CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 17 A 23 DE OUTUBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
Info: (65) 3365-4789
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
PPor Rosemar Coenga
o
O PROFESSOR E O POETA
Em todo 15 de outubro, Dia do
Professor, entre cumprimentos,
homenagens e esperados – e sempre
bem-vindos abraços festivos –, ponho-
me a fazer um balanço dessas décadas
em que fiz do magistério um
instrumento de contribuição para a
melhoria da sociedade – na qual me
incluo – e do país que ajudo a
construir.
Na contabilidade dos benefícios,
dos prejuízos e de “tudo o que poderia
ter sido e não foi”, chego a um
resultado de que a educação brasileira
tem sofrido fortes mudanças de
diversas ordens.
O grande educador – o marcante,
o permanente, o sempre lembrado –
tem sido, na vida de todas as pessoas
que despenderam horas preciosas na
escola, aquele que soube criar a beleza,
descobrir a afetividade, estimular a
imaginação, valorizar o conhecimento,
incitar a curiosidade e a busca para os
pequenos (grandes) problemas do estar
vivo.
A poesia busca efeitos e afetos. E o
professor?O professor objetiva
sapiência e proficiência. E o poeta?A
poesia ilumina a prática docente com a
aguda indagação do mundo. A
atividade do professor contamina/
enriquece o texto poético com o olhar
brilhante do estudante a descobrir o
desconhecido.
Cecília Meireles, poeta e professora,
descreveu assim as qualidades inerentes
ao professor, em um comentário, datado
de 10 agosto de 1930: “Ter coração
para se emocionar diante de qualquer
temperamento. Ter imaginação para
sugerir. Ter conhecimentos para enriquecer
os caminhos transitados. Saber ir e vir em
redor desse mistério que existe em cada
criatura, fornecendo-lhe cores luminosas
para se definir, vibratilidades ardentes
para se manifestar, força profunda para
se erguer até o máximo, sem vacilações
nem perigos. Saber ser poeta para
inspirar”.
Na data que você vem comemorar,
caro professor, heroico irmão(ã), está
registrada a natureza de sua ação:
esclarecer o passado, interrogar o
presente, construir o futuro. Para bens e
para males da educação, poetize-se,
professor!
BELEZA CUIABANA
Hoje, vamos falar da beleza das
mulheres da família Novis Neves, que
possuem uma série de fatores que envolvem
esta atmosfera com: olhar fascinante,
educação ímpar, elegância nata, presença
marcante, humildade, simpatia, caridosas,
enfim, tudo que engloba uma base familiar
chamada berço – significa bem-nascido.
Estamos falando das figuras carismáticas de:
Yara, IraciIlcléia, Ana Beatriz e a saudosa
Tieta. Todas elas revolucionaram a grande
Cuiabá nos quesitos “Beleza Cuiabana”,
podemos compará-las a algumas divas de
Hollywood que marcaram a época de ouro
do cinema mundial. Podemos então
compará-las às estrelas Glória Swanson, Ava
Gardner, Lauren Bacall, Joan Crawford, Rita
Hayworth, entre outros lindos rostos que
fizeram o mundo delirar, enquanto as Novis
Neves ofuscavam a todos com o quesito
chamado “Beleza Cuiabana”. Já dizia
Vinícius de Moraes: “Me perdoem as feias,
mas beleza é fundamental”.
MARCA DO COLUNISMO
O mundo clã do colunismo social, desde
a década de 60, revolucionou a sociedade
de consumo enfocando as futilidades e as
fogueiras de vaidades humanas na capital.
Houve uma revolução total na maneira de
criar, de escrever informações, dar furo
jornalístico ou, simplesmente, fazer um
cidadão ser alvo da escala da fama e do
reconhecimento social. Podemos citar os
bambas do colunismo social que deixaram
sua marca registrada: Shirley Ocampos,
Vanessa de Oliveira, Jejé, Cesário de
Almeida, Cláudia Moura, João Pedro de
Arruda, Henry Montegomery, dentre outros
que foram fontes de inspiração para muitos
profissionais que atuam na área. Vanessa foi,
sem dúvida, a única colunista social da época
no Brasil que lançou a lista das 10 cafonas
no país. Na coluna “Vanessa Komenta”, o
seu diferencial era a letra em K; lançou
moda, estilo, enfim, era uma verdadeira
analista de política. Muitas vezes o seu furo de
reportagem chamava a atenção do editor,
despertava interesse pelas notas sociais que se
transformavam em matéria jornalística. Muitos
que estão hoje no colunismo vão passar sem
deixar marca, pois falta muita criatividade
para alcançar o gosto da leitura do público.
BARQUEIRO DE CUIABÁ
Segundo fatos vivenciados por pessoas
da época, a travessia do Porto a Várzea
Grande era através de barca. Havia um
senhor conhecido, aliás, o único que fazia
esse transporte, o José da Barca, que sempre
acompanhou no vaivém interminável de uma
para outra margem. Mas ele se divertia e
divertia os passageiros com suas piadas e
casos que inventava, envolvendo pessoas
conhecidas, às vezes com malícia, embora
sem ofensa, sempre com muita graça e
constante alegria. Chega o progresso, em
1942 foi construída a ponte sobre o rio
Cuiabá, uma das realizações do vasto plano
de obras da administração Julio Muller e
João Ponce de Arruda. Concretiza-se, deste
modo, uma velha aspiração dos cuiabanos
e, no entanto, o que foi motivo de satisfação
generalizada se transformou em chama
pessoal para o barqueiro. Cheio de
amargura, Benedito Leite de Figueiredo,
conhecido como “Dito”, não se conformou
com a ociosidade forçada.
PROCISSÃO E FÉ
Na Cuiabá, terra dos meus amores,
antigamente a Procissão de Celebração dos
Santos tinha mais participação da população
cuiabana e de devotos. Nas aparições
públicas, figuras folclóricas, que nos dão
saudades até hoje, mexendo nas lembranças
do passado, tais como: Preta, Antonio Peteté,
Mexidinha, Maria Papudinha, Bolo Flor,
Zaramela, Maria Taquara e Maria Vaca
Preta, etc. Na Cuiabá do passado, a
multidão de fiéis ia carregando tocheiras de
velas acesas, ouvindo a banda tocar ou
simplesmente acompanhava o Santo Terço
em romaria. As bandas abrilhantavam os
eventos religiosos vividos na Terra do Bom
Jesus de Cuiabá, do Mestre Inácio, Mestre
Albertino, ou da Polícia Militar, através de
vários instrumentos musicais durante o trajeto
das ruas das peregrinações. Tocavam músicas
sacras. As mais ouvidas naquela época eram
as do Senhor Divino, de São João, de São
Bom Jesus de Cuiabá, de São Benedito, o
Hino a Nossa Senhora Auxiliadora,
Queremos Deus, dependendo do santo do
mês. Nas aparições religiosas das
irmandades, das Filhas de Maria, São José,
da Imaculada Conceição do Porto, de
Auxiliadora, do Rosário, do Carmo, de São
Benedito, as Freiras Carmelitanas e
Beneditinas etc. Os sinos das igrejas tocavam
quando passava a procissão; o mais potente
era o da Catedral do Bom Jesus de Cuiabá,
que durante anos silenciou para anunciar a
“Ave Maria” para o povo de Deus. As bandas
tocavam de um pouco e de tudo, repicavam
Coração Santo, Música Carnavalesca e
“Sanctus” etc. Por isso, o fiel procurava
conhecer e fazer a vontade de Deus.