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CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 5 A 11 DE JUNHO DE 2014
www.circuitomt.com.br
LUCAS DO RIO VERDE
A“menina dos olhos” deMatoGrosso
Agronegócio é o setor que mais tem contribuído para o desenvolvimento social do Estado de Mato Grosso
SandraCarvalho
A cidade de Lucas do
Rio Verde ocupa a
primeira posição no último
levantamento do índice
Firjan de Desenvolvimento
Municipal (IFDM) com
IFDM 0,8839, seguida de
Primavera do Leste e
Sinop. Lucas do Rio
Verde, administrada pelo
produtor rural Otaviano
Pivetta (PDT) já em seu
segundo mandato, é ainda
a 14ª colocada no ranking
nacional.
Esse dado vem de
encontro ao último cálculo
do Índice de
Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM)
divulgado pelo Programa
das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud)
há exatamente um ano,
quando Lucas do Rio
Verde obteve índice de
0,768, ficando na 249ª
posição do ranking dos
5.565 municípios mais
desenvolvidos.
Centro-Oeste é a terceira região do país
O IFDM, cr iado
pela Federação das
Indúst r ias do Estado do
Rio de Janeiro (Firjan)
para acompanhar a
evolução dos 5.565
municípios brasileiros,
ainda revelou em sua 6ª
edição que a região
Centro-Oeste é a
terceira mais
desenvolvida do país, já
que apresenta 77,9%
dos seus municípios
com IFDM super ior a
0,6 pontos, percentual
próximo ao observado
no Sudeste.
A região tem
reduzido suas
Com a chegada das
indústrias, as vagas de
emprego se
multiplicaram. E a
população também. Hoje
Lucas do Rio Verde tem
cerca de 50 mil
habitantes.
O crescimento da
população, ainda que
planejado, traz consigo
desafios que precisam
ser enfrentados, como o
aumento da
criminalidade. A
tecnologia entrou como
aliada da polícia no
combate à violência e ao
tráfico de drogas. Hoje,
18 câmeras estão
espalhadas pela cidade
em pontos estratégicos
para ajudara identificar
quem anda fora da lei.
Outra preocupação é
com o desmatamento
provocado pelas
lavouras. Os produtores
estão recuperando as
nascentes com o plantio
de espécies nativas.
(Com G1)
Indústrias multiplicam
vagas de emprego
diferenças em relação
às duas regiões
l íderes no estudo (Sul
e Sudes te) , por conta
dos avanços no
mercado de trabalho
via ascensão do
agronegócio e das
melhorias na
Educação e na Saúde.
O IFDM destaca ainda
que o Centro-Oeste
não tem cidades com
baixo nível de
desenvolvimento.
Com recorte
municipal e
abrangência nacional,
o IFDM aval ia as
condições de
Educação, Saúde,
Emprego e Renda de
todos os municípios
brasi leiros. O índice
var ia de 0 (mínimo) a 1
ponto (máximo) para
classi f icar o nível de
cada cidade em quat ro
categorias: baixo (de 0
a 0,4) , regular (0,4001
a 0,6) , moderado (de
0,6001 a 0,8) e al to
(0,8001 a 1)
desenvolvimento.
Os resul tados
obt idos têm base em
informações oficiais dos
ministérios da
Educação, Saúde,
Trabalho e Emprego.
Nesta edição foram
ut i l izados os dados de
2011, o que permi te a
comparação do
desenvolvimento dos
municípios com o ano
de 2010 – úl t imo ano da
primeira década do
século XXI . A
metodologia foi
aprimorada para captar
os novos desaf ios do
desenvolvimento
brasileiro. O principal
incremento foi si tuar o
Brasi l no mundo, com
base em padrões de
desenvolvimento
encont rados em países
mais avançados.
A cidade tem 16 praças, todas muito bem equipadas e
com professores de Educação Física. “A gente veio do
Maranhão. Lá não tem essa estrutura que essas praças
aqui têm”, conta a operadora de produção Josiane dos
Santos Silva. Qualidade de vida bancada pelo dinheiro que
brota no campo. O bom desempenho das lavouras abriu
novos campos de oportunidades e deu sinal verde para o
futebol.
No Estádio Passo das Emas, em Lucas do Rio Verde,
o único time criado e financiado pelo agronegócio teve
uma conquista histórica para Mato Grosso: com apenas
nove anos de atividade, conseguiu chegar à Série B do
Campeonato Brasileiro. OLuverdense agora é motivo de
orgulho. Já para um casal de nordestinos, a vitória veio
com a conquista de sonhos que eles trouxeram na
bagagem. “Hoje a gente conseguiu realizar o sonho da
casa própria que faz dois anos já. Temos nosso carro,
temos moto. Bem, a gente vive bem aqui, tranquilo,
sossegado”, afirma Deiwson Rafael Vasconcellos, do
setor de manutenção.
