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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 1 A 7 DE MAIO DE 2014
POLÊMICA
P
G
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www.circuitomt.com.br
HOSPITAIS PÚBLICOS
Maggi prometeu e não cumpriu
Maggi chegou a anunciar que transformaria o Hospital São Thomé em referência para doenças tropicais e que o batizaria com nome da esposa de Sachetti
Sandra Carvalho
O ex-governador
Blairo Maggi (PR), caso
deseje realmente retornar
ao Palácio Paiaguás, vai
ter que explicar, dentre
outras coisas, por que
investiu tão pouco na
saúde público ao longo
dos oito anos que ficou
no poder, especialmente
em Cuiabá que até hoje
continua recebendo a
grande demanda de
pacientes falta de
estrutura de assistência
hospitalar nos municípios.
Além de não implantar
nenhum leito sequer no
Estado, ainda comprou e
fechou vários hospitais na
Capital e no interior.
Maggi comprou por
R$ 1,09 milhão o hospital
São Thomé, em Cuiabá, e
que poderiam ter sido
reativado para atender à
demanda de pacientes que
sofrem com a falta de
acesso aos serviços de
saúde no interior do
Estado.
Na época, o
governador e seu
secretário de Saúde,
Marcos Machado,
anunciaram investimento
de mais R$ 550 mil para
transformar o prédio num
centro especializado no
tratamento de doenças
tropicais, como malária,
leishmaniose, hanseníase,
tuberculose e febre
amarela. Maggi e
Machado chegaram a
vistoriar as futuras
TCE aponta renúncia de R$ 1,04 bilhão
Em 2011, o Governo do Estado abriu mão de
arrecadar R$ 1,042 bilhão com incentivos fiscais e,
em contrapartida, o montante referente à renúncia
fiscal superou as despesas realizadas em 23 funções
públicas, destacando-se Saúde, Administração,
Agricultura, Habitação, Trabalho e Cidadania. Pela
lógica demonstrada no relatório do Tribunal de
Contas do Estado (TCE), para o governo é melhor
liberar incentivos do que investir recursos na saúde
pública.Há uma defasagem superior a R$129 milhões,
quando se compara com o incentivo fiscal concedido
no ano de 2011. Mas se for se levar em consideração
o período de 2008 a 2011, o abismo financeiro chega
a R$ 878,2 milhões. O Governo do Estado no período
abrangido pelo Plano Plurianual 2008-2011 concedeu
R$ 4,276 bilhões em renúncia fiscal, mas o
orçamento da saúde neste período de quatro anos foi
de R$ 3,397 bilhões.
Contudo, o relatório do TCE aponta que apenas
12 empresas consumiram 44% do total de renúncia
fiscal do ano de 2011. Todas as transações são
superiores a R$ 20 milhões.
O excesso de
renúncias fiscais e
investimento pífio em
assistência pública
hospitalar à população que
depende do Sistema Único
de Saúde (SUS) são duas
características que
marcam o perfil de gestão
dos governadores Blairo
Maggi (PR) e Silval
Barbosa (PMDB).
Enquanto Maggi não
implantou um novo leito
sequer no Estado, Silval
construiu um hospital
com apenas 60 leitos.
Enquanto isso, com o aval
de ambos, o empresário
Pedro Nadaf praticamente
rasgou a Lei de
Incentivos Fiscais para
distribuir aleatoriamente e
sem fiscalização
renúncias que chegam a
R$ 1,1 bilhão ao ano.
Em entrevista à
imprensa na semana
passada, o secretário-
chefe da Casa Civil,
Pedro Nadaf, assegurou
que os incentivos fiscais
concedidos pelo governo
do Estado estão em
conformidade com a lei e
não há exageros.
“Eu desafio qualquer
pessoa a ir ao Ministério
Público e apontar
direcionamento pessoal
de incentivo fiscal.
Existem leis e as pessoas
podem buscar
conhecimento disso. O
que ocorre é que algum
tipo de empresa não tem
interesse ou não preenche
pré-requisitos. Quem
concede é o conselho
com a participação do
governo, empresariado e
segmentos da sociedade”,
disse ao site Folha Max.
Nadaf ainda revelou
a quantia concedida pelo
Estado. “São R$ 427
milhões desde a época
do Prodei (Programa de
Desenvolvimento de
Incentivos) implantado
na gestão do ex-
governador Carlos
Bezerra”.
Incentivos fiscais milionários e
apenas 60 novos leitos em 11 anos
HOSPITAIS FECHADOS EM MT
SANTAMARIA BERTILA - GUIRATINGA
Há 10 anos o então governador Blairo Maggi
comprou por meio milhão o hospital Santa Maria
Bertila, que era referência inclusive para pacientes de
outros estados e fechou suas portas. Cerca de 100
leitos a menos.
