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CUIABÁ,11 A 18 DE JUNHO DE 2014
Luiz Marchetti é cineasta
cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
cultura@circuitomt.com.br
CULTURA
Por Luiz Marchetti
Fotos: Luiz Marchetti
DOIS DIAS PARAOS NAMORADOS
O lugar mais encantador de Cuiabá preparou mais de uma noi te românt ica para
os pombinhos
. A CASA DO PARQUE
elaborou MENU ESPECIAL
DEGUSTAÇÃO, dr inks, f lores, , enf im tudo para t ransformar tanto a
quarta
dia 11
quanto a
quinta dia 12
em noi tes inesquecíveis. O casal merece! Ligue
para a Casa do Parque e conf i ra os di ferentes valores e a disponibi l idade nas
duas noi tes . INFO: (65) 3365 4789 e 8116 8083
O Instituto Cultural Flauta Mágica foi criado há 16 anos para atender crianças carentes do bairro Jardim Vitória, um dos bairros considerados mais
violentos na década de 90, o Instituto hoje atende um universo de 800 crianças e jovens por meio do ensino da flauta doce, do coral e do balé clássico
EMPRESARIOS AJUDEM ESSES JOVENS!
FLAUTAMÁGICAANUNCIATURNÊ PELAEUROPA
Das muitas instituições que visito para matérias
jornalísticas e acompanho como publico admirador, a
FLAUTAMAGICA tem a habilidade de me emocionar
sempre. O maestro e idealizador do Instituto Cultural
Flauta Mágica,
GILBERTOMENDES
, sabe com
delicadeza transformar crianças de bairros carentes em
pessoas sensíveis e disciplinadas. Recentemente uma das
alunas do Flauta Mágica se formou como Arquiteta, se
para filhas de famílias economicamente estáveis este
degrau é motivo de conquista, para moradores do Jardim
Vitoria é uma verdadeira prova de superação. Um triunfo
que sublinha cada nota musical, cada aula, cada ano no
flauta como um passo a frente. A surpresa desta semana
é que em setembro haverá mais uma turnê para a
Europa. Eles pretendem levar cerca de 32 crianças e
jovens do Jardim Vitória, em Cuiabá para varias
apresentações. Por meio da Lei Rouanet, empresas do
setor do agronegócio, sob a coordenação da APROSOJA,
viabilizaram a ida de 25 jovens que já preparam seus
passaportes. Outras sete crianças aguardam
novos
patrocinadores
para embarcarem junto com o grupo.
Cada criança terá um custo em torno de 12 mil reais. É
aqui que o CIRCUITO MATO GROSSO CHAMASUA
ATENÇÃO. Você empresário se não quiser ajudar pela lei
Rouanet, basta simplesmente doar como um apoio
cultural. Ajude essas crianças, os dias estão passando e o
sonho espera ansioso. Você pode transformar essa espera
sufocante onde este pequeno/a artista se vê entrando no
avião, chegando em outro Pais e se apresentando, em
uma belíssima realidade. Ajude o FLAUTAMAGICA a
levar todas essas crianças e jovens para
Alemanha,
Áustria e Suíça
. Oito concertos já estão agendados por
meio do Consulado da Alemanha em Mato Grosso e da
Embaixada do Brasil na Áustria. Você pode também
telefonar para a Coordenadora MARCIA FERREIRA
(8401 6278) e propor outras maneiras de ajudar nesta
belíssima empreitada. Se você quiser saber mais sobre os
projetos, a historia e a seriedade desta instituição entre no
site e confira.
