CULTURA
Por Luiz Marchetti
Fotos: Divulgação
Luiz Marchetti é
cineasta cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
CUIABÁ, 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2012
Conheci
MIGUEL PENHA
aqui no Centro Histórico de Cuiabá,
próximo ao MISC. Morava em belíssima casa cuiabana com azulejo
hidráulico, pé-direito alto e jardim de inverno. Obras de arte por toda
a casa, telas de diferentes tamanhos, valores e cores. Com o verde
predominando. Numa sala ele pintava, em outra podíamos ver o
acervo, esboços e telas já emolduradas. Ali me contou sobre suas
origens, fiz fotos, vídeos e divulgamos a exuberância de ser um criador
tão apaixonado pela natureza morando ali no contraste do centro
urbano e abandonado. Naquela época, jogando confetes em seu
charmoso estilo de moradia, ele me dizia que não estava fácil
continuar ali, com craqueiros na rua e as eternas promessas de
revitalização do Centro Histórico. A promessa de revitalizar o Centro
Histórico é um perverso mote de campanha política com aqueles que
habitam a região, que acreditam na história da capital e preservam
sua arquitetura genuína.
Miguel Penha resolveu subir a serra.
Hoje mora em Chapada dos Guimarães conectado com o
mundo, produzindo arte e vitrinando em exposições por todos os
cantos do Brasil e na internet.
Nesta terça-feira A CASA DO PARQUE abre a
EXPOSIÇÃO DENTRO DA MATA, com 13 telas. Você está
convidado. Entrada franca.
Esta mostra foi idealizada em 2009, quando foi realizada a 1ª
exposição no Sesc Arsenal. Após o sucesso, a mesma foi selecionada
para participar do Projeto Sesc Amazônia das Artes, que ocorreu
durante o ano de 2011, e foram feitas mais seis mostras em seis
Estados pertencentes à Amazônia Legal e confluências.
No ano de 2011 a Exposição Dentro da Mata foi realizada em:
Teresina, Macapá, São Luís, Manaus, Porto Velho e Belém. Miguel
confessa que seu grande sonho é levar a exposição para todo o País.
Neste retorno a Cuiabá, onde foi idealizada, traz novas obras e
trabalhos que já fazem parte da exposição. É uma oportunidade pra
quem não viu e, pra quem já teve a oportunidade de visitar a
exposição, de conhecer os novos ângulos do cerrado.
Luiz Marchetti
:
Miguel, como foi sair do Centro Histórico para
Chapada dos Guimarães?
Miguel Penha
:
A mudança pra Chapada foi muito boa, e tem
sido enriquecedora, poder passear no que “resta” do cerrado me dá
muita inspiração, o clima é ótimo, e tenho um ateliê maior, que pode
oferecer mais comodidade aos visitantes e admiradores da arte, num
lugar bem calmo, com muitos passarinhos.
Luiz Marchetti
:
Está feliz como artista plástico?
Miguel Penha
:
Não sei fazer outra coisa, sou ruim com as
palavras e péssimo com os números, mas sei encontrar beleza onde
poucos a encontrariam. São 32 anos que vivo exclusivamente da arte
ou, melhor dizendo, do meu trabalho, e nunca tive carteira assinada.
Mas acordo todos os dias entre 5 e 6 horas da manhã para trabalhar,
e não foram poucos esses dias. Acredito na força do trabalho,
acredito nas pessoas e acima de tudo acredito em Deus. Sei o valor
do belo e do que é justo.
MIGUEL PENHA:
DENTRO DA MATA