CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 6 A 12 DE JUNHO DE 2013
OPINIÃO
P
G
2
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
NOTA ZERO
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 436 auditada
por PWC de 23.350 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Mayla Miranda,
Rita Anibal e Débora Siqueira
Fotografia:
Pedro Alves
Editora:
Sandra Carvalho
Av. Miguel Sutil, 4001C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 - Fone: (65) 3023-5151 E-mail
EDUCAÇÃO
Ar-condicionados mofam em escola
Há equipamentos adquiridos em 2012 e outros entregues em 2008, alguns já obsoletos. Por: Diego Fredericci. Fotos: Pedro Alves
A Escola Estadual André
Avelino Ribeiro, localizada no
Bairro CPA 1, em Cuiabá, é
mais um exemplo do
descaso da Secretaria de
Estado de Educação de
Mato Grosso (Seduc-MT),
comandada pelo petista
Ságuas Moraes. O colégio
peca pela falta de
infraestrutura sobretudo na
climatização dos ambientes
internos: 50 aparelhos de ar-
condicionado, que seriam
usados para amenizar o forte
calor da Capital, estão
dentro das caixas, muitos
deles obsoletos, pois não
foram utilizados desde que a
primeira remessa foi
entregue, em 2008.
O ar-condicionado
possui um histórico de
polêmicas no governo
estadual. Segundo a
reportagem “Ensino às
traças e desempenho
pífio”, da edição 433 do
Circuito MT
, 2 mil
aparelhos de climatização
aguardam para serem
instalados, pois, na maior
parte das escolas, a rede
elétrica não possui estrutura
adequada para suportar
tamanho consumo de
energia, principalmente nos
meses mais quentes.
A André Avelino não é
exceção. De acordo com o
diretor da escola, Munir
Fares, a rede elétrica da
escola tem mais de trinta
anos e não conseguiria
suportar a demanda
energética. Além disso, o
administrador denuncia que
há um “jogo de empurra” de
responsabilidades, por parte
Esta semana, o
deputado estadual
Airton Português fez
dois pedidos de
investigação contra a
Seduc – um junto à
14º Promotoria
Criminal
Especializada de
Defesa da
Administração Pública
e o outro apresentado
na Delegacia
Especializada em
Crimes Fazendários
contra a
Administração
Pública.
As representações
foram interpostas em
28 e 29 de maio,
respectivamente. Em
entrevista ao site
Mídia News, o
secretário Ságuas
Moraes defendeu-se
dizendo que a o
deputado do PSD
“virou seu inimigo”
desde que a irmã do
parlamentar, Vanice
Marques, deixou o
cargo de secretária-
adjunta da Seduc, em
abril deste ano. A
briga seria, na
verdade, por disputa
de poder entre o PT,
de Ságuas, e o PSD,
do deputado José
Riva, na Educação.
O pedido de
PSD e PT disputam
cargos na Seduc
investigação feito ao
Ministério Público solicita
a “abertura de Inquérito
Civil para apurar
suposta prática de
improbidade
administrativa no âmbito
da Administração
Pública Estadual, mais
precisamente nas
contratações referentes a
reformas e escolares da
Secretaria de Estado de
Educação”.
A outra solicitação,
de protocolo pedida à
Delegacia de Crimes
Fazendários, aponta o
“noticiado nas edições
de jornais” citando,
nominalmente, a
reportagem “Farra na
Seduc de Ságuas”
,
publicada na edição
441 do
Circuito MT
,
relatando
“contratações
centralizadas numa
empresa de
propriedade do
ordenador de
Despesas daquela
Secretaria [Seduc],
podendo em tese
caracterizar crimes de
peculato, fraude e
licitações e outros
crimes que agridam ao
patrimônio do Estado,
e consequentemente, a
todos os cidadãos
mato-grossenses”.
do governo estadual e da
Centrais Elétricas Mato-
grossenses (Cemat).
“Fiz denúncia na
Ouvidoria do Estado e não
obtivemos resultados. A
adequação das instalações
elétricas nos foi prometida
para maio de 2012, ou seja,
há mais de um ano. É uma
situação complexa pois nem
o governo estadual nem a
Cemat aceitam a
responsabilidade: um joga o
problema para o outro
resolver”, diz ele.
Autor da denúncia que
chegou à redação do
Circuito MT,
Roniclei
Rondon, de 17 anos, mostrou
senso de civilidade ao relatar
os problemas enfrentados
pela escola. Em dias quentes,
o rapaz fala que é comum
ver estudantes desmaiando e
sendo transferidos para
unidades médicas. Segundo
ele, a publicidade alardeada
pelos órgãos públicos, sobre
a qualidade das estruturas de
ensino, é falsa.
