega pela
Avenida Historiador Rubens
de Mendonça, esquina com
a Brigada de Infantaria
Motorizada, não imagina
quanto aquela casa de
idosos está bem cuidada. A
primeira impressão é a que
fica. Iluminada pelo Espírito
Santo, a diretora-presidente
do Abrigo dos Velhos,
senhora Ana Maria Bezerra,
vem desenvolvendo um
brilhante trabalho nesta
instituição para o bem-estar
de todos os idosos, como
também para diversos
segmentos da sociedade.
Sabermos que ela enfrenta
montanhas e barreiras, o
fardo ainda é grande, o
importante é que todos os
velhinhos são tratados com
carinho, amor, respeito e
dignidade – isto é o fator
primordial da nova direção
desta instituição. A casa dos
velhos está toda florida, os
quartos, em sua maioria,
climatizados, pintados de branco,
enfim, deu-se uma nova
roupagem a este asilo, visando
uma nova realidade para os olhos
daqueles que fazem suas doações
em silêncio. Ana Maria é
determinada, tem credibilidade,
liderança, soluções para os
problemas que enfrenta, sempre
pedindo a força de Deus, pois sem
Ele não fazemos nada. Com Ele,
podemos partir para a luta, insistir
e jamais desistir. Ana Maria
Bezerra é uma mulher abençoada
pelo Espírito de Luzes. É um ser
humano que muito faz para
amenizar a dor de muitos velhinhos
esquecidos pelos seus familiares.
Sabe que tudo isto é precioso aos
olhos de Deus.
PAPA DO COLUNISMO
Jejé hoje está em pleno
esquecimento por diversos
segmentos da sociedade, ele que
com sua coluna enaltecia o ego
humano, servindo muitas vezes de
escada para o sucesso de muitos
colunáveis. Hoje, de fato, são
poucos os que lembram a figura
carismática e querida de Jejé, mas
a ingratidão faz parte de alguns
que não sabem valorizar um ser
humano que fazia o bem para a
sociedade de consumo. Como o
nome já diz, ele é o “Papa”, ou
seja, é o máximo, mas há muito
tempo venho percebendo que a
sociedade anda meio esquecida
quanto ao nosso antigo lendário
colunista social, o meu padrinho
Jejé. Sinto muitas saudades do
nosso almoço de domingos em
nossa residência, onde Jejé
contava fatos, contos, anedotas e
deixava o ambiente descontraído e
regado de alegria. O Papa do
Colunismo teve diversos
pseudônimos: Dino Danuza, J.
Jacinthus, Jejé de Oiá, enfim, ele
revolucionou a sociedade
preconceituosa da época, fazendo
até deboche entre linhas. Jejé
sempre procurou viver e conhecer
a realidade que lhe trouxe muitas
alegrias verdadeiras, e se
consagrou como Papa do
Colunismo Social.
CADEIRA DE BALANÇO
A coluna
Cadeira de Balanço
é de cunho cultural, relata fatos,
resgata histórias, acontecimento
marcantes, é uma verdadeira
cartilha de registros vividos na
capital. Procuramos sempre relatar
a verdade, a justiça e a
honestidade que devem
acompanhar nossas vidas. Fiquei
supercontente com as ligações
recebidas sobre a matéria “Beleza
Cuiabana”, onde foram
enfocadas as beldades da família
Novis Neves. Peço desculpas às
senhoras Ilclélia e Aracy, pois todas
vocês são educadas, foi o ponto
alto da coluna. Agradecemos aos
nossos leitores: professor Aecim
Tocantins, dr. Gabriel Novis Neves,
Marcos Mussi, professor doutor
Fernando Tadeu de Miranda
Borges, professor doutor Benedito
Pedro Dorileo, entre outros que nos
fortalecem dando incentivo em
nossas escritas. Escrevemos a
coluna com alma que vem do
próprio coração. Na crise ética de
hoje, nem sempre se vive assim.
Portanto, a
Cadeira de Balanço
dá
um toque em épocas vividas e
saudáveis.
