CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 29 DE NOVEMBRO A 5 DE DEZEMBRO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
COM QUE CORPO EU VOU?
Por Soraia Fava
Soraia Fava é Educadora
Física, faz Gestão e
Treinamento, é pisciana e
conectada com seus sonhos!
OGOSTO PELOGOSTO
Por Elma Rios
Elma é professora de francês,
apaixonada por panelas e sapatos
MANGULÃO
SOLUÇÃO
Qualquer processo de mudança
envolve primeiramente uma consciência
do problema ou situação e
posteriormente uma tomada de atitude
em relação aos novos objetivos
traçados. Não adianta só reclamar,
apesar de ser mais cômodo, pois
reclamar é prático e não comporta
responsabilidade. Quando reclamamos,
tiramos o nosso da reta e apontamos o
dedo pra Deus, pra família, pro
trabalho, pras circunstâncias, pra nossa
vida! Entretanto, reclamar é perda de
tempo, pois nada muda se não
mudamos de atitude. A vida muda
quando olhamos o problema com
outros olhos, proporcionando uma nova
perspectiva e, assim, encontrando mais
fácil a solução.
Quando estamos descontentes com
relação a nossa saúde e ao nosso
corpo, isso não chega a ser um
problema, mas sim isso é o resultado de
várias atitudes erradas que tomamos
durante nossa vida.
Devemos apenas redirecionar
nossas atitudes, como ter hábitos
alimentares mais saudáveis, atividade
física diariamente, abandonar vícios,
dormir mais e melhor, diminuir e
monitorar os gatilhos do estresse, estar
sempre com pessoas que gostamos e
não esquecer do lazer e do descanso.
Isto é, qualquer processo fisiológico ou
de comportamento que precise ser
analisado e redirecionado. Tudo é uma
questão de prioridades. E prioridades
que envolvam seu bem-estar, qualidade
de vida, saúde e longevidade devem
merecer atenção agora.
Então pare de reclamar e comece
já, agora, hoje a mudar. Só depende
de nós. Não perca a guerra contra o
sedentarismo e a doença. Pois uma
coisa leva a outra. Pesquisas têm
sempre demonstrado o poder de uma
vida com hábitos alimentares saudáveis
e exercícios físicos
diários.
Experimente e
comece devagar.
A sensação
prazerosa vem
com o tempo.
Não seja
imediatista. A
solução para uma
vida mais
agradável e feliz
está dentro de
você. Queira o
melhor sempre e
deixe pra trás
hábitos viciosos e
negativos. Agarre
na solução e não
no problema!!!
Outro dia acordei com saudade dos
gostos da minha infância. Mais
precisamente do
mangulão
que minha
mãe fazia pra molecada em alguns fins
de semana. Mangulão é uma espécie de
bolo rústico, um pão deliciosamente
grosseiro, um pudim seco e gigante.
Dourado e mais que crocante, quase
duro, por fora; macio e puxento por
dentro. Dizem que é um bolo de queijo
que nasceu no Nordeste, pode até ser, já
que passei um pedaço da minha meninice
no interior da Bahia e foi lá que comi
mangulão pela primeira vez. Só sei que é
daquelas comidas inesquecíveis- pra
matar de vez a fome gulosa – preparadas
com poucos ingredientes, que todo
mundo tem na despensa de casa:
polvilho, óleo, ovos, leite... Fui atrás da
cadernetinha de receitas que herdei da
minha mãe. Lá estava o que ela chamava
de “receita”. Era mais um lembrete dos
ingredientes com as medidas em xícara
ou copo. Nada de gramas ou modo de
preparo. E agora? Quem tem intimidade
com a cozinha que se vire! Vou transcrever
ipsis litteris
o que encontrei nas
derradeiras páginas, amareladas e
manchadas de óleo, do velho livreto:
Mangulão: 4 xícaras de polvilho, 1 xícara
de óleo, 2 xícaras de água, 6 ovos, 1
copo de alumínio de leite, 1 pitada de
sal. Molha o polvilho com a água e o sal
(
ponto p/ beiju). Passa na frigideira,
amassa com o leite e os ovos.
Pronto. Era só o que tinha pra preparar o
mangulão. Mas, você sabe, em tempos
modernos, quem não tem mais mãe
chora pro Google; e lá fui eu fuçar pra
achar um passo a passo mais real do tal
bolo. Só encontrei receitas que levam
queijo. Testei uma que deu certo. Deu
certo, certíssimo, mas nada de matar
minha saudade... Fazer o quê, mão de
mãe não tem igual. Anote aí: 3 ovos
inteiros, 150 ml de óleo, 125 ml de leite,
250
g de polvilho doce, sal a gosto, 1
colher (sopa) de fermento em pó, 200 g
de queijo minas curado ralado. Bata os 5
primeiros ingredientes no liquidificador.
Despeje em uma vasilha, junte o fermento
e o queijo e misture bem. Verta em fôrma
redonda com furo no meio, untada com
óleo. Leve ao forno médio, pré-aquecido,
por aproximadamente 40 minutos ou até
ficar bem dourado. Sirva quente. Quando
esfriar, poderá ser aquecido novamente
no forno. Lembro-me bem de quase
queimar as mucosas, e a casquinha dura
espetar o céu da boca; e tudo bem
mastigado descia gostosamente com
goles mornos de café com leite adoçado.
Bon appétit.