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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 1 A 7 DE MAIO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
www.circuitomt.com.br
SIMPLESASSIM
João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João Gordo,
é um dos publicitários mais
premiados de Cuiabá
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
NOVASREGRASPARAREEDUCANDOS
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
cultura@circuitomt.com.br
A população LGBT (lésbicas,
gays , bi ssexuai s , t raves t i s e
t ransexuais) de unidades pr isionais
do pa í s passa a t er novos di re i tos ao
obter a l iberdade pr ivada.
Já es t á em vigor há a lguns di as
uma resolução federal que def ine
novos parâmet ros de acolhimento.
No entanto, desaf ios já exi s tentes no
sistema pr isional di f icul tam a
implementação das novas regras .
Uso do nome soc i a l que é o nome
adotado pela pessoa em sua
or ientação sexual , espaço de vivência
especí f ico para a social ização dos
LGBTs , manutenção do cabelo sem
obr igação de cor t e para as t raves t i s e
t ransexuais e di rei to a visi ta ínt ima
são a lguns dos aspec tos des t acados
pelo documento do Conselho
Nacional do Combate à
Discr iminação e que foi publ icada na
edição do úl t imo dia 17 do Diár io
Oficial da União.
Há se i s anos no cargo de
promotor de execução penal da
Bahia, Edmundo Fi lho afirma que
i sso não é garant i a de que a
resolução será apl icada
imediatamente.
“A par t i r de agora, ela passa a
ser exigida . Ela não se mos t ra
autoapl icável . Com a lotação acima
da capacidade das unidades , f ica
di f íci l dest inar espaços de vivência
espec í f i cos (ce l as e espaço de
convivência)”, ressal ta o promotor
de just iça.
A Seap informou que não tem
es tat í s t icas da porcentagem LGBT da
população carcerár ia . De acordo com
a coordenadora LGBT da Secretar ia
de Just iça, Cidadania e Di rei tos
Humanos (SJCDH) , Paulet t Furacão,
durante vi s i tas fei tas a sete unidades
no ano passado, 50 int ernos (as ) se
declararam per tencentes ao grupo
LGBT. “Às vezes , não querem se
expor para não sof rer nenhum t ipo
de violência”, comenta.
De acordo com o t exto da
resolução, a t ransferência da pessoa
presa para o espaço de vivência
especí f ico LGBT f ica “condicionada
à sua expressa mani fes tação de
vontade”.
Em Cuiabá o Projeto Dignidade
que funciona dent ro do Cent ro de
Ressocial ização na peni tenciária do
Es t ado garant e todos os i t ens da
resolução do Ministér io da Just iça.
Para um dos coordenadores do
projeto, Mauro Falca , Mato Grosso é
Es tado modelo nesse aspecto de
respei to e garant ia de di rei tos a
população LGBT e que houve um
avanço enorme desde a cr iação do
proj e to há c inco anos .
“Não há uma superpopulação
LGBT no espaço dest inado aos
LGBTs , o que garante um bom
desenvolvimento do trabalho e
diversas ações , com a autor ização
dos di retores peni tenciár ios , são
desenvolvidas de forma a garant i r
dignidade aos reeducandos”,
informou Falca.
È bom saber que Cuiabá , Mato
Grosso, que t em t ão a l tos índi ces de
homofobia, seja reconhecido como
modelo para a garant ia da cidadania
da população LGBT.
Parabéns aos coordenadores do
Projeto DIGNIDADE de Cuiabá!
Como pregam os doi s maiores
poe t as da nossa t er ra , na minha
opinião, Manoel e Ivens , devemos
ver a poes ia na s impl icidade das
coi sas . Em pleno 2014, momento
pré-vanguarda de um novo mi lênio,
quando as cr ianças usam laptop,
ipad, e celulares mul t i funcionais,
da mesma forma que ant es
jogávamos bol inha de gude, a
simpl icidade é cada vez mais di f íci l
de encont rar. É di f í c i l de ver um
caju f icar amarelo. Ver um
passar inho no quintal . Assist i r o
espetáculo de um bei ja-f lor
colhendo pólen. O sistema
inter rompe etapas , tudo em prol do
aumento do consumo. Mas ainda
bem que Deus coloca no mundo as
cr ianças.
- Ar tuuuuur. Sabia Chaves
combina com chato? – pergunta
Joãoz inho, no auge dos seus 5
aninhos , para seu pr imo- i rmão mais
velho.
– Mas o Chaves não é cha to. O
chato é o Kiko.
– Nãoooo Tutu. . . é que os doi s
começam com C_H_A.
Quem t em quase 40 anos va i
concordar comigo. Somos uma
geração que sof reu com a cobi ça da
geração dos nossos pa i s ,
inf luenciados pela ót ica amer icana,
em que o mai s impor tante é
t rabalho, a sua car rei ra . O que vale
não é o seu cará t er, mas aqui lo que
você possui . Exemplo que houve
passeata da classe média em favor
ao golpe que fez 50 anos agora .
Mas nós , os f i lhos , sof remos .
Como di r ia meu avô: quem apanha
nunca esquece . Na minha escola ,
de or igem alemã , era comum os
es tudant es t erem tudo, menos a
atenção propícia dos pais . Vi ramos
uma geração t ampão, mas com um
propósi to mais do que digno:
salvar o planeta. Salvar nossas
cr ianças.
Hoje a gente se mete muito mais
na vida dos filhos. Quem tem filho
nessa idade vai concordar comigo.
Sem dúvida as crianças de hoje
serão a geração mais evoluída. Já
crescem sem um Falcon, sem matar
os índios apaches, sem ter a pressão
de uma guerra que vai estourar.
Joãozinho já sabe de coi sas
que prec i se i de ma i s de 20 anos
para saber, e para fa l ar a verdade ,
só fui t er consc i ênc i a depoi s de t er
morado na Inglaterra. Joãozinho
sabe o quanto é impor tante a água .
Já sabe que não pode jogar l ixo na
rua e que grande par t e desse l ixo é
reut i l izável . Sabe o quanto é
impor tante salvar o planeta. Tem
mui ta gente que demora até a
aposentador ia para entender que a
maior r iqueza de um ser humano
não es t á nos luxos , nas posses , na
conta bancár ia. A maior r iqueza é
cons t i tui r uma honrada e unida
famí l ia. Dalai Lama já dizia: “O
homem perde a saúde para ganhar
dinhei ro. E depois gasta o dinhei ro
para recuperar a saúde . A gente
prec i sa de t ão pouco pra ser fe l i z” .
–Papa i . . . vem pra água , sem
você a água não t em graça
nenhuma.
E nem a nossa vida sem vocês ,
nossas eternas e amadas cr ianças .