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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 8 A 14 DE MAIO DE 2014
OPINIÃO
P
G
2
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ENTRE ASPAS
EDITORIAL
CASO DE POLÍCIA
#BOMBOUNAREDE
SUIÁ-MISSÚ
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Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
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Editor de Arte:
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Reportagem:
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“Antes produtivos, agora indigentes”
Pelo menos oito das quarenta mortes de ex-produtores foram classificadas como suicídio
Foto: André Romeu
No último final de semana, um
ônibus de viagem acabou
‘entalado’ quando tentava passar
por baixo do viaduto da Fernando
Corrêa, uma das obras da Copa do
Mundo inacabadas na capital.
Rapidamente a imagem ganhou as
redes sociais com ‘felicitações’
pela obra bem executada.
“Lá fora, você viajar
e ver obra é chique.
Aqui a obra é vista
como um atrapalho.
As pessoas precisam
mudar esse
conceito.”
Governador Silval Barbosa
(PMDB), ao sair em defesa
das obras da Copa em Cuiabá
e Várzea Grande.
“Eles usam o RDC (Regime
Diferenciado de Contratação)
na cara de pau e agora vêm e
dizem que não vai ficar
pronto.”
Senador Pedro Taques (PDT),
ao criticar obra do Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT).
“Fiquei agradavelmente
surpreso com o estádio, ele é
belíssimo, de primeira
qualidade. Realmente espero
que essa Arena impulsione o
futebol do Estado e possibilite
que Mato Grosso tenha seu
espaço na 1ª divisão do futebol
no país.”
Ex-jogador e capitão do
tricampeonato do Brasil em 1970,
Carlos Alberto Torres, sobre a
Arena Pantanal.
“A Dilma veio até a mim como
uma ‘abelha’ cobrar a minha
candidatura, mas eu repeti a ela
que não serei candidato. Nunca
mudei minha postura e nem
meu discurso.”
Senador Blairo Maggi (PR), ao
fazer o ‘anúncio oficial’ de que
não será candidato ao Governo do
Estado.
“Meu foco serão as políticas
voltadas para a área da saúde
pública, independentemente
se eu ficar aqui um, dois ou
trinta dias.”
Vereador Paulo Araújo (PSD),
que assumiu nesta semana a
vaga do vereador cassado João
Emanuel (PSD).
Sandra Carvalho
Após a desintrusão
ocorrida região denominada
Suiá-Missú, noAlto
Araguaia, há pouco mais de
um ano, a vida das famílias
expulsas se transformou
num calvário. De acordo
com o presidente da
Associação dos Produtores
de Suiá-Missú (Aprossum),
Sebastião Prado, maridos
estão assassinando as
esposas e se matando, outros
casais estão se separando,
abandonando filhos e
esposas.
“Sem dúvida, o único
causador dessas mortes é o
fato de essas pessoas serem
retiradas do seu ambiente
natural, onde tinham todo o
conforto, criavam seus
filhos, e passaram a ser
indigentes sociais”, analisa
Prado, reclamando que a
única presença do governo
federal na área foi na
segunda desintrusão. “Tirei
mortos, debaixo da corda,
dois companheiros, homens
honrados, honestos. SE
suicidaram por falta de opção
de vida causada por um
governo que veio da
trincheira”.
O presidente da
Aprossumdiz ainda que até
acreditava que essas mortes
fossem um homicídio
culposo. Mas o descaso do
governo é tamanho que
passa a ser doloso. É
desespero, incerteza,
insegurança. Ainda segundo
Prado, os homens que se
separam por não terem
condições de manter os
filhos e as esposas estão
caindo no alcoolismo, nas
drogas e na prostituição.
“Quem está ganhando
com isto? Em que lugar do
mundo oMinistério Público
Federal vai ser contra quem
produz, transformar o sujeito
produtivo em indigente?”,
questiona o líder, que já
chegou a fazer uma proposta
às autoridades para
solucionar a crise.
Prado relata que os
indígenas que moram na
reserva, em torno de 14 mil
segundo a Funai, possuem 1
milhão e 430 mil hectares, o
que daria emmédia 100
hectares por xavante. Se um
brasileiro desses resolvesse
plantar soja, colheria 6mil
sacas. Seis mil sacas a 50
reais por saca daria 300 mil
reais por ano para cada
xavante. Mas eles não podem
plantar e não podem
arrendar. Precisamos mudar
isso no texto constitucional.
Ele também lembra a
situação que vem ocorrendo
no município de Juína, onde
os Enanewe-Nawe possuem
600 mil hectares de terra e a
União quer entregar a eles
mais 600 mil hectares. “O
que os indígenas estão
precisando é de assistência à
saúde e de estradas. Eles
estão sofrendo infestação de
baratas e pedem ajuda dos
produtores rurais porque
pedir ajuda para a Funai é
uma besteira. A Funai só
quer causar conflitos.
AHISTÓRIA DE IVO
O ex-agricultor Ivo
Mateus de Souza, de 62
anos, suicidou-se em abril
passado no município de
Novo Santo Antônio. Ivo foi
um dos produtores rurais
expulsos pela Funai da área
da antiga Fazenda Suiá-
Missú. Foi o oitavo
agricultor expulso pela Funai
a cometer suicídio.
O agricultor, que vinha
apresentando um quadro de
depressão depois da expulsão
da Suiá-Missú, não resistiu
ao término do
relacionamento com sua
companheira. Em entrevista
ao site Notícias Agrícolas,
Sebastião Prado informou
que, além de perder as
terras, Ivo também levou
calote ao tentar vender às
pressas o gado que criava na
área demarcada pela Funai.
O ex-agricultor deixou
uma carta na qual afirma que
nunca se conformou com a
expulsão de suas terras e
com a perda do patrimônio.
O agricultor informou na
carta que não conseguiria
enfrentar a vida com todas
as perdas.
Desde 2004 uma empresa fornecedora de
materiais hospitalares – a Hospfar – mantém
contratos milionários, muitos com dispensa de
licitação, com o Governo de Mato Grosso. Já
são quase 11 anos e R$ 160 milhões faturados
dos cofres públicos, sendo que o ápice dos
pagamentos ocorreu na gestão do então
secretário de Saúde Agostinho Moro, no
Governo Blairo Maggi, em torno de R$ 36
milhões em apenas um ano. Acontece que a tal
empresa tem sido alvo de investigações em
diversos estados do país e também na esfera
federal e inclusive está impedida de participar
de licitações na Bahia e em Goiás por denúncia
de superfaturamento. E apesar de ter sido
investigada em inquérito policial e denunciada
no Ministério Público de Mato Grosso, a
Hospfar continua faturando altos contratos no
governo de Silval Barbosa também com dispensa
de licitação. E Moro, que também teve contas
reprovadas, virou chefe de gabinete do
presidente do TCE, Waldir Teis, ex-secretário
de Fazenda de Maggi. Para denúncias como
estas, a sociedade mato-grossense espera ações
rápidas dos órgãos fiscalizadores. Até porque se
o dinheiro sai pelo ralo, os serviços públicos
não chegam ao cidadão. E quando chegam, são
de péssima qualidade. E se há comprovação de
desvio de recursos destinados à compra de
medicamentos, os envolvidos deveriam ser
condenados por homicídio doloso, quando
aqueles que o praticam têm a intenção de matar.
Afinal, muitos que dependem do SUS ainda
morrem por falta de medicamentos.