“A propaganda que
vemos do governo de que
está tudo perfeito nas escolas
não condiz com a realidade.
Precisamos da ajuda da
imprensa, pois já fizemos
denúncias em vários órgãos e
nunca fomos atendidos. Hoje
mesmo uma aluna passou
mal e desmaiou, por causa
do calor, enquanto vemos
uma sala cheia de aparelhos
de ar-condicionado ainda na
caixa”, lamenta ele.
“Mato Grosso
merece respeito.”
Senador Jayme Campos
(DEM), na tribuna do
Senado, intimando os
deputados estaduais de Mato
Grosso a assinarem o
requerimento da criação da
CPI do Fethab.
“O E s t ado não t em u t i l i z ado a v e r ba de R$1 b i l hão pa r a e s t r ada s e R$
1b i l hão pa r a hab i t a ç ão . Os 30% do F e t hab s ão ap l i c ado s na s ob r a s
da Copa . S e s ub t r a i rmo s o v a l o r r epa s s ado à S e copa , t e r emo s a
“ s ob r a ” d e R$1 , 8 b i l h ão . ”
Senador Pedro Taques (PDT), fazendo contas com o dinheiro administrado por Silval
Barbosa e afirmando que os recursos não estão sendo aplicados de forma correta, cujo
destino correto seria para a construção de casas populares e recuperação de estradas.
“As fraudes são práticas recorrentes
dele quando foi prefeito de
A r apu t anga . ”
Ságuas Moraes (PT), secretário de Estado
de Educação, rebatendo críticas de Airton
“Português” (PSD), após a denúncia de
direcionamento em licitações na Seduc,
encaminhada ao Ministério Público e Polícia
Civil pelo parlamentar.
“Os eleitores me escolheram
para f i sca l i zar . ”
Airton “Português” que, ofendido,
usou a tribuna da Assembleia
Legislativa para dizer que continuaria
exercendo as prerrogativas de
deputado estadual apesar dos
ataques de Ságuas.
“Isso é um retrocesso, já que o
maior número de candidaturas
barradas pela ficha limpa teve
suas despesas rejeitadas pelas
cortes de contas.”
Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral (MCCE) que apresentou nota
em defesa da Lei da Ficha Limpa, ao
criticar o grupo de trabalho instalado
na Câmara Federal que discute
mudanças na legislação eleitoral.
“O documento deixa claro que
os automóveis oficiais destinam-
se, exclusivamente, ao serviço
público e seu uso só será
permitido a quem esteja a
e rmitido a q
serviço da Prefeitura de
Cu i abá . ”
Diretor-geral do Controle Interno e
auditor público Fernando Oliveira,
sobre a regulamentação criada pela
Prefeitura para acabar com a “farra”
de uso irregular de veículos oficiais
por servidores municipais.
A l uno e d i r e t o r, ao l ado da p i l ha de apa r e l ho s de a r- cond i c i onado , não
e s condem a r e vo l t a com o de s pe r d í c i o de d i nhe i r o púb l i co
A aprovação das contas do Governo Silval Barbosa referentes a
2012 já soa como resultado da rédea curta imposta pela Sefaz no
Tesouro do Estado. Por outro lado, é motivo de alerta a avaliação
que o Tribunal de Contas faz das ações desenvolvidas pelo
Governo para melhoria dos serviços de saúde, classificadas como
altamente deficientes. Inclusive a fiscalização das OSSs está incluída
como deficiente. Os números do TCE revelam que o Estado gastou
o dinheiro do orçamento, porém os resultados não mostraram os
resultados almejados. Houve recurso, ele foi gasto, mas o povo
continuou sem acesso a serviços de qualidade e, sem dúvida,
muitos morreram na fila de espera por atendimento. Enquanto isso,
o mesmo governo concede incentivos fiscais milionários e sofre o
calote das mesmas empresas beneficiadas com a renúncia. Pra
completar, o Governo nada de braçada na contração de obras pelo
Regime Diferenciado de Contração, o RDC, que abre brechas para
“conluios e cartas marcadas”, dispensa o incentivo fiscal – Recopa –
oferecido para os investimentos nas obras da Copa e paga milhões
em ICMS. Na educação, um aluno e o diretor de uma escola
estadual se revoltam com 50 aparelhos de ar-condicionado
mofando no depósito, alguns já sem condições de uso. Dinheiro
público indo pelo ralo. Traduzindo a nota “altamente deficiente”
dada pelo TCE ao Governo do Estado: zero.