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Antes, 18 policiais estavam atuando no local enquanto violência só aumenta. Comandante da PM explica que todas as reivindicações da corporação foram negadas pela Infraero. Por Poliana Almeida - Especial para o Circuito Mato Grosso. Fotos: Lucas Ninno

Depois de uma atuação rigorosa no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, que gerou revolta em muitos motoristas, a Polícia Militar desativou o posto e parou de aplicar multas constantes aos motoristas que paravam em frente aos locais de embarque e desembarque, mesmo que estacionassem apenas por alguns minutos. Ao todo, 18 policiais haviam sido designados

exclusivamente para fazer a segurança do local, enquanto o índice de criminalidade só aumenta na Baixada Cuiabana. O serviço foi paralisado diante de um impasse com a administração do aeroporto, como informou o comandante Regional, Coronel Pery Taborelli. Ele explicou que foi encaminhado ofício à Superintendência da Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuária (Infraero) solicitando condições mínimas de trabalho aos policiais que estavam atuando no local, como, por exemplo, a

implantação de banheiro específico no posto policial.

Entretanto, todos os pedidos foram negados. “Pedimos que os recrutas colocassem os cones para organizar o trânsito de veículos, só que, infelizmente, não querem contribuir com esse trabalho. Então, não há condições de continuar no local”, frisou Taborelli. Segundo o Coronel, a maioria dos servidores

que estava trabalhando no aeroporto havia sido chamada no último concurso da PM, denominados recrutas. Taborelli avisa que a situação é provisória. Em breve o posto será reativado. Contudo, somente quando as reivindicações forem devidamente atendidas. Apesar do interesse demonstrado pela polícia em manter a segurança no aeroporto, a

concentração de agentes em frente ao local nos últimos meses não vinha sendo vista com bons olhos pela população, já que, além de descobrir o policiamento que deveria combater a violência na cidade, os motoristas estavam transtornados por não ter onde parar. “É um absurdo só ter uma opção de estacionamento (um particular situado em frente ao aeroporto) e eles podem cobrar o tempo que quiser, sem contar que já tem uma demanda muito grande. Nos horários de pico é difícil até achar vaga no estacionamento pago”, criticou a médica cardiologista, Gabriela Nogueira, de 38 anos, que aguardava a filha chegar de viagem em frente ao terminal de desembarque. Para ela, é preciso ampliar as áreas de estacionamento e evitar o monopólio de apenas uma empresa no local.

No estacionamento pr ivat ivo é cobrado R$ 5,00 para guardar o carro pelo per íodo de uma hora e o valor da diár ia é f ixado em R$

A previsão é que o estacionamento, atualmente vinculado à Infraero, seja ampliado de modo a dobrar o número de vagas oferecidas. “Será ampliado para mais de 400 vagas, mas o projeto não está concluído, pois depende do acesso viário”, adiantou Vuolo, ao avaliar, no entanto, que o número exato de vagas só será definido após a conclusão do projeto do

estacionamento, que foi prejudicado pelo impasse envolvendo a escolha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como sistema coletivo de transporte para a Copa de 2014, da qual Cuiabá será uma das 12 subsedes. Ocorre que o projeto original previa o trânsito dos ônibus, carros, caminhões no mesmo nível. Agora, está prevista a construção de um elevado junto à rotatória do aeroporto, evitando que os veículos cruzem com o VLT. Conforme o secretário, assim que o governo do Estado optou pelo VLT, a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes do Estado (Selit) e a extinta Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa) iniciaram trabalhos no sentido de fazer as adequações requisitadas pela Infraero. Sobre a

administração do estacionamento, Vuolo afirmou que vai viajar para Brasília nesta semana e, entre os assuntos da pauta, está a forma como o espaço será controlado após a conclusão das obras de ampliação e reforma. Portanto, caberá a Infraero decidir se apenas uma ou mais empresas irão gerir o local. A ampliação prevê o alargamento da pista de desembarque, que deverá ter 23 metros de largura, área exclusiva para vôos internacionais, construção de um freeshop, além de oito novos boxes, quatro esteiras e outra para desembarque internacional, como consta no projeto. A obra do Aeroporto Marechal Rondon, estimada em R$ 87,5 milhões, representa 1,55% do total de R$ 5,5 bilhões a ser investidos em todos os aeroportos pelo Governo Federal até a realização da Copa do Mundo.

“A construção deve demorar um ano e meio, deve ficar pronta em dezembro de 2013, prazo mais que suficiente para a Copa do Mundo 2014”, enfatiza Vuolo, refutando mais uma vez os estudos que apontam que a obra não estará pronta até a realização do Mundial. Em abril deste ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma pesquisa dizendo que pelo menos nove dos 13 aeroportos do país que estão em obras não devem ficar prontos, entre eles o de Cuiabá.