Wangari Maathai é natural do
Quênia, país africano situado na
costa oriental do continente. O
Quênia pertenceu durante muitos
anos ao Reino Unido, somente em
1963 conseguiu a libertação.
Wangari
Maathai nasceu
em 1940, sob o
domínio inglês, e
sempre batalhou
pela
independência
do seu país. A
história de sua vida, a defesa em
prol dos quenianos, está contada
no bonito livro
Plantando as
árvores do Quênia:
a história de
Wangari Maathai (2010), de
Claire A. Nivola, publicado pela
Editora Comboio de Corda.
Quem é realmente Wangari
Maathai? É uma professora
queniana, defensora das florestas
e que obteve em
2004 o Prêmio
Nobel da Paz por
sua contribuição
em favor do
desenvolvimento
sustentável, da
democracia e da
paz em seu país e no mundo. Ela
conseguiu mudar a paisagem de
sua terra natal – o Quênia.
Nasceu na época em que a
mulher ainda vivia subalterna ao
homem, mas lutou, venceu
preconceitos, recebeu uma bolsa
de estudos para os Estados Unidos
e saiu vencedora na vida e na luta
em favor dos oprimidos. Vamos
conhecer um pouco dessa mulher
admirável. Wangari ouviu sua mãe
dizer quando ainda era pequena:
“Menina, uma árvore vale mais
que sua madeira!”. Essa lição a
acompanhou em sua vida inteira.
A história de Wangari
Maathai é narrada em páginas
coloridas, salpicadas de muito
verde. As cores são tão vivas
quanto o sol brilhante das
savanas. É um livro que encanta
pela beleza das ilustrações e pela
bonita história dessa brava mulher
que se tornou defensora das
árvores – figueiras, sequoias,
baobás.
Em 2004, recebeu o Nobel
da Paz por seu trabalho em prol
da natureza. Foi a primeira
mulher africana a receber essa
distinção. Ao receber o prêmio,
pronunciou essas palavras:
“Adoraria convocar os jovens para
se dedicar a atividades que
contribuam para a realização de
seus sonhos em longo prazo. Eles
têm a energia e a criatividade
necessárias para construir um
futuro duradouro”.
Os Suspeitos
,
do brilhante
diretor canadense Denis Villeneuve
(
Incêndios
de 2010), conta a
história de duas garotinhas que são
raptadas no feriado do Dia de
Ação de Graças. Elas são amigas e
seus pais e mães juntam esforços
para encontrá-las o mais rápido
possível.
São tantas reviravoltas e
surpresas em um roteiro
impecavelmente esculpido por
Aaron Guzikowski, que eu não
contarei mais nenhum detalhe para
não influenciar a maneira como
você vai assistir ao filme. O
importante é saber que
Os
Suspeitos
é mais um exemplo da
teoria de que um filme que contar
com a equação ‘bom roteiro +
bons atores’ dificilmente daria
errado. Por falar em atores... que
orquestra! As figuras principais do
filme são Keller Dover (Hugh
Jackman) e o Detetive Loki (Jake
Gyllenhaal). O primeiro é o pai de
uma das garotinhas e o segundo é
o investigador responsável pelo
caso. Os dois atores encenam um
‘dueto’ espetacular nesse filme, com
atuações assombrosas. A cada ano
que passa, Jackman prova que ele
é muuuito mais que um simples
Wolverine; e Gyllenhaal mostra
uma maturidade cada vez mais
impressionante.
Mas TODOS os atores estão
inspirados! Viola Davis, Maria
Bello, Terrence Howard, Melissa Leo
e Paul Dano (com destaque para
esse último) dão um show à parte e
serão – sem dúvida – nomeados
aos mais diversos prêmios.
Da fotografia à direção, tudo
está no seu devido lugar. Só o
desfecho que, a meu ver, poderia
ser mais bem trabalhado. Mesmo
assim, nada é capaz de tirar o
brilho deste que é, com toda
certeza, um dos melhores filmes do
ano.