Em Lucas do Rio Verde,
só é sedentário quem quer
Uma reportagem
produzida pela equipe do
“Globo Repórter”, da Rede
Globo, projetou Lucas do
Rio Verde como uma
cidade diferenciada. “Nem
parece que estamos no
Brasil. Uma cidade jovem e
muito bem estruturada,
com Índice de
Desenvolvimento Humano
superior à média nacional.
Bem-vindo a Lucas do Rio
Verde, Mato Grosso”,
narraram os repórteres.
A equipe da Globo
ficou entusiasmada com o
que viu no pequeno
município colonizado por
pioneiros que vieram do Sul
do país no fim da década
de 1980 para plantar soja e
fizeram uma revolução no
meio do Cerrado.
Parece um clube, mas
é uma escola pública. Aliás,
todas as escolas municipais
são assim: têm até piscina
semiolímpica. “O aluno, se
estuda de manhã, vem
frequentar as aulas à tarde
para que ele possa
participar das competições
estaduais, as etapas
estaduais, e quem sabe,
buscando alguém, algum
atleta que possa representar
o estado a nível nacional
também”, conta a professor
de Educação Física Eltron
Alves Moreira.
Aos poucos, aprender
vai deixando de ser uma
tarefa difícil. Na prática, a
aula de Ciências vira uma
horta e os alunos ajudam a
construir o conhecimento.
Quando bate a fome,
ninguém reclama do
almoço.
Já o lanche vem de
uma padaria, construída
especialmente para
abastecer todas as escolas
públicas. Além dos pães, a
equipe da padaria também
prepara outros alimentos
que diversificam e
enriquecem a merenda
escolar, como, por
exemplo, o macarrão de
legumes, a torta de
legumes, o biscoito de fubá
e a famosa ‘cuca’ que é
recheada de frutas.
“Como muitas pessoas
provêm da região Sul, nós
adotamos a cuca dentro do
cardápio da merenda
escolar, visto que é um
alimento bastante aceito
pelos alunos. No caso dos
macarrões caseiros, um é
enriquecido com beterraba
e o outro com abobrinha”,
conta a coordenadora da
padaria Vânia Haraki.
Escola com piscina e ensino de excelência
O IDHM foi
desenvolvido pelo Pnud em
parceria com o Instituto de
Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e a
Fundação João Pinheiro,
para mostrar a realidade
social dos municípios
brasileiros a partir de três
indicadores: renda,
longevidade e educação. O
índice divulgado foi
calculado com base nos
dados do Censo
Demográfico 2010 do
Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
(IBGE).
Lucas do Rio Verde
recebeu 0,766 em renda,
em que o indicador é
medido pela renda
municipal per capita, ou
seja, a renda média de cada
residente no município.
Para se chegar a esse valor
soma-se a renda de todos
os residentes e divide-se
pelo número de pessoas
que moram no município
(inclusive crianças ou
pessoas com renda igual a
zero).
Para longevidade,
quesito medido pela
expectativa de vida, o
município atingiu 0,833; e
em educação, que é a
média de anos de educação
de adultos e a expectativa
de anos de escolaridade
para crianças, Lucas do
Rio Verde teve índice de
0,710.
Em termos numéricos,
o índice é calculado de
zero a um; 0 significa
nenhum desenvolvimento
humano e 1 é
desenvolvimento humano
total. Quanto mais próximo
de 1, mais desenvolvido é
o município.
Em Mato Grosso,
Cuiabá é a cidade mais
bem colocada (92º), com
índice de 0,785. Lucas do
Rio Verde aparece em
segundo no estado e com o
melhor índice no interior.
Na sequência estão: Nova
Mutum (400º) tendo
alcançado 0,758;
Rondonópolis (453º) com
0,755; e Sinop (467º) com
índice de 0,754.
Ao todo, mais de
4.100 municípios (74%)
encontram-se atualmente
nas faixas de IDHM médio
(de 0,600 a 0,699) ou alto
(de 0,700 a 0,799). Apenas
44 cidades (0,8%), no
entanto, fazem parte da
faixa de desenvolvimento
considerado muito alto
(entre 0,8 e 1).
O município de São
Caetano do Sul, em São
Paulo, lidera o ranking
nacional com índice de
0,862. O geral do país é de
0,727.
Fotos:
Divulgação
Município, localizado na região Norte do Estado,
tem o melhor IDH do interior do estado
Otaviano Pivetta, que está
no segundo mandato, já
foi eleito o melhor
prefeito do país
Escolas têm infraestrutura
invejável, ao contrário da
maioria dos municípios