CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ,
24 A 30 DE ABRIL
DE 2014
ENTREVISTA
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www.circuitomt.com.br
ELEIÇÕES 2014
Julier Sebatião: o homem do PMDB
Sandra Carvalho
O ex-juiz federal Sebastião Julier, 24 horas após ter sua pré-candidatura ao
governo lançada pelo PMDB, falou ao Circuito Mato Grosso sobre o novo desafio
de convencer os partidos aliados de que está pronto para encabeçar a chapa
majoritária do arco de alianças que compõe a base de sustentação da presidente
Dilma Rousseff. Otimista, Julier diz que escolheu o PMDB por sua importante
história na construção de um Brasil democrático, se apoia no legado da Copa e no
que chama de pujança econômica do Estado conquistada pelo governador Silval
Barbosa e no seu plano de governo que será construído com foco na modernidade
econômica e em políticas sociais que garantam a melhoria da qualidade de vida do
mato-grossense. A seguir, tópicos da entrevista.
INGRESSO NA
POLÍTICA
Duas coisas me motivaram a deixar a
magistratura após duas décadas trabalhando como
juiz federal, carreira que exerci com muito orgulho e
foi bastante ativa em benefício da sociedade. A
minha disposição de poder fazer mais pelo mato-
grossense pode fazer além dos processos, das margens
do Judiciário. O segundo fator foi a minha própria
história: um filho de lavrador pobre que sempre
estudou em escola pública, com uma vida que sempre
foi pautada pela participação democrática e respeito
às liberdades civis. E por que o PMDB? Pela sua
história, sua importante função e papel na construção
do Brasil desde a resistência à ditadura militar até
um albergue seguro para que a democratização do
país pudesse ser concretizada. Um partido com
representatividade nacional e que faz parte de um
governo popular que está construindo o Brasil
voltado para a maioria da sua população e que tem
mantido a pujança econômica do Estado e dotado a
capital e o interior de infraestrutura moderna.
Notadamente a minha candidatura será um porto
seguro para que nós possamos levar as reivindicações
dos municípios até as esferas mais altas da
República. E é o PMDB que pode fazer isso e nós
nos propusemos a dialogar com os municípios. Essas
são as razões tanto para deixar uma carreira vitalícia
e também para o ingresso no PMDB, no partido do
governador Silval Barbosa e do vice-presidente
Michel Temer.
BASE ALIADA
O PMDB já nos escolheu para essa missão, e eu
me sent i mui to honrado, de ser o candidato a
governador pelo partido. Obviamente que nós temos
uma base partidária que dá sustentação ao governo
Si lval Barbosa e à presidente Di lma. E é com esses
partidos que vamos dialogar para construirmos a
unidade em torno de uma chapa majoritária que
consiga expressar os dois fundamentos básicos para
a construção de um projeto político sustentável para
o Estado. O primeiro, de manter o desenvolvimento
e a pujança econômica do Estado, modernizando
nossos setores econômicos e o segundo fundamento
dessa política que é a presença forte de políticas
sociais que se reflitam na melhora nos nossos
índices de desenvolvimento humano. Isso significa
dizer que as políticas próximas à maioria da
população, como saúde, educação, segurança,
saneamento e distribuição de renda terão caráter
essencial um caráter de verticalização do Estado, ou
seja, de ser uma política de todas as secretarias do
Estado e não apenas daquelas que são responsáveis
por áreas específicas. Então obviamente que a
composição majoritária deverá refletir essa
preocupação e para isso vamos conversar com todas
as lideranças, eu, o presidente do partido, o
deputado Carlos Bezerra, o governador Silval
Barbosa, para que esse consenso seja alcançado.
NOVO NA POLÍTICA
Ninguém vai inventar moda novamente. Vamos
partir das bases que o governador Silval Barbosa, dentre
as suas políticas, está construindo. Ou seja, essas bases
que estão sendo edificadas e que nos servirão de guia,
de norte, para esse projeto de dotar o Estado de
modernidade econômica e também de políticas sociais. E
o novo sempre nasce de alguma referência. E que a
população seja o centro desse projeto, comece a
germinar, crescer e a se fortificar no pleito eleitoral de
outubro. Vamos procurar incluir setores, incluir pessoas,
incluir desejos dentro desse projeto que atenda todos os
setores da sociedade, dar segurança jurídica, e não só
segurança jurídica, mas de saúde, de educação, de
ambiente, dar segurança econômica, conforto aos vários
setores da sociedade, para que venham se engajar e
construir esse projeto que o nome pode se chamar Mato-
grossense. Independentemente do seu credo, cor, classe
social, nós temos como meta desenvolver o Estado e dar
melhor condição de vida à sua população.
ADVERSÁRIOS DA
BASE ALIADA
O PMDB e eu particularmente respeito a todos os
partidos e lideranças políticas que estão presentes na
construção desse projeto. E isso significa dizer que nós
vamos dialogar, debater dentro do fórum que é a
aliança e construir o consenso a partir de algumas
premissas e dentro delas está o respeito absoluto à
unidade do nosso palanque. Vamos, portanto, tirar a
melhor característica de cada liderança, de cada
partido, para tirar uma figura própria, adequada aos
interesses do Estado. Então, vamos dialogar com todas
as lideranças, sejam elas candidatos declarados ou não.
