EDIÇÃO IMPRESSA - 497 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 17 A 23 DE JULHO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
ELEIÇÕES 2014
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de
programas de
variedades
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
HUMOR NA POLÍTICA
Ai que saudades quando a
rivalidade da política era de muitas
farpas, porém com moderação, sem
ofender a moral do adversário.
Antigamente, os candidatos tinham
plano político elaborado, para os
anseios da população, na área da
saúde, segurança, educação e
moradia. Hoje, quando as pessoas
ouvem falar de política, visam um
cenário negro, visando o político em
seu bem-estar, principalmente nas
revoadas de gado em seu pasto. Na
década de 60 havia dois grandes
caciques políticos do Sul de Mato
Grosso, o agropecuarista Lúdio
Martins Coelho e o engenheiro Pedro
Pedrossian, que travaram uma luta
para governar todo o Estado antes da
divisão. A união do PSD e da UDN,
que vença o melhor, para o
engrandecimento do Estado num plano
bem elaborado de governo. Era uma
briga feroz do dólar contra o tostão,
não havia baixaria, como presenciamos
nestes anos atuais da política em
Mato Grosso. Na esquina da antiga
Catedral Basílica do Bom Jesus, o
irreverente Zé Bolo Flor, discriminado
como louco e tarado pela sociedade
preconceituosa da época, mas na
verdade inteligente e criativo, compôs
esta música com humor da política em
Cuiabá, veja: “A carestia está um
horror, para presidente votar em Bolo
Flor; falta transporte, falta café, na
governança nós queremos Enhaporé; se
Deus quiser, se Deus quiser, para
prefeito vou votar em Peteté”. Assim o
tachado como louco, criativo da política
daquela época deu o seu recado e os
próprios políticos não captaram a sua
mensagem de crítica à nação, ao estado
e à capital. E venceu Pedrossian, que
deixou uma marca como estadista, teve
um filho cuiabano que leva o nome de
Pedro Pedrossian Filho .
RAPOSAS DA POLÍTICA
Quando se falava nas eleições de
presidente do Brasil, já se lembrava
logo dos caciques ou raposas
políticas do estado, que eram
referência em nível nacional e em
todo o Mato Grosso. No tempo de
Getúlio Vargas, era Filinto Muller;
com Dutra, era D. Aquino; mais
tarde, com o trabalhismo de Goulart,
era este ou eventualmente Júlio
Muller. E assim até hoje vivenciamos
grande líderes políticos como
coordenadores de campanha para
diversos candidatos presidenciáveis
no país. É bom lembrar que no
Estado Novo, com o DASP, houve o
favorecimento a muitos mato-
grossenses que, mediante concurso,
ingressaram no serviço público por
seus próprios méritos, sem
interferência de nenhum protetor, sem
perseguição política. Nas eleições
para presidente de 1946, o cuiabano
Eurico Gaspar Dutra contra o
Brigadeiro Eduardo Gomes, as moças
do Pacaembu criaram o famoso
brigadeiro, cujas vendas dos doces
eram para ajudar o Eduardo em sua
campanha presidencial. Por outro
lado, Dutra presenteava os seus
eleitores com delícias da terra:
pirulito, pixé e queimada, e assim ele
venceu as eleições. Em 1960 o mato-
grossense Jânio Quadros concorreu
à Presidência com os candidatos
Henrique Teixeira Lott e Ademar de
Barros. Os eleitores daquela época
aplaudiam a inteligência de Jânio,
principalmente nas reuniões políticas
que aconteciam na residência de
Mestre Inácio, no bairro Baú – o
Mestre Inácio foi um grande
articulador político da época.
Decepcionado com um país mal
planejado na forma de administrar,
criou este jingle: Varre, varre,
vassourinha... varre, varre, varre,
vassourinha! Varre, varre a
bandalheira! Que o povo já tá cansado
de sofrer dessa maneira. Jânio
Quadros é a certeza de um Brasil
moralizado! Alerta, meu irmão. E,
assim, vivemos num país em que o
Brasil está matando o Brasil.
A LÍNGUA VENCE O SILÊNCIO
A cada dia de nossa vida nos
deparamos com pessoas que usam
duas máscaras, uma para falar em
nome de Jesus e a outra para julgar o
seu próximo, sem provas. Isto
acontece com pastores, espíritas,
cristãos, até mesmo com ministros de
eucaristia, continuo ouvindo
comentários que saem da imaginação
contaminada dessa gente que prega os
ensinamentos de Deus. Comentários
que as pessoas ofendidas saibam dos
fatos, mas elas procuram eliminar a
língua pelo silêncio. O poder dos
prepotentes, porém, é como a força
dos tratores que não levam em
consideração as respostas com um
simples silêncio. Lembre-se: as
pessoas são o que são e não o que
você deseja que elas sejam. Evite
criar imagens ou mitos em relação às
pessoas de sua admiração, para que
você não seja iludido. As pessoas,
sem exceção, têm defeitos e falhas.
Portanto, não impede ao próximo uma
avaliação além da realidade para que
você não se decepcione. É preferível
que você esteja diariamente
preparado para aceitar tanto as
qualidades quanto os defeitos das
outras pessoas. É aceitando a
imperfeição alheia que você dará um
passo rumo à sua própria perfeição.
A Copa acabou, mas a gente não vai
se recuperar tão cedo, nem das dívidas
nem da derrota, e corta pra dois que o
tema agora é eleições.
E aqui na Terra de Rondon a disputa
pelo Paiaguás promete ser das melhores,
o show de injúrias, baixarias e afins
começou, e no primeiro ato veremos
quem realmente vai ser candidato ou não,
quem será impugnado ou não e quais os
requisitos básicos pra ser candidato ao
governo: nenhum. Pode ser ex-juiz, ex-
senador, ex-detento, sendo “ex” é o que
importa. E no quesito plano de governo,
o candidato Pedro Taques saiu na frente,
seu plano de governo tem mais de 60
páginas, já o plano de governo do
candidato Muvuca, além de ter 4
páginas, está de cabeça pra baixo no site
do TRE, ouvi dizer que isso não é um
bom sinal, não traz boa sorte pro
candidato. Só acho.
E falando em governo, nosso ilustre
governador admitiu que o VLT não vai
ficar pronto ate o final de 2014, o Silval
tá com “delay” (
delay
é o termo técnico
usado para designar o
retardo
de sinais
em circuitos eletrônicos, geralmente o
atraso de som nas transmissões
via satélite. Tempo de atraso de um sinal,
em reverberação, eco, ou em
equipamentos eletrônicos em geral).
E o Brasil segue em frente, agora
com a Copa das Eleições, os partidos
entram em campo e que vença o melhor,
estamos acompanhando. E ainda falando
em Copa, o livro recomendado da
semana é: “Formando equipes
vencedoras” de Carlos Alberto Parreira,
e, por falar em livro, depois do enorme
sucesso de “Felipão, a alma do penta”,
vem aí o volume 2, “Felipão, a alma
penada do hexa”.
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