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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 2 A 8 DE AGOSTO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
www.circuitomt.com.br
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
cultura@circuitomt.com.br
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
NARIGUEIRA EMPLUMADA
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
cultura@circuitomt.com.br
ERA UMA VEZ UMA CORRIDA...
O povo indígena Nambiquara,
habitante dos campos cerrados a oeste
de Mato Grosso, possui diversos
Rena t o K i t hãu l hu ( 1987 )
adereços, dentre eles, a
narigueira emplumada.
De apanágio masculino,
atravessa o orifício
artificial do septo nasal,
perfurado durante a
cerimônia de iniciação à
puberdade masculina.
Pode apresentar-se com
pena de arara, de mutum
ou de gavião.
Acreditam os índios
que no céu existe uma enorme figueira,
Haluhalunekisu
, de imensas raízes que
envolvem a terra de todos os homens. Um
ser sobrenatural,
conhecedor e dono de
todas as coisas, reina nesse frondoso
vegetal. Os pajés precisam viajar até à
figueira para renovar seus poderes
espirituais junto ao espírito, momento em
que também são presenteados com novos
nomes para dar às crianças que estão
para nascer.
A narigueira emplumada representa o
gavião, morador da árvore celestial.
Possuidor de forças sobrenaturais, ao
ceder uma de suas penas, a ave transfere
poderes ao pajé que, ao ornar-se com tal
atavio, passa a ter o privilégio de voar e
chegar até
Haluhalunekisu
. Ao retornar à
aldeia com mais forças, tem condições de
combater as ações dos espíritos
malfeitores que costumeiramente
alimentam-se das enormes raízes
suspensas, com o propósito de impedir o
encontro do pajé com o deus supremo.
Para o Nambiquara, o equilíbrio
da vida depende do trabalho de
purificação da figueira celestial.
Essa tarefa é instigada pelo
repertório musical dos pajés,
entoado nas sessões noturnas de
cura e pelas boas ações dos
demais índios. Todos devem evitar
a todo o custo desacertos
relacionados às atitudes humanas.
Assim, proporcionar harmonia à
aldeia não é uma atribuição
específica dos pajés. A responsabilidade
cabe a cada um que deve trazer alegria
ao espaço da aldeia. Dessa forma,
podem impedir que as folhas da figueira
percam sua cor verdejante, ressequem e
caiam sobre suas casas, sinais de
desagrado do deus supremo
Nambiquara. É importante que os índios
satisfaçam seus desejos de alegria,
generosidade e beleza. Caso contrário,
castigará a todos, indistintamente, com a
escuridão.
Era uma vez
uma corrida.... de
sapinhos!O objectivo
era atingir o alto de
uma grande torre.
Havia no local
uma multidão
assistindo.Muita
gente para vibrar e
torcer por
eles.Começou a
competição.
Mas como a
multidão não
acreditava que os sapinhos pudessem
alcançar o alto daquela torre, o que mais
se ouvia era:
- “Que pena!!! esses sapinhos não
vão conseguir...não vão conseguir...”
E os sapinhos começaram a desistir.
Mas havia um que persistia e continuava
a subida em busca do topo...
A multidão continuava gritando:
“...que pena!!! vocês não vão
conseguir!...”
E os sapinhos estavam mesmo
desistindo, um por um... menos aquele
sapinho que continuava tranquilo...
embora cada vez mais ofegante.
Já ao final da competição, todos
desistiram, menos ele...
A curiosidade tomou conta de
todos. Queriam saber o que tinha
acontecido...
E assim, quando foram perguntar
ao sapinho como ele havia conseguido
concluir a prova, aí sim conseguiram
descobrir...que ele era surdo!
Não permita que pessoas com o
péssimo hábito de serem negativas,
derrubem as melhores e mais sábias
esperanças de nosso coração!
Lembre-se sempre:
Há poder em nossas palavras e em
tudo o que pensamos...
Portanto, procure sempre ser
POSITIVO!
Resumindo:
Seja “surdo” quando alguém lhe diz
que você não pode realizar seus sonhos...