CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
FILANDRAS
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Rosemar Coenga
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
ENTRELINHAS É FINALISTA NO MAIOR PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clovis Mattos
Segundo o Dicionário Houaiss
(2010),
filandras significa fios compridos
e delgados. Fios brancos que flutuam no
ar e cobrem os vegetais.
Ervas do mar que se
pegam à quilha dos
navios. Vermes que se
criam nos intestinos de
alguns animais.
Filandras
marca a
história da escritora Adélia
Prado. É autora de outros
dez livros, entre poesia,
prosa e literatura infantil.
Suas poesias já foram
publicadas em inglês,
italiano e espanhol.
Filandras
trata-se de uma
coletânea de contos que
tratam de amores, desejos,
frustrações e sonhos. Os 43 contos do
livro podem, certamente, ser lidos
separadamente. Mas ganham outra
dimensão quando se
começa a unir os fios, os
pequenos detalhes que,
revelados, cada um deles
permite construir a vida dos
seus personagens. Os
personagens de
Filandras
–
mulheres simples do interior
e seu cotidiano – revelam
aos poucos uma
personalidade forte, mesmo
quando submissas. Todos
os contos têm como
personagem principal
mulheres. E que mulheres: a
avoada Olinda; a racional
Célia; a sedutora
Calixtinha; a insegura Esther.
Carolas, em crise, amélias, devotas
e apaixonadas. Numa outra análise, as
mulheres de Adélia são todas mulheres
do mundo. Assim como as mulheres, o
sentido da religiosidade está presente em
grande parte dos contos do livro,
retratando parte da realidade da vida
no interior do Brasil. Muitas vezes, Adélia
opta por expor conflitos entre o sagrado
e o profano.
Nesse livro de contos, Adélia desfia
o dia a dia previsível e trivial, e por isso
mesmo assustadoramente real, de
mulheres e homens de uma cidade do
interior. Numa narrativa extremamente
pessoal, a autora apresenta temas como
a vida provinciana, os amores, as cores
do campo, num espelho da própria
experiência.
DERROTADO NAS URNAS
Segundo analisam algumas raposas da
velha política de nosso Estado, quando um
político é derrotado nas urnas não é um sinal
de fracasso e sim de reflexão, sendo que
muitas vezes houve falta de empenho nos
trabalhos ocorridos na pedição dos votos.
Na década de 1960 a disputa da Prefeitura
de Cuiabá era acirrada, tempo de UDN e
PSD, quando a dupla dos candidatos
soltava farpas pra todos os lados, porém
sem a tal baixaria que hoje presenciamos
com a nova tecnologia dos candidatos em
pleno século XXI. Em 1962 as eleições para
a Prefeitura de Cuiabá, tendo Vicente Vuolo
(
PSD) e o vice Dr. Edgar Sardi, enquanto
pela UDN concorriam o prof. Aecim
Tocantins e seu vice Justino Malheiros. Na
época os vitoriosos foram Vicente Vuolo e
Edgar Sardi, pois antigamente os vices
também eram escolhidos através do voto.
Na política, enquanto os cabos eleitorais
brigam, os candidatos frisam: “Deixa a vida
me levar”.
MANIFESTAÇÕES FESTIVAS
Na Cuiabá, terra dos meus amores, o
alto-astral sempre predominou em todos
os níveis sociais. No convívio diário sempre
havia um cumprimento: bom dia, boa
tarde e boa noite, ou um estampado
sorriso. No dia a dia se mesclavam pobres
e ricos, brancos e pessoas de cor, nas
festas de São Benedito e do Senhor
Divino. Em bate-papo com D. Jujá, Shá
Balbina, nos comentam que no terreiro e
na cozinha se encontravam os participantes
das rodas de umbigadas, do cururu, da
bolacha, do siriri, das serenatas, freguês e
chinfrins, bailecos e muitas festas de santo.
A Terra-Mãe sempre recebeu filhos vindos
de outros estados e que aqui se mesclaram
com o povo do Bom Jesus. Cuiabá era, e
continua sendo, uma cidade festiva, o que
ameniza a solidão daqueles que
esperavam encontrá-la apática nesses
longínquos páramos.
VIVA A BAIXARIA!
De sua glória antiga, Cuiabá conserva
um estilo de vida cerimonioso. O povo
cuiabano é muito observador, prova disso
é que passou por muitas transformações
na arte, na cultura, na religião, no
comportamento de sua gente,
principalmente quando apareceram as
novas tribos, que contribuíram para o
crescimento desta terra que foi o corredor
do ouro do País. Nos quatros costados da
cuiabania, quando se fala em política,
principalmente nos horários eleitorais, a
baixaria assola nas alfinetadas, o que faz
com que o eleitor fique com nojo da cara
dos candidatos, de fatos que deixam
muito a desejar para uma capital que visa
uma Copa do Mundo. Aos políticos cabe,
portanto, mostrar propostas de trabalho
para que se amenize o conceito da
população, que está de orelha em pé por
causa dos fatos da baixaria que assola
nossa capital.
MÊS FESTIVO
Quando olhamos a primavera chegar,
o outono, o verde cada vez mais verde,
olhando para os mangueirais, mangas
perpitolas, abundância dos cajus e
amarelos e vermelhos, é sinal que os
tachos estão fartos e as nossas doceiras
dando gargalhadas de felicidade. A fé no
país todo em louvor a Nossa Senhora
Aparecida, padroeira deste Brasil. Enfim,
estamos vivendo na terra de nossa Pátria
Mãe Gentil. Em minha opinião, quem
deveria ser padroeira do Brasil deveria ser
Santa Edwirges, talvez acalmasse os
problemas de milhões de brasileiros
endividados. Vivemos em um país onde,
na aparência, tudo está bem, mas no
fundo a pressão oscila de tanta
preocupação.
Pela terceira vez, a Entrelinhas, uma
editora mato-grossense, está entre os
finalistas do Prêmio Jabuti. A inclusão
entre as10 melhores publicações na
categoria Fotografia
deve-se à obra
“
Cuiabá: imagens
da cidade – dos
primeiros registros à
década de 1960
”
,
da
professora Maria
Auxiliadora de Freitas.
O álbum histórico-
fotográfico foi
publicado em 2011 em
comemoração aos 292
anos de Cuiabá, com o
patrocínio da Prefeitura
Municipal de Cuiabá,
Secretaria de Estado de
Cultura e Tribunal de Contas
de Mato Grosso.
A Câmara Brasileira do
Livro acaba de divulgar os dez
finalistas que concorrem em todas as
categorias. Neste ano foram 2.203
inscrições de obras inéditas, publicadas
no Brasil em 2011 e no dia 28 de
novembro serão conhecidos os premiados
em cada categoria.
Em 2010, a editora sediada em
Cuiabá também foi finalista do Jabuti
com a obra
Igreja de Nossa
Senhora do Rosário e Capela de
São Benedito
,
de Leila Borges
de Lacerda e Nauk Maria de
Jesus, e em 2011 foi finalista
com o livro
MACP – Animação
cultural e inventário do acervo
do Museu de Arte e de
Cultura Popular da UFMT
,
organizado por Aline
Figueiredo e Humberto
Espíndola.
Na opinião da
editora Maria Teresa
Carrión Carracedo, o
fato de a Entrelinhas
“
estar entre os 10 finalistas
indicados ao Jabuti por três anos
consecutivos já é um grande prêmio para
Mato Grosso”.
“
As indicações em três edições do
prêmio em categorias tão difíceis e
concorridas nos alegram muito”, afirma
Maria Teresa.
SOBRE O LIVRO
O livro é resultado das pesquisas da
autora em sua tese de doutorado em
História pela PUC de São Paulo, e tem
como proposta contribuir com a
historiografia da cidade a partir da
fotografia.
A autora Maria Auxiliadora de Freitas
explica, sobre a obra ricamente ilustrada:
“
A sequência de fotos da cidade e de seus
arredores, exposta nesta publicação,
mostra ao leitor alguns flagrantes,
cobrindo um período que se iniciou em
fins do século XIX, prosseguindo até os
últimos anos da década de 1960. As
fotografias permitirão ao leitor, à medida
que for tomando conhecimento do teor
das informações selecionadas, visualizar
o passado e alguns pontos mais
conhecidos da cidade de Cuiabá como
suas avenidas, ruas, praças, sobrados e
casarões”.
SOBRE O PRÊMIO JABUTI
Promovido pela Câmara Brasileira do
Livro (CBL), o Prêmio Jabuti é o mais
prestigiado do cenário editorial do país.
O anúncio dos finalistas nas diversas
categorias e dos grandes vencedores é
aguardado com grande expectativa por
editores, escritores e leitores.
Maiores informações:
Maria Teresa:(65) 3624-5294