CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 5 A 11 DE JULHO DE 2012
OPINIÃO
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Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
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CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 393 auditada
por PWC de 20.200 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Camila Ribeiro, Andhressa Sawaris
e Isadora Spadoni
Fotografia:
Mary Juruna
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
A saga das OSS
Foto: Mary Juruna
Editora:
Sandra Carvalho
“Respei to pesquisa de
opinião, mas ela most ra a
real idade do momento. O
que é posto hoje pode não
ser al i adiante”.
Pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá,
Carlos Brito (PSD), apostando numa
vitória nas urnas.
“Ele sof r ia ameaças e es tava
mui to amedrontado” .
Deputado estadual e presidente da
Assembleia Legislativa, José Riva
(PSD), em depoimento sobre morte
do jornalista Auro Ida.
“Se ele (Lúdio) acha que dá conta do
Pronto-Socor ro soz inho, respei to”.
Governador Silval Barbosa (PMDB),
tentando não polemizar sobre a postura
contrária do vereador e pré-candidato a
prefeito Lúdio Cabral, em relação às OSSs
implantadas na saúde pública.
“Não existe favor i t ismo nas eleições. Já vi mui tos
favor i tos serem der rotados” .
Advogado João Celestino, candidato a vice na chapa
encabeçada pelo tucano Guilherme Maluf à Prefeitura de
Cuiabá.
“Nossa folha é de R$ 200 bi lhões e temos que ter cuidado,
não podemos br incar em momentos de cr i se”.
Ministro Guido Mantega, alegando que 10% do PIB para a
Educação poderia ‘quebrar’ o Estado.
A gestão de hospitais públicos de Mato Grosso foi entregue a
organizações Sociais de Saúde (OSS) com a promessa de, num
passe de mágica, solucionar o gravíssimo problema da falta de
leitos no Estado. Mesmo diante do protesto da sociedade
organizada e sob a imposição do todo-poderoso Pedro Henry,
então secretário estadual de Saúde, leitos públicos foram
privatizados. E não deu outra! O custo da assistência hospitalar
triplicou, a crise na saúde piorou, o Pedro Henry desapareceu e
o povo se lascou... mais uma vez. Um pequeno detalhe já
sugere que foi um negócio da China: o Governo do Estado
repassa R$ 2 milhões para contribuir com a manutenção dos
cerca de 250 leitos públicos disponíveis em Cuiabá, enquanto o
Instituto Pernambucano recebe os mesmos R$ 2 milhões para
manter apenas 60 leitos do Hospital Metropolitano de Várzea
Grande. No interior, o Governo do Estado já teve que desfazer
contratos milionários com OSS que assumiram a administração
de hospitais regionais. Algumas delas inclusive já assinaram
atestado de incompetência em outros estados e ainda assim
foram contratadas em Mato Grosso. Terra sem lei? Se há lei,
então por que usuários do SUS continuam sendo humilhados, à
espera de cirurgias e até morrendo na fila do descaso?