HOSPITAL MODELO - CUIABÁ
O governo Blairo Maggi comprou e o
transformou na Central de Regulação, onde também
funciona o serviço de Tratamento Fora de Domicílio
(TFD). A obra de reforma do terceiro andar do
prédio está parada há cinco anos.
HOSPITAL SÃO THOMÉ
Em 2005, Maggi comprou e fechou a sede do
Hospital São Tomé prometendo reabri-lo como
hospital de doenças tropicais. Não cumpriu. Agora,
quase nove anos depois, uma obra para transformar
o prédio em sede do Cridac tem aspecto de
abandono.
HOSPITAL NEUROLÓGICO - CUIABÁ
O governador Silval Barbosa pagou aluguel
durante nove meses aos proprietários do antigo
Hospital Neurológico sem nunca ter usado a
estrutura. Agora o hospital está novamente sendo
alugado para atender a pacientes no período da Copa
do Mundo.
O governador Silval
Barbosa e o próprio hoje
senador Blairo Maggi
sempre usam em seus
discursos o que chamam
de grande feito para a
saúde da população mato-
grossense: a construção
do Hospital
Metropolitano, em Várzea
Grande, e do novo
Hospital Universitário
Júlio Muller, na saída para
Santo Antônio de
Leverger.
No entanto, os 60
leitos do Metropolitano
são para atender apenas
pacientes vítimas de
traumas e para cirurgias
bariátricas. E o novo
HUJM vai contribuir
bastante, porém trata-se
Metropolitano e novo Júlio Muller não resolverão
de um hospital-escola e
não terá porta de urgência
e emergência. Ou seja,
não resolverá o problema
da superlotação nos
prontos-socorros de
Cuiabá e Várzea Grande,
que são unidades
municipais, mas que
atendem pacientes de todo
o Estado e inclusive de
Rondônia e da Bolívia.
Vale ressaltar que
Silval Barbosa entregou o
Metropolitano ao Instituto
Pernambucano de Saúde
(Ipas), cujas contas
foram totalmente
reprovadas porque
faltavam notas fiscais e
produtos listados como
adquiridos. Após uma
série de escândalos, o
Ipas pediu o fim do
contrato e ainda terá de
devolver recursos aos
cofres públicos a mando
do Tribunal de Contas do
Estado (TCE).
instalações do hospital
situado no bairro Consil,
em Cuiabá, para decidir
as adequações necessárias
que deveriam ser feitas no
prédio.
“Estamos aguardando
abrir o Orçamento Geral
do Estado. Assim que
abrir, já será autorizada a
licitação da obra de
readequação. A partir daí,
acredito que em 90 dias já
estaremos com o hospital
funcionando”, informou o
governador, o que nunca
aconteceu.
Blairo Maggi inclusive
informou que o hospital
receberia o nome de
“Lasina Emília Moreno
Sachetti”, em homenagem
póstuma à servidora que
morreu no dia 15 de
novembro de 2004, vítima
de um acidente de
trânsito. Na ocasião do
acidente automobilístico,
Emília estava viajando
para o município de
Brasnorte a serviço do
Estado.
O prédio do antigo
Hospital São Tomé estaria
passando por uma
reforma atualmente para
abrigar a sede do Centro
de Reabilitação Integral
Dom Aquino Correa
(Cridac). Esta semana,
porém, o
Circuito Mato
Grosso
registrou uma
piscina mal acabada e
inclusive cheia de água
suja.
O prédio do antigo
Hospital Modelo serve
parcialmente para abrigar
uma unidade
administrativa do Samu e
Central de Regulação.
Uma obra iniciada há
cerca de cinco anos até
hoje não foi concluída
nos pisos superiores.
Já o Hospital Santa
Maria Bertila, de
Guiratinga, foi comprado
pelo ex-governador e
também está praticamente
ocioso. Já foi uma das
principais referências em
assistência hospitalar,
recebendo inclusive
pacientes de outros
estados e hoje serve
apenas de sede para a
Secretaria Municipal de
Saúde.
Fotos: André Romeu
Foto: Mary Juruna
Prédio do antigo Hospital Modelo foi transformado
em sede da Central de Regulação e do Samu...
.... porém reforma está paralisada há cinco anos
e piso superior está totalmente ocioso
São Thomé foi comprado em 2005 com a promessa
de ser referência em doenças tropicais ....
.... mas prédio que agora seria sede do Cridac está
servindo de criadouro do mosquito da dengue
Maggi não criou nenhumnovo
leito hospitalar em 8 anos
Silval Barbosa criou
apenas 60 novos leitos
Pedro Nadaf tenta explicar
renúncia fiscal milionária