E vamos dizer que nós do PMDB pensamos que o
projeto para Mato Grosso é melhorar a vida do cidadão
mato-grossense e continuar o nosso desenvolvimento e
modernidade das nossas atividades econômicas. Como
vamos fazer isso? Diminuindo as injustiças, seja lá de
que esfera sejam, desde injustiça fiscal ou tributária,
dando possibilidades ao nosso empresariado de poder
trabalhar com reforma tributária estadual adequada aos
interesses do Estado, para poder gerar emprego e renda,
equilíbrio fiscal e fazer com que os atores econômicos
tenham segurança jurídica e tributária para
continuarem a desenvolver o Estado e também criar
ambientes próprios para que esse mesmo Estado dê
retorno à população mediante o aprimoramento de
políticas públicas específicas, de saúde, educação,
segurança pública e saneamento e, com tudo isso,
podendo distribuir renda entre nossos coirmãos.
HERANÇA DE SILVAL
As coisas são fruto de continuidade de várias
gerações, de trabalho e esforço de várias gerações. Isso
vale para o Estado também. Nós temos que ter presente,
por exemplo, que o Governo Dante de Oliveira foi
muito importante por proporcionar segurança
financeira ao Estado, deu características seguras à
administração no sentido de controle fiscal, de débito e
crédito, o que se chamou de ‘casa arrumada’ e isso foi
muito importante para o Governo Blairo Maggi tivesse
condições de colocar o Estado no projeto de
desenvolvimento, estimulando e implementando medidas
econômicas, de infraestrutura, para que o Estado
pudesse se manter e produzir. O Governo Silval
Barbosa partiu dessas mesmas bases, as manteve e as
aprofundou, ou seja, o Estado cresceu muito no
interior, na sua capital e mantém praticamente 40% da
balança comercial brasileira da exportação, é um
Estado superavitário no aspecto energético, possui um
eixo de obras de infraestrutura em parceria com a
presidente Dilma para duplicação de rodovias,
implementação de ferrovias, estudos relacionados a
transportes aquaviários, de dotar o Estado, as suas
atividades econômicas e a sua população e também a
responsabilidade de ser o governo da Copa do Mundo,
e este está sendo um desafio enorme.
LEGADO DA COPA
Nós temos que lembrar que Cuiabá e Várzea Grande
passaram praticamente as três últimas décadas sem
qualquer investimento em infraestrutura. Cuiabá, por
exemplo, conviveu com três viadutos durante trinta anos.
O governador Silval Barbosa lançou 56 obras
impactantes na vida do cuiabano e várzea-grandense. E
que geram todo um transtorno na sua edificação porque
a cidade continua sua vida normal, mas que vai mudar
todo um panorama nas duas cidades. Não são obras para
a Copa, são para a população. E só se obteve recursos e
a possibilidade de executá-las a partir da presença do
Governo Federal e do espírito de luta do governador
Silval Barbosa. A poeira por enquanto não está deixando
a população ver as melhorias. Mas quando a poeira
baixar, serão outras cidades, vamos ver o salto de
qualidade de 20 anos. Nós vamos ter obras que se não
forem concluídas eu assumo o compromisso de concluí-
las porque elas são essenciais, estão sendo executadas e é
um compromisso do governador Silval Barbosa e do
nosso partido PMDB de que elas serão concluídas.
SAÚDE
O primeiro aspecto da Saúde que tem que ser
levado em consideração é que ela não sofre apenas de
deficiência de recursos, ela necessita de definições mais
claras de quais políticas públicas são adequadas a
atender duas questões em relação ao usuário: acesso ao
atendimento e qualidade do atendimento. Em cima disso
se vão discutir recursos, formas de administração e
gerenciamento, diagnosticar os gargalos, onde precisa
ser ampliado, onde há necessidade de correção de
rumos e assim por dia. Isso significa dizer que essa
questão das Organizações Sociais de Saúde não é ser a
favor ou contra. O que o Estado tem que delimitar é,
dentro de recursos, materiais humanos, é dizer que nesta
ou naquela unidade a melhor forma de presença do
Estado é por este ou aquele modelo. O Estado precisa
ter um leque de opções para poder lidar com a
disparidade de situações que existem. Às vezes o que
serve para uma cidade não serve para outra.
Precisamos ter o diagnóstico correto e as premissas bem
definidas que são acesso e serviços de qualidade.
MAIOR DESAFIO AGORA
O desafio vai se estabelecendo a partir de diferentes
graus. Nós até agora galgamos alguns degraus, mas o
grande desafio é, sem dúvida nenhuma, convencer o
mato-grossense de que é possível, dentro de um trabalho
de continuidade, fazer com o que o novo surja, para
emergir um novo modelo de gestão do Estado, para que a
nova forma de embrião de uma representação calcada no
desenvolvimento econômico, em política social forte,
ganhe os corações e as mentes dos mato-grossenses.
EDUCAÇÃO
No tocante à educação, também penso que os espíritos precisam ser desarmados no sentido de podermos
construir um projeto que consiga alcançar interesses do Estado, dos estudantes, dos pais, dos professores e
funcionários e interesses também da iniciativa privada nos aspectos em que ela deve participar da formulação das
políticas públicas. Para isso é preciso ter disposição para conversar, extrair pontos em comum e construir um
instrumento que chamaria Pacto pela Educação que tenha como meta colocar Mato Grosso em níveis aceitáveis do
ponto de vista nacional e também ter presente o padrão internacional de avaliação de ensino. Ainda que o Enem
seja um instrumento de avaliação, nós precisamos ter instrumentos estaduais que nos possibilitem fazer com que
nossos filhos estejam nos mesmos patamares daqueles que estudam nas melhores escolas públicas dos grandes
centros. Nós temos um compromisso não só na valorização salarial mas também de valorização do conteúdo
programático, das estruturas das unidades de ensino e de políticas globais que trabalhem com essas metas de fazer
dos nossos estudantes galgarem postos de relevo dentro das análises de qualidade do sistema educacional.
Fotos: Pedro Alves