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CIRCUITOMATOGROSSO

CUIABÁ, 6 A 12 DE OUTUBRO DE 2011

CULTURA EM CIRCUITO PG 5

www.circuitomt.com.br

Elma é professora de francês, apaixonada por panelas e sapatos

gosto@circuitomt.com.br

CELSO SISTO E O ENCANTADOR DAS PALAVRAS

‘RUBINCUNDA COR’

Rosemar Coenga é doutor em Teoria Literária e apaixonado pela literatura de

Monteiro Lobato cultura@circuitomt.com.br

Neste vinte e nove de setembro comemorou-se o Rosh Hashaná ou Rosh Hashanah ou Roshe Shana (já vi escrito

de tantas formas que não me questiono mais, perdoem a ignorância), que em hebraico quer dizer ‘cabeça do ano’, o ano novo no judaísmo. No início da noite, como manda a tradição, alimentos carregados de simbologia são servidos aos familiares e convivas para acolher o novo período que se inicia... Fatias de maçã banhadas em mel representam um ano doce e ameno, comer a cabeça dos peixes nos predispõe a começar um ano bom com a ‘cabeça’, a parte mais elevada do corpo; a rosca trançada simboliza a união dos povos e a romã, ahhh a romã... O que dizer desse fruto milenar, encantador que traz, em suas entranhas, fragmentos da história da humanidade? Nativa da Pérsia Antiga (Irã) há mais de dois mil anos antes de Cristo, foi levada pelos fenícios para as regiões do Mediterrâneo. A romã aparece nos textos bíblicos e está sempre associada a fertilidade. É o símbolo do amor e da fecundidade para os gregos, que consagraram a romãzeira a deusa

Afrodite, por acreditarem em seus poderes afrodisíacos. Para os judeus a romã tem um profundo significado religioso. Seria pelo fato de cada romã possuir 613 sementes, o que corresponde ao número exato de provérbios judaicos existentes na Tora? Não sei. O que sei mesmo é que sob uma casca dura e seca, surgem sementinhas brancas, cobertas por uma polpa vermelhíssima e brilhante, suculenta e doce. Se isso não for uma criação divina...

E ela chegou até nós através dos portugueses.

“Abre a romã, mostrando a rubicunda cor, com que tu, rubi, teu preço perdes...” Luis Vaz de Camões/ Os Lusíadas. Coisa mais linda! Nossa fruta sagrada realça qualquer prato, doce ou salgado. Experimente em saladas, carne de cordeiro, aves, cuscuz de sêmola de trigo... Eu simplesmente corto-as ao meio, seguro firme a fruta acima da comida que vou servir, bato energicamente na base com uma colher

de pau e uma ‘chuva de rubis’ cai sobre tudo, enriquecendo ainda mais o prato. Bon appétit!

Celso Sisto é escritor, ilustrador, contador de histórias do grupo Morandubetá (RJ), ator, arte-educador, crítico de literatura infantil e juvenil, especialista em literatura infantil e juvenil, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Doutorando em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e responsável pela formação de inúmeros grupos de contadores de histórias espalhados pelo país. Tem 34 livros publicados para crianças e jovens e já recebeu vários prêmios pela qualidade de sua obra, dentre eles o prêmio de autor revelação (FNLIJ, 1994) e ilustrador revelação (FNLIJ, 1999). Dentre os seus livros publicados destaco o magnífico livro Mãe África: mitos, lendas, fábulas e contos, uma rica coletânea de histórias africanas

feita com base em ampla pesquisa, com o objetivo de ressaltar a diversidade de etnias do continente africano. O autor selecionou 29 histórias originárias de diversos lugares da África, procurando privilegiar histórias ainda não publicadas em português. Os

leitores encontrarão aqui uma festa plural de cores, nomes, belezas, sabores, feitos e fantasias africanas, os quais exercem muita influência na cultura brasileira.

Na obra Histórias das terras daqui e da lá são sempre duas. Uma contada por um contador de histórias das terras daqui e outra contada por um contador das terras de lá. Essas histórias vão

encontrando suas semelhanças no tema proposto para cada volume O humor é a palavra que costura as histórias nesse volume. Imprevistos, surpresas e boas risadas, convidam o leitor a entrar na história e se divertir com a leitura. E para se deliciar com os livros de Celso Sisto há ainda muitas histórias encantadoras: Anjos de papel, Angelina, Continhos suspirados com poesia para depois das cinco, Chá das dez, Diáfana, Histórias de quem conta histórias, Mundaréu e outras com as quais vocês se deleitarão.

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