INFO: www.flautamagica.org.br
O Presidente da Academia, o Imortal e Escritor EDUARDO MAHON com o Artista Plástico CLOVIS IRIGARAI ,no
impecável lançamento do livro Doutor Funéreo E Outros Contos de Morte. Noite que entrou na historia deu um futuro melhor
Bem superficialmente, Direção de Arte em evento, consiste na criação de uma peça
conceito que gera uma narrativa visual e que resultará a estética e a ambientação do
lugar onde o evento acontece. O que mais tenho visto em Cuiabá é uma repelente
cristalização na representatividade institucional. Atualmente em Países que admiro o
design da comunicação, a estética institucional nos eventos adotam uma direção
oposta, em transformar a ‘
sem-graceira’
da estética institucional em propostas visuais
com uma assinatura AUTORAL. São formas de promo/ver. Com espaços menores,
com artistas polêmicos, com gente de todas as idades e a forte presença de estéticas
fugaz como adesivos, grafites, giz e fumaças de cor. Este tipo de design empedrado
aqui em Cuiabá deve ser questionado. A publicidade institucional precisa adotar outras
abordagens. Se na década de 90 o design institucional era sinal de organização e
padronização por templates mundiais como atalhos de teclado, acreditem, isso é muito
ultrapassado. Fica feio para a agencia que convence o cliente em fazê-lo, fica horrível
a instituição que ainda o adota, fica na cara a falta de delicadeza, do cuidado em
buscar a representação de seus clientes com uma interpretação próxima do conceito
atual. Não ha nada pior que você conhecer uma gestão, conhecer seus clientes e ver
sua representatividade com uma cara irreal, com fotos de modelos que nada tem haver
com a engrenagem atual ou com fotos chupadas do Google. Maquiagem tem limites.
Num mundo onde a corrupção dispara revolta na população diante da impunidade a
educação visual
tornou-se uma chave para decodificar o que é apenas fachada e o que
tem conteúdo crível. Pode até embrulhar com papel velho institucional, mas não
convence ninguém. É fundamental convidar artistas plásticos, videommakers para
acertarem (ou até errarem) em outras representações, mas ficar insistindo na repetida
receita de publicitários para embrulhar a narrativa de uma gestão publica ou privada é
burrice. Você vai ao seminário da empresa, vai ao festival, a festa na praça pública ou
ao casamento dentro do Buffet caríssimo e tem a sensação de que foi no mesmo
evento no ano retrasado. Invista no AUTORAL. Invista no risco de uma estética
menos batida, em pesquisa na nossa industria criativa. A agencia ou instituição que
pega atalho estético para a mesmice dá as costas para a dinâmica permanente das
MORTE E VIDA DA IMAGEM
linguagens de rua, dos pensadores visuais e suas constantes transformações. O show
da cantora pode ser autoral, a performance do Chef de cozinha pode até ser inventiva
com ingredientes exóticos mas em Cuiabá tudo tende a ficar embrulhado numa direção
artística
chôcha
. As feiras, os stands, os eventos estão todos estacionados lá em
1990.
Num gesto revolucionário, em plena esquina da capital,
EDUARDO MAHON
chamou os artista
BABU 78
e
AMARELO
para grafitarem Letras com cores distintas
no paredão da
ACADEMIA DE LETRAS
. O que poderia ser apenas decorativo num
susto da arquitetura capital criou asas e se estendeu para a
direção artística no
lançamento
do mais recente livro do Autor e Presidente da Academia. Se muitos
ignorantes desdenhavam a CASA DE BARAO DE MELGAÇO como um cemitério
cultural, este clichê foi útil para a comédia visual e atmosférica que o autor escolheu
para a noite de lançamento de
DOUTOR FUNEREO E OUTROS CONTOS DE
MORTE
, da Carlini e Caniato Editorial. A criação de personagens góticos, rostos
cadavéricos pintados pela artista de make up
LUCIANA SALEM
nos garçons e nas
recepcionistas contrabalançando com o DJ
discotecando
musica de balada atual foi o
trampolim de uma direção artística inteligente e corajosa. Da auto ironia brotou a festa
com Imortais presentes e publico animado. Uma noite magnífica com uma
mistureba
de gente saudável e cheia de humor. E claro, li o livro neste final de semana, Doutor
Funéreo e Outros Contos de Morte é delicioso, é cênico como antecipa
MARÍLIA
BEATRIZ FIGUEIREDO LEITE
no prefácio do livro. Senti um desapego corajoso da
imagem da morte como fim de linguagem. A pena vence a foice.
E nesta tradução do literal para a retórica da gestão de eventos levanto ainda um
segundo aplauso: Quem diria que - em tão pouco tempo- a Casa do Barão com seu
tradicional ‘olhar para o passado’ seria o soldado de frente nesta batalha contra o
institucional estereotipado. DOUTOR FUNEREO E OUTROS CONTOS DE MORTE
merece sua leitura e sua noite de lançamentos é uma prova chave que muitas
agencias
de publicidade, comunicação, cerimonial e eventos
devem parar e reciclar com
mais
culhões
.