CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 29 DE NOVEMBRO A 5 DE DEZEMBRO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
LIVRO DA ADOLESCÊNCIA
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Rosemar Coenga
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
I CAN’T HELP
THINK AND TALK
Por Laura Santiago
Laura é diretora da Yes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
VIVEMOS NO
DISTANCIAMENTO
Presenciamos a cada dia fatos que
nos fazem refletir que somos que nem
uma rosa, cheia de espinhos por nosso
egoísmo, falta de amor ao próximo, e
vivemos num mundo individualista, sem
fazer a caridade. É o egoísmo maior
quando perdemos um ente querido, não
estamos preparados para a perda, falta
de esclarecimento de uma boa leitura
sobre o distanciamento da matéria para
vivermos no mundo da alma e no meio
dos espíritos de luz. Portanto, deve-se
fazer uma reflexão do eu espiritual,
vejamos o que falta ainda para
contemplar o nosso coração de amor,
saber perdoar, para vivermos num
mundo sob os olhares do Mestre Amado
Jesus.
POTE DE BARRO
Nas casas cuiabanas, num dos
cantos das salas, do pote de barro caiu
o seu tampo de madeira e junto dele,
pendurada num fio, a pedra-ume para
purificar a água, retirada das fontes,
bicas, chafarizes, poços e rios. A
presença da pedra-ume talvez
caracterizasse o medo da população em
contrair doenças advindas da água. Em
tanques e depósitos domiciliares,
lambaris e cascudos foram utilizados
como purificadores naturais, ingerindo
todo o lodo das paredes. Antigamente
viviam uma vida saudável, sem a
poluição que afeta o meio ambiente e
não se falava do mosquito da dengue.
BECO DO CANDEEIRO
Segundo a História, o primeiro
arruamento, meio estreito, justamente
para maior segurança contra possíveis
investidas dos selvagens e de animais
ferozes, foi denominado rua do
Candeeiro. Hoje, Beco do Candeeiro. E
quem por ali passa se depara com casas
depredadas, entra e sai pelos
escombros, um verdadeiro descaso do
poder público numa capital que vai
sediar a Copa do Mundo em 2014.
Antigamente o nome Beco do Candeeiro
era luxo numa rua iluminada. A
realidade é outra hoje. Vivemos numa
“
rua do Lixo”. O Beco do Candeeiro foi
o corredor deslumbrante do ouro
encontrado no sopé da Colina do
Rosário. Vivenciamos hoje um corredor
histórico vivido num mundo de inglória.
CIDADE SEM O VERDE
O verde da eterna Capital de Mato
Grosso despertava o homem de fé desta
Cidade Verde. Chega o progresso na
terra descoberta por Pascoal Moreira
Cabral, na Rua Coronel Escolástico, uma
verdadeira agressão às árvores, que
despertava a vida no ego humano, hoje
toda transformada em lenha para poluir
mais o meio ambiente numa capital que
visa o progresso, esquecendo de arriscar
os quatro cantos da cidade. Nesta altura
o poeta por excelência, D. Francisco de
Aquino Corrêa, deve estar declamando
esta poesia: “Cidade Verde. Vejamos:
sob os flabelos reais de mil árvores e
palmeiras, tão verdes, sobranceiras. E
lindas como alhures não há; sobre
alcatifas da mais verde relva. Em meio à
verde selva, eis a Cidade Verde: Cuiabá.
É uma lástima na terra pródiga sem a
paisagem do verde aos olhos do viajor”.
Hello, you guys! A dica de hoje é
bem simples, porém muito interessante.
Vamos falar da expressão “
I can’t
help
”,
muito usada
na língua inglesa e
que, portanto,
merece toda nossa
atenção.Por incrível
que pareça, “
I can’t
help
”,
como
expressão
idiomática, não
significa um simples
“
não posso ajudar
”.
Na verdade, a
expressão “
I can’t
help
”
significa algo
como “
não consigo
evitar
”, “
não
cons i go r es i s t i r
” ,
“
não cons i go
pa r a r de f az e r
a l go
” . ”
não
cons i go de i xa r de
fazer algo
”
Veja os
exemplos abaixo
para ficar mais fácil
de entender seu uso:·
I can’t help
remember i ng t he t h i ngs you d i d to
me in the past.
(
Eu não consigo evitar
as lembranças do que você fez pra mim
no passado
)·
I can’t help biting my
nails when I’m nervous.
(
Eu não
consigo parar de roer as unhas quando
estou nervoso.
)
Note nos
exemplos acima que essa
expressão tem uma
peculiaridade. Veja que
depois da palavra “
help
”,
o
verbo usado aparece com –
ing
.
Não há uma explicação
(
regra
)
gramatical para esse
fenômeno. Simplesmente é o
modo como a gramática de
uso acontece na expressão.
Seguem mais alguns
exemplos, dessa vez com
situações no passado. Nesse
caso, muda-se apenas o
“
can’t” para “
couldn’t
” : ·
I cou ldn’ t he lp
ove r hea r i ng wha t you
just said about Sara. I
know it’s none of my
business, but you know, I
think it’s time you move
on with your life.
(
Não
tinha como não ouvir o que
você falou sobre a Sara. Sei
que não é da minha conta,
mas sabe, acho que é hora de você
tocar sua vida pra frente.
)·
I cou l dn’t
he l p be i ng l at e today. The bus was
de layed for a long t ime due to
heavy traffic.
(
Não tive como evitar o
atraso de hoje. O ônibus atrasou por
causa do trânsito que estava muito
congestionado.
)
Para mim, a literatura é a criação de
um mundo possível, com fronteiras não
tão definidas, mas que, de certa forma,
revelam a maneira de ser, sentir e pensar
de quem o concebe. É uma segunda
vida, como bem a definiu Fernando
Pessoa no poema “Dactilografia”:
Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos
na infância,
E que continuamos sonhando,
adultos num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em
convivência com outros,
Que é a prática, a útil...
Sempre me fascinaram os mundos
criados pelas outras pessoas e que, em
muitos casos, por meio de sua arte,
transformaram-se em livros nos quais
podemos, a qualquer momento,
mergulhar fundo! Mundos imaginários,
sim, não delineados para nos levar à
senda do escapismo, mas para nos abrir
os olhos e nos proporcionar um
reencantamento quando de volta ao
nosso mundo real, à nossa outra vida.
Porque todo livro textualiza uma época,
todo mundo inventado pela escrita revela
a sociedade em que vive ou viveu o seu
criador.
A partir de mais ou menos uns 15
anos minha grande paixão literária foi o
livro
O feijão e o sonho,
de Orígenes
Lessa. Trata-se de uma obra que narra a
trajetória conturbada de um homem que
vive o dilema das necessidades materiais
a serem supridas, suas e de sua família, e
a busca de sua realização pessoal
enquanto poeta e escritor que vive no
contexto de um país subdesenvolvido
onde pouquíssimas pessoas valorizam a
arte e a cultura. O protagonista desta
história é um eterno sonhador; crédulo,
ingênuo, romântico e ao mesmo tempo
sensível às mazelas sociais que circundam
o seu universo real. Em mim,
especialmente, esse livro teve grande
impacto, me fez sonhar e respeitar o
sonho alheio, enquanto despertava em
mim o professor que me tornei.