CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 29 DE NOVEMBRO A 5 DE DEZEMBRO DE 2012
OPINIÃO
P
G
2
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
Av. Miguel Sutil, 4001 C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 -
Fone/Fax:
(65) 3023-5151
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CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 414 auditada
por PWC de 20.200 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Camila Ribeiro, Andhressa Sawaris,
Mayla Miranda e Darwin Júnior
Fotografia:
Mary Juruna
e Pedro Alves
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
A sonhada BR-163
Editora:
Sandra Carvalho
Foto: Pedro Alves
“
Daremos
continuidade a
projetos que já foram
feitos, porém
queremos inovar,
trazendo progressos e
avanços para a
entidade”.
Maurício Aude, eleito presidente
da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB-MT), para o triênio
2013 – 2015.
“
O serviço está uma
por ca r i a” .
Prefeito de Cuiabá, Chico
Galindo (PTB), sobre os
serviços de fornecimento de
água prestados pela
concessionária CAB Cuiabá.
“
Foi ele quem trouxe a porcaria
pra cá. E é ele que tem o poder
da caneta para resolver o
p r ob l ema” .
Vereador Toninho de Souza (PSD),
sobre as declarações do prefeito em
relação à CAB.
“
Com 300 milhões
deixaria minha cidade
folheada a ouro”.
Prefeito de Diamantino,
Juviano Lincoln, sobre o alto
orçamento da Assembleia
Legislativa de Mato Grosso.
(
matéria pg. 7)
“
Isso é o tipo de matéria
encomendada e que não irá
me abater”.
Deputado estadual e presidente da
Assembleia Legislativa, José Riva
(
PSD), sobre matéria “A maior folha
corrida do país”, publicada esta
semana na revista Veja.
SUIÁ-MISSÚ
STF é a esperança dos moradores
O ministro do
Supremo Tribunal Federal
(
STF) Ricardo
Lewandowski recebeu das
autoridades mato-
grossenses, nesta quarta
(28),
uma cópia de toda
documentação relativa à
desocupação da Gleba
Suiá-Missú, intitulada
Terra Indígena
Marãiwatsédé, na região
do Araguaia. O dossiê,
entregue ao ministro pelo
governador Silval
Barbosa, vai chegar às
mãos do presidente do
STF, ministro Joaquim
Barbosa, o que soou
como uma luz no final do
túnel e que poderá
impedir a desocupação
da área, alvo de litígio
entre posseiros e índios
Governador Silval Barbosa entregou relatório sobre processo de desocupação ao ministro Lewandowski.
Da Redação. Fotos: Divulgação
xavantes nos últimos 20
anos.
“
O processo deve ser
julgado pelo Pleno e
quando isso acontecer
pode ajudar os ministros a
tomarem uma decisão
tendo como base a
realidade do local”,
declarou o deputado
Welllington Fagundes, que
preside a Comissão
Externa responsável pela
elaboração de um
relatório sobre o estado
dos moradores da Suiá-
Missú. A documentação
será entregue ao ministro
Joaquim Barbosa, que
assumiu o Supremo na
semana passada, e aos
demais membros da
Corte.
Em outubro de 2012,
o então presidente do STF,
ministro Carlos Ayres
Britto, derrubou a liminar
que suspendia o processo
de desintrusão da Terra
Indígena Marãiwatsédé,
interposta pela Associação
dos Produtores Rurais
da Suiá-Missú
(
Aprossum). Desde então,
a Secretaria Geral da
Presidência da República
tem acompanhado
pessoalmente o processo
de notificação dos
responsáveis pelas
fazendas abertas de forma
ilegal dentro do território
Xavante, em uma
operação que envolve
ainda a Força Nacional
de Segurança, a Funai, o
Exército, a Polícia Federal
e a Polícia Rodoviária
Federal.
Segundo a Funai, os
índios foram retirados da
área em 1967 pelo
governo militar e os 165
mil hectares de terra
vendidos a uma
multinacional italiana. Em
1992,
contudo, ao saber
que o local pertencia aos
índios, a empresa teria
devolvido o imóvel ao
governo brasileiro e os
posseiros começaram a
chegar. Muitos produtores
têm escritura das áreas,
mas a Funai afirma que o
documento não tem
validade. O relatório que
seria apresentado no
encontro, por sua vez, diz
que os índios nunca
moraram na região.
O clima na região é
de tensão. Moradores de
Alto Boa Vista não se
conformam com a
presença de militares e
alguns moradores da
gleba chegaram a resistir
à intimação para
desocupação.
A rodovia BR-163, criada para promover colonização e
desenvolvimento, transformou-se na rota do agronegócio
em Mato Grosso. Porém, a estrada, que deixou de ser
uma via de colonização para se transformar em corredor
de exportação, ainda não foi concluída. A estrada
ligando Cuiabá a Santarém tem seus últimos 900
quilômetros em péssimas condições, o que se tornou o
ponto de desestímulo a produtores que pretendem
utilizar a via para a exportação, através do porto
paraense. Muitos produtores se queixam das dificuldades
de comercialização dos produtos. A promessa de um
corredor para escoamento da produção não foi bem
cumprida pelo governo. Apesar da importância da
estrada, ela já vem sendo denominada de “rota do
descaso”. O exemplo de empreendedorismo a favor do
crescimento econômico, por parte dos produtores, não
vem sendo correspondido com o mesmo rigor pelo
governo. A região, tão rica e pujante, continua sendo
mal assistida de logística e infraestrutura. Há décadas, a
mesma pergunta destes produtores ecoa: quando, enfim
terminam as obras da BR-163?
Mudanças no STF mudam tramitação da documentação, mas não desanima moradores
Desintrusão da Gleba Suiá-Missú vem gerando clima de tensão entre posseiros e indígenas
Governador
Silval Barbosa
não esconde
preocupação