CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 21 A 27 DE MARÇO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
NOVO PAPA
O novo papa jesuíta Jorge Mário
Bergoglio, que lembra o santo italiano
Francisco de Assis, já impõe seu estilo e
o seu costume simples de ser. Visa um
mundo de igualdade racial, abraçando
a pobreza e o amor ao próximo. O
papa Jorge Mário se espelha em São
Francisco: “Deus, que em Francisco,
pobre e humilde, ofereceu à sua igreja
uma imagem viva de Cristo, que
conceda a nós seguirmos seu Filho no
caminho do Evangelho e unirmo-nos a
ele em caridade e alegria”. Há muito
tempo a coluna havia escrito sobre os
compromissos matrimoniais vividos na
sociedade de consumo, pois o papa na
sua fala prega mais pelo amor, união
dos nubentes, que leva o verdadeiro
amor a Deus. Menos pompa, o luxo
vira lixo, enquanto a compreensão e o
respeito fazem com que se eleve o eu
espiritual. O papa Francisco aos poucos
vai ensinar a humanidade a calçar a
sandália da humildade e dividir o que
sobre com os pobres.
COMPORTAMENTO
Na revista
Quem Acontece
, li a
entrevista da atriz Antônia Mayrink Veiga
Frering, nascida numa redoma de ouro
e que rejeita o rótulo de socialite. A sua
fala na entrevista mostra a vida com
mais simplicidade, respeito ao próximo.
Interpreta a advogada Deborah da
novela “Salve Jorge”. Na Grande
Cuiabá, muitas figurinhas carimbadas
de colunas sociais vivem num mundo
atrasado, onde existem muitas
dondocas que acham que estão com
tudo, mas no fundo estão em desuso.
Muitas saíram do nada. Poucas
nasceram em berço de ouro, vivem no
mundo das aparências sociais. É uma
pena que a visão das socialites ou
colunáveis – nem todas – é de uma
futilidade, enquanto os verdadeiros
valores são outros.
NA VELHA CUIABÁ
Na Cuiabá, terra dos meus amores,
a vida social era agradável. Uma festa
resgata a outra, não perdendo a
essência da hospitalidade a todos os
acolhidos. Ao visitar alguém pela
manhã, muitas vezes era servido chá
com bolo, mesa farta de bolo de
queijo, bolo de arroz, que saía tinindo
de quente do forno. Outras iguarias
faziam parte do chá com bolo.
Exemplo: os biscoitos e sequilhos que
derretiam na boca. E quando recebiam
alguém para o almoço, o cardápio era
farto, não fugindo da nossa
gastronomia. Sempre presentes o pacu,
o pintado ou o caxara. Era o forte da
boa mesa cuiabana, pois os nossos rios
propiciavam peixes em abundância,
que abasteciam a velha Cuiabá nas
residências e comércios. Era raro faltar
um piano, a educação musical falava
mais alto. Quando estudei na Escola
Modelo Barão de Melgaço, nas ruas de
Cima, de Baixo e do Meio, o piano
embalava as músicas: “Sinos do
Mosteiro” ou “A prece de uma virgem”.
Que saudades da velha Cuiabá!
PEIXES EM ABUNDÂNCIA
Antigamente em nossos rios,
principalmente no rio Cuiabá, os peixes
eram em abundância, não havia
poluição feita pelo homem. Nas ruas,
feiras, esquinas, charreteiros saíam do
rio Cuiabá com variedades de peixes,
eram o sustento dos ribeirinhos. Uma
boa canoa, um bom remo e eis o
caboclo armado para a luta da
pescaria, pois o peixe era o forte de
sua alimentação. Na Capital era o
alimento da classe pobre, pelo menos
durante um terço do ano. Era uma
economia no consumo da carne. Neste
largo uso de peixe talvez esteja a
origem do aspecto relativamente
lisonjeiro do caboclo da beira-rio,
comparando com a eterna alimentação
dos sertanejos de outras regiões.
Segundo o ribeirinho, no peixe está a
origem dos seus bons dentes.
CARAVELAS: UM CONFRONTO ENTRE A VIDA E A MORTE
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clovis Mattos
Autor:
Wi l son
Br i t t o
Ed i t ora:
Entrelinhas
Edição: 1ª
( 2012 )
Ca r av e l a s
Neste
romance, de
cunho
filosófico-
psicanalítico,
todo o
caráter
esboçado
pelo
personagem principal demonstra as
mentiras da vida com que teve de
conviver e transcender.
Representa os graus de mentiras do
homem a respeito de si mesmo em
relação à realidade da condição
humana. Revela as muitas maneiras pelas
quais a vida fica entravada,
menosprezada, desvalorizada e
fracassada, quando o homem se separa
da realidade de suas condições de ser ele
mesmo, quando abre mão de seu talento
ou deixa de associá-lo a uma riqueza
existencial, quando se isola do processo
universal e cava o seu fracasso.
Quando, finalmente, faz uso de suas
transferências para fugir da sua realidade
de vida.
Tendo como pano de fundo o
confronto entre a vida e a morte, aborda
de forma profunda temas outros de
grande valor existencial. É um romance
que apresenta a mentira do impasse da
impotência, da renúncia, da resignação,
do conforto psicológico perverso, de
autodestruição. Demonstra, enfim, como
pode ser a verdadeira possibilidade
humana.
O exercício extremamente difícil e
incrivelmente sutil vivido pelo personagem
é uma demonstração de como uma
pessoa pode ser em termos de riqueza
existencial se não mentir para a vida.
Não é um romance para “entreter”, mas
para enriquecer!
Uma opinião sobre o livro
“Ao contrário de outras obras que, ao
tratarem de temas existenciais,
‘deprimem’, esta engrandece, harmoniza,
enriquece. Muito me identifiquei com os
temas, princípios e conceitos trabalhados
nela. Sua leitura esclarece, conforta,
beneficia. Por isso recomendo.”
João Castilho Moreno - Presidente do
Hospital do Câncer de Mato Grosso
O AUTOR
Wilson Britto é bacharel em
Administração de Empresas, pós-
graduado em Marketing, com mestrado
em Filosofia. Atua como consultor de
empresas nas áreas de estratégia,
marketing, formação de lideranças e
como conselheiro em algumas
organizações. Divide seu tempo entre
viagens de trabalho, seu sítio nos
arredores de Belo Horizonte, e seu refúgio
em Ubatuba, litoral norte de São Paulo.
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