CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 25 A 31 DE OUTUBRO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
COM QUE CORPO EU VOU?
Por Soraia Fava
Soraia Fava é Educadora
Física, faz Gestão e
Treinamento, é pisciana e
conectada com seus sonhos!
OGOSTO PELOGOSTO
Por Elma Rios
Elma é professora de francês,
apaixonada por panelas e sapatos
CAIPIRA NA COZINHA REFINADA
TAPING
A bandagem elástica adesiva foi
desenvolvida no Japão em meados dos
anos 70, por um quiroprático e
acupunturista japonês chamado Kenzo
Kase. Em vez de utilizar as fitas rígidas
atléticas disponíveis na época, ele criou
um produto com mais precisão e
qualidade que imitava a elasticidade da
pele humana. Durante décadas,
treinadores esportivos e profissionais da
saúde têm utilizado a fita elástica
terapêutica, conhecida pelos nomes de
Therapy Taping, Kinesio Tape, fita Tex,
entre outros. O método se baseia no
conceito de estimulação tegumentar
(
pele), pois estimula o sistema linfático
que promove uma absorção mais
rápida de edemas, diminuindo a
percepção de dor que a lesão causa.
Evidências mostram que dependendo
da forma como a bandagem é
aplicada é possível tanto estimular
como inibir contrações musculares.
A eficácia do uso dessa fita ainda é
difusa. Cientificamente poucos estudos
foram feitos e sua comprovação ainda
não foi feita em comparação a outras
medidas que os atletas usam para tratar
e prevenir lesões. Nas Olimpíadas de
Londres ela virou febre, pois muitas
atletas ostentavam suas fitas coloridas
por baixo dos uniformes. A maioria dos
atletas relata uma melhora significativa
na dor e na inflamação muscular. Os
fabricantes garantem benefícios na
melhora da resposta motora, função
neurológica e estabilidade articular, na
prevenção de lesões musculares e
articulares, na melhora da circulação
sanguínea e linfática e da dor. E esses
princípios podem beneficiar tanto
pacientes neurológicos – pois é possível
reduzir quadros de espasmos musculares
–
como pacientes ortopédicos ou
atletas, inibindo músculos que estejam
tensos ou sobrecarregados.
O que se precisa agora são estudos
para provar cientificamente o que
atletas e treinadores têm relatado na
prática, a eficácia do método.
Quanto à forma que ela
funciona, a ideia é que ao puxar
e esticar, a fita levanta a pele,
separando-a de outras camadas
de tecido, permitindo que o
sangue e outros fluidos corporais
fluam melhor e acelerem a
capacidade para limpar fluidos
linfáticos, reduzindo a
inflamação mais rapidamente e
diminuindo também a sensação
de dor. O mundo esportivo
aguarda com expectativa as
recentes pesquisas sobre o uso
da fita terapêutica. Enquanto
isso, vamos usá-la com cuidado
e procurar um profissional
especializado para aplicá-la.
Nunca tinha ouvido falar até abrir o
Almanaque Brasil, de cultura popular, em
um voo Cuiabá-Brasília. Fui direto pra
coluna que me interessa, no final da
revista:
Em se
plantando, tudo dá
.
A bola
da vez era o “mangarito”. O artigo
começa assim: “Ele está de volta.
Cultivado aqui e ali por gente simples,
em quintais, ele quase desapareceu das
mesas. Agora vem conquistando chefes
estrelados. De sabor delicado, peculiar,
inspira novos pratos e cativa clientes da
cozinha refinada. Quem apostar nele
pode se dar bem”. Parece que o
mangarito, esse tubérculo que faz parte
da alimentação dos índios há milhares de
anos, esteve em vias de desaparecer,
possivelmente, por conta de outra raiz: a
popular batata. Ele pertence à cozinha
caipira e foi redescoberto por chefs de
renome, sempre em buscas de novos
sabores. Mas foi graças a João Lino
Vieira, que passou a cultivar o mangarito
em larga escala em 1985, que o
tubérculo ressurgiu das cinzas. João tinha
saudades desse gosto gostoso da
infância... Li que o tal mangarito é da
família do inhame, tem sabor
amendoado, uma leve acidez e uma
textura cremosa. Sei que é amarelinho.
Imagino que seu sabor oscile entre o da
castanha portuguesa, da batata inglesa,
da batatinha salsa e do cará... Mas
parece que a delícia caipira custa “10
vezes mais caro que a batata, mas dá de
10
a zero em sabor”. Vamos torcer pro
mangarito cair nas graças do povo, a
produção aumentar, e o preço cair.
Enquanto isso, vou atrás do meu,
coûte
que
coûte.
E mais: as folhas são ricas em
vitamina A e podem ser refogadas com
um pouco de azeite, alho e sal, feito
folhas de couve. Estou aguada de
vontade! Achei uma receita de Tamboril
(
Peixe-sapo) com purê de mangaritos, do
chef Ivan Achcar, pra comer de joelhos.
Anote: 2 filés de tamboril limpos, 1 xícara
de ervas mistas frescas (manjericão,
sálvia, salsa, tomilho), sal grosso, pimenta
moída na hora, 3 colheres de azeite, 8
mangaritos médios lavados, 2 colheres de
manteiga, 50ml de leite de coco. Cozinhe
os mangaritos com casca até ficarem
macios. Enquanto isso, tempere os filés
com as ervas, o sal, a pimenta, moídos
juntos num pilão. Reserve.
Preaqueça o forno em
temperatura média. Escorra os
mangaritos e retire a casca.
Amasse-os até obter um purê.
Reserve. Numa frigideira
aqueça o azeite e sele os filés.
Transfira para uma forma e leve
ao forno por 20 minutos.
Finalize o purê de mangaritos
com o leite de coco, a manteiga
e um pouco de sal. Leve ao
fogo baixo sem parar de mexer
para incorporar bem. Corte os
filés em 4 porções e sirva com o
purê de mangaritos.
Bon
appétit.