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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 19 A 25 DE JANEIRO DE 2012
GERAL
P
G
6
www.circuitomt.com.br
Poucos postos terão novo diesel S50
PREOCUPAÇÃO
Demanda quanto ao combustível menos poluente é preocupação para todos os envolvidos no processo de mudança, principalmente
para as concessionárias.
Por Adriana Nasciemnto. Fotos: Lucas Ninno
Ausência pode custar caro
Os postos indicados
para a venda de diesel
S-50 que forem
flagrados sem o produto
pela fiscalização da ANP
estão sujeitos a multa que
varia de R$ 5 mil a R$ 2
milhões, segundo a Lei
9.847/99, a ser aplicada
ao final do processo
administrativo iniciado
com a autuação do
estabelecimento.
As equipes de
fiscalização da ANP
estão orientadas a incluir
a verificação da
presença do diesel S-50
e das instalações
adequadas à sua oferta
nos postos de
combustível, entre seus
procedimentos-padrão.
Em Mato Grosso,
ainda não se sabe ao
certo quantos postos já
estão comercializando o
S-50. A reportagem
entrou em contato com
assessoria de imprensa
do Sindipetróleo que
afirmou que está fazendo
um levantamento desses
estabelecimentos, mas
até o fechamento desta
edição o relatório ainda
não havia sido
concluído.
Arla 32, um produto adicional
Desde o dia 1º de
janeiro, as bombas de
combustíveis dos postos
revendedores estão
ofertando o diesel S50,
com baixo teor de enxofre,
com a intenção de
melhorar a qualidade do
óleo diesel vendido no
Brasil e,
consequentemente, a
qualidade do ar, em razão
da diminuição das
emissões de enxofre. O
produto chega ao
mercado juntamente com
outra demanda: a de
veículos pesados que
possam utilizar somente o
combustível diferenciado.
Até então, eram
comercializados no
mercado os tipos S1800,
S500 e S50, sendo que
esse último agora tem sua
venda obrigatória. Em
2013, deve chegar aos
postos de combustíveis o
tipo S10. Vale lembrar que
quanto menor o número
da nomenclatura, menor o
número de partículas
poluidoras liberadas no ar.
ARLA 32 é um
reagente que é usado
juntamente com o sistema
de Redução Catalítica
Seletiva (SCR) para reduzir
quimicamente as emissões
de óxidos de nitrogênio
presentes nos gases de
escape dos veículos a
diesel. O ARLA 32 é uma
solução a 32,5% de ureia
de alta pureza em água
desmineralizada que é
transparente, não tóxica e
de manuseio seguro. Ele
não é explosivo, nem
inflamável nem danoso ao
meio ambiente. Não é um
combustível, nem um
aditivo de combustível e
precisa ser utilizado em um
tanque específico em seu
veículo diesel SCR. O
abastecimento é feito de
forma semelhante ao
diesel. O ARLA 32
juntamente com o SCR
oferece uma significativa
redução no consumo de
combustível e,
consequentemente, das
emissões de CO2, se
comparado às tecnologias
concorrentes. Todos os
maiores fabricantes de
caminhões e ônibus no
Brasil irão oferecer a partir
de janeiro de 2012,
modelos equipados com
SCR. As montadoras
estimam que o preço dos
veículos fique até 15%
maior devido ao aumento
de custos causados de
fabricação. Logicamente,
o custo do combustível S50
No entanto, nem todos
os postos vão comercializar
o novo produto, pelo
menos não no início da
implantação Programa de
Controle da Poluição do Ar
por Veículos Automotores
(Proconve). De acordo
com determinação da
Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e
Combustíveis (ANP), para
garantir o abastecimento
com o novo diesel em todo
o país, foram selecionados
3.100 postos, que devem
se juntar aos mais de
1.100 estabelecimentos
que já comercializam o
produto nas regiões
metropolitanas de Belém,
Recife e Fortaleza. Do total
de postos escolhidos pela
Agência, 212 estão
localizados em Mato
Grosso.
Os números parecem
baixos, levando em
consideração que, no
Brasil, existem,
aproximadamente, 38 mil
postos. Contudo, ainda
não representam sinônimo
de preocupação, pois no
início serão poucos os
veículos que precisarão
desse combustível. Por isso,
as fabricantes e
concessionárias de veículos
pesados devem investir em
publicidade para fazer
esse programa deslanchar,
o que leva tempo.
“Estamos preocupados,
mas é uma situação da
qual não temos como
fugir. Temos certeza de
que essa demanda pela
preservação do meio
ambiente fará crescer cada
vez mais as vendas de
novos caminhões”, explica
o gerente de vendas da
concessionária Extra
Caminhões, Fernando
Garcia. “É preciso lembrar
que os novos caminhões
terão uma autonomia
maior em comparação
com motores mais antigos.
Isso deve, aos poucos,
atrair o consumidor”,
destaca.
Da mesma forma
pensa Janilson Santos de
Almeida, gerente de
vendas da Rota Oeste/
Scania. “Inclusive já
estamos treinando os
mecânicos para atender a
essa nova demanda.
Temos que nos adaptar a
esse novo mercado. Na
Europa, esse processo já
avança”, explicou Almeida
ao Sindicato do Comércio
Varejista de Derivados de
Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis de Mato
Grosso (Sindipetróleo).
O combustível
‘ecológico’ chega ao
mercado com um preço
mais caro quando
comparado ao diesel
antigo. Em Cuiabá, por
exemplo, os postos estão
comercializando o produto
pelo valor de R$ 2,60, em
média. Já no nortão do
Estado, o preço pode
chegar a R$ 2,90. Esses
valores chegam a ser 30%
superiores ao do diesel
comum. Segundo informou
o Sindipetróleo, o preço
elevado deve-se
basicamente ao fato de
que ainda não existem nas
ruas, muitos caminhões
que abastecem com o
novo combustível. Porém,
a expectativa dos postos é
que o preço diminua com
o aumento da demanda.
Gerente de Vendas da Extra Caminhões acredita que demanda
para motores diferenciados aumentará aos poucos
Demanda quanto
ao novo diesel
menos poluente
ainda é uma
incógni ta
também será maior do que
o do combustível
convencional. Serão
utilizados cerca de 5 litros
de ARLA 32 para cada
100 litros de diesel.