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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 5 A 11 DE JULHO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
www.circuitomt.com.br
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
cultura@circuitomt.com.br
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
IGUAÁ-MBARA, O “SEIO DO MAR”
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
cultura@circuitomt.com.br
RIR DE SI PRÓPRIO
Julho começou em festa! O primeiro
dia do mês alegrou os brasileiros. A
cidade do Rio de Janeiro recebeu da
Unesco o título de
Patrimônio Mundial:
Paisagem Cultural Urbana
, primeira do
mundo na categoria. A decisão veio a
público após a 37ª Sessão do Comitê
do Patrimônio Mundial, em São
Petersburgo, Rússia.
Além do título, o que de concreto
acontecerá à cidade? Diversos espaços
serão objeto de atitudes integradas,
voltadas à preservação de paisagens
culturais, como Pão de Açúcar,
Corcovado, Floresta da Tijuca, Aterro
do Flamengo, Jardim Botânico, Praia
de Copacabana, Morro do Leme, fortes
de Copacabana e do Leme, Arpoador,
Parque do Flamengo, enseada de
Botafogo, além da entrada da Baía de
Guanabara.
A Baía de Guanabara, cantada em
“Estrangeiro”, composição de Caetano
Veloso, diz: “O pintor Paul Gauguin
amou a luz da Baía de Guanabara. O
compositor Cole Porter adorou as luzes
na noite dela. O antropólogo Claude
Lévi-Strauss detestou a Baía de
Guanabara. Pareceu-lhe uma boca
banguela”. Ao contrário do
antropólogo francês, sobre a Baía da
Guanabara, Fernão Cardim, no século
XVI, escreveu que “dentro da barra tem
uma baía que bem parece que a pintou
o supremo pintor arquiteto do mundo,
Deus Nosso Senhor ”.
O nome Baía de Guanabara, em
língua indígena “Seio do Mar” (
Iguaá-
Mbara
, guana = seio;
bara
=
mar), se deu em referência a seu
formato arredondado e à fartura
de peixes. Em relação à
ocupação portuguesa, uma das
hipóteses é que a baía foi
avistada por Martin Afonso de
Souza em 1º de janeiro de 1532.
À época, a presença tupi
dominava a Baía da Guanabara
e seus arredores. Os indígenas,
“senhores do litoral”, praticavam
uma agricultura de subsistência,
associada à caça, pesca e coleta.
O trabalho agrícola baseava-se
na divisão familiar, etária e
sexual.
Hoje, o “Seio do Mar ”, um dos
cartões-postais mais famosos do
mundo, não tem mais uma população
eminentemente indígena, mas deixou
aos seus descendentes a generosidade e
a alegria que estão a alimentar pessoas
de lá e de tantos outros lugares que a
escolheram para viver.
Foto: Marcos Teixeira Estrella (TV Globo)
Ser engraçado tá na moda, todo mundo
tem uma piadinha pronta pra soltar; há
também os que juram que são humoristas e
têm um stand-up no bolso pronto, pra
começar, quando você não está com a
menor vontade de ouvir. Mas isso não é o
pior, legal mesmo é quando, além de a
piada não ter a menor graça, ainda causa
um constrangimento sem fim. Por isso,
cuidado quando for incorporar o “humorista”.
- Piada com loira: Só faça se for loira natural,
pra você ter certeza de que ela não vai
entender a piada.
- Piada com papagaio: Tente inovar: que tal
treinar um papagaio pra contá-la???
- Piada com sogra: Esse tipo de piada é
como o sexo: deve acabar depois do
casamento.
- Piada com prostituta: Com puta se faz sexo,
não piada.
- Piada com argentino: Só vale se não for
piada.
- Piada com japonês: Só se você comprar
algum produto “made in China” da
banquinha.
- Piada com judeu: Só faça depois de pagar.
- Piada com religião: não faça.
- Piada com gay: Só se você também for gay,
porque pra tirar onda com uma bicha só
outra bicha, se não é homofobia.
- Piada com gordo: não é piada, o nome
disso é bullying.
- Piada com pobre: vai parecer elitista.
- Piada com virgindade: super ultrapassado.
- Piada com a mãe dos outros: aí já é filha-
da-putagem.
Bom mesmo é rir de si próprio. Isso nos
aproxima mais daquilo que somos. O riso
tem uma extraordinária capacidade de
liberar e curar, além de nos colocar em
contato consigo mesmo, surgindo uma
percepção mais aguçada perante as
situações da própria vida. Pergunto: de que
adianta ficar nervoso, brigar com meio
mundo, ficar roxo de vergonha perante
determinada situação ou seja lá o que for?.
Afinal, como já disse Raul Seixas: “Ninguém
tem o direito de me julgar a não ser eu
mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o
que